Em 1 Samuel 4, encontramos uma das histórias mais trágicas de Israel: a captura da arca da aliança. Este não é apenas um relato histórico, mas uma profunda lição espiritual. Imagine o que significava para Israel ver a arca, símbolo da presença de Deus, ser retirada de seu meio. Para eles, era como se a glória do Senhor tivesse se dissipado completamente. Mas será que essa derrota foi apenas sobre perder uma batalha? Ou Deus estava ensinando algo maior sobre relacionamento, obediência e dependência?
Este capítulo nos desafia a refletir sobre o perigo de confiarmos mais em símbolos do que no Deus que eles representam. A derrota de Israel pelas mãos dos filisteus não foi um acaso ou apenas o resultado de estratégias militares. Foi um diagnóstico espiritual. Quando os israelitas gritaram ao receber a arca no acampamento, os filisteus tremeram de medo. Mas, no final, Israel sofreu uma derrota esmagadora, perdendo 30 mil soldados, a arca e até a vida de seus líderes espirituais corruptos, Hofni e Finéias.
O que levou o povo de Deus a um fracasso tão profundo? O que este evento revela sobre o coração humano e a santidade de Deus? E, acima de tudo, como podemos aplicar essas lições à nossa vida hoje? Em 1 Samuel 4, somos convidados a olhar para dentro de nós mesmos e perguntar: “Estamos verdadeiramente caminhando com Deus ou apenas confiando em rituais vazios?”
Acompanhe este estudo enquanto exploramos como Deus revelou sua soberania mesmo na derrota, nos lembrando que sua glória nunca depende de símbolos ou de nossas forças humanas, mas de um relacionamento verdadeiro e vivo com Ele.
Esboço de 1 Samuel 4 (1Sm 4)
I. A Confiança Errada em Símbolos Religiosos (1Sm 4:1-5)
A. Israel derrotado no campo de batalha
B. A decisão de trazer a arca da aliança como solução
II. As Consequências do Pecado e da Desobediência (1Sm 4:6-11)
A. O medo dos filisteus ao saberem da arca
B. A derrota de Israel e a morte de Hofni e Finéias
III. Quando Deus Permite a Derrota (1Sm 4:10-11)
A. Israel sofre grandes perdas humanas
B. A arca é capturada, revelando o estado espiritual do povo
IV. O Orgulho Precede a Queda (1Sm 4:5-11)
A. O grito triunfante dos israelitas ao receberem a arca
B. A confiança mal colocada resulta em desastre
V. A Importância do Sacerdócio Piedoso (1Sm 4:11)
A. O juízo de Deus sobre Hofni e Finéias
B. A profecia contra a casa de Eli cumprida
VI. A Glória Que Se Foi (1Sm 4:12-22)
A. A reação de Eli ao saber da captura da arca
B. O nascimento de Icabode como símbolo da perda da glória de Deus
VII. A Força dos Inimigos de Deus (1Sm 4:6-10)
A. O medo inicial dos filisteus
B. A coragem renovada que levou à vitória
VIII. O Perigo de Buscar Soluções Humanas para Problemas Espirituais (1Sm 4:2-3)
A. A confiança na arca em vez de arrependimento genuíno
B. A falsa esperança no poder de um objeto sagrado
IX. A Fragilidade da Vida e o Peso das Notícias (1Sm 4:12-18)
A. A morte de Eli ao ouvir a notícia
B. O impacto emocional sobre a esposa de Finéias
X. Deus Não Pode Ser Manipulado (1Sm 4:11)
A. A captura da arca como demonstração da soberania de Deus
B. O juízo divino como resposta à desobediência e corrupção
Estudo de 1 Samuel 4 em Vídeo
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I. A Confiança Errada em Símbolos Religiosos (1Sm 4:1-5)
Em 1 Samuel 4:1-5, Israel enfrentou os filisteus, um inimigo tecnologicamente avançado e estrategicamente posicionado. Os filisteus, originários da região do mar Egeu, haviam se estabelecido em Canaã e se tornaram um desafio constante para Israel. Sua superioridade no uso de ferro tornava suas armas letais e suas táticas difíceis de vencer (1Sm 13:19-20). No campo de batalha em Afeca, Israel foi derrotado, perdendo cerca de quatro mil homens. Essa derrota revelou algo mais profundo do que uma falha militar: uma falha espiritual.
Após a derrota, os líderes israelitas tomaram uma decisão crítica: buscar a arca da aliança em Siló, acreditando que sua presença lhes garantiria a vitória. Eles disseram: “Vamos a Siló buscar a arca da aliança do Senhor, para que ele vá conosco e nos salve das mãos de nossos inimigos” (1Sm 4:3). Essa frase destaca um erro grave: eles viam a arca como um amuleto, um objeto mágico que, sozinho, traria a presença e o poder de Deus. Esqueceram-se de que a vitória no passado sempre esteve ligada à obediência e ao relacionamento com o Senhor.
Quando a arca chegou ao acampamento, os israelitas comemoraram ruidosamente, acreditando que estavam prestes a vencer. Contudo, esses gritos não refletiam fé genuína, mas uma falsa confiança. Eles confundiram o símbolo da presença de Deus com a presença de Deus em si. A Bíblia nos ensina que o Senhor busca um relacionamento vivo e verdadeiro com Seu povo, como Jesus afirmou: “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24).
Essa parte do texto nos desafia a examinar nossas vidas. Estamos confiando em práticas religiosas ou objetos sagrados para nos aproximar de Deus? A verdadeira vitória não vem de rituais ou símbolos, mas de um coração rendido ao Senhor. Quando negligenciamos essa verdade, corremos o risco de cair no mesmo erro de Israel: confiar no que é visível, enquanto nos afastamos do Deus invisível, mas sempre presente.
II. As Consequências do Pecado e da Desobediência (1Sm 4:6-11)
Os filisteus ficaram alarmados ao saber que a arca havia chegado ao acampamento de Israel. Eles reconheciam o poder associado ao Deus de Israel, lembrando como Ele havia derrotado os egípcios com pragas devastadoras: “São os deuses que feriram os egípcios com toda espécie de pragas, no deserto” (1Sm 4:8). Mesmo assim, os filisteus decidiram lutar com coragem, alertando uns aos outros: “Sejam fortes, filisteus! Sejam homens ou vocês se tornarão escravos dos hebreus, assim como eles foram escravos de vocês. Sejam homens e lutem!” (1Sm 4:9).
A batalha que se seguiu foi uma das derrotas mais devastadoras na história de Israel. Trinta mil soldados israelitas morreram, a arca foi capturada, e Hofni e Finéias, os filhos de Eli, foram mortos. Esse evento trágico não foi apenas uma derrota militar, mas um juízo divino. Hofni e Finéias haviam desonrado o sacerdócio com sua corrupção, e Deus já havia anunciado Seu julgamento sobre a casa de Eli (1Sm 2:30-34).
Essa passagem nos lembra que o pecado traz consequências profundas. A corrupção no sacerdócio não apenas prejudicou os líderes, mas também enfraqueceu toda a nação espiritualmente. Como Paulo escreveu: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23). A morte dos sacerdotes e a captura da arca simbolizavam a retirada da presença de Deus do meio de Seu povo.
As consequências do pecado de Israel também servem como advertência para nós. Não podemos ignorar a santidade de Deus ou viver como se Suas instruções fossem opcionais. A derrota de Israel aponta para a necessidade de arrependimento genuíno e de um relacionamento restaurado com o Senhor. Quando permitimos que o pecado reine, sofremos suas consequências, mas Deus, em Sua misericórdia, nos chama de volta à comunhão com Ele.
III. Quando Deus Permite a Derrota (1Sm 4:10-11)
A derrota de Israel não foi um evento isolado. Trinta mil homens caíram no campo de batalha, e a arca foi capturada pelos filisteus. Para Israel, isso parecia o fim de sua identidade como povo de Deus. A presença da arca no acampamento deveria simbolizar a vitória, mas, em vez disso, trouxe humilhação. Essa derrota revelou uma verdade fundamental: Deus não pode ser manipulado.
Deus permitiu a derrota de Israel como parte de Seu juízo, mas também como um chamado ao arrependimento. O autor de Hebreus explica: “O Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho” (Hebreus 12:6). Assim como Deus disciplinou Israel, Ele também corrige Seus filhos hoje para que retornem a Ele. Embora a derrota pareça um fim, muitas vezes é um novo começo, um convite para refletir e alinhar nossas vidas com a vontade de Deus.
Essa derrota também aponta para o perigo de confiar em meios humanos para alcançar fins espirituais. Israel acreditava que a presença da arca era suficiente para vencer, mas negligenciou a necessidade de um coração voltado para Deus. Situações semelhantes aparecem em outras partes da Bíblia, como na derrota em Ai, causada pelo pecado de Acã (Josué 7:1-5). Em ambos os casos, Deus usou a derrota para corrigir e restaurar Seu povo.
Em nossa caminhada, precisamos lembrar que nem toda derrota é um sinal de abandono. Às vezes, é um ato de misericórdia, um lembrete de que a verdadeira vitória vem apenas pela obediência e dependência de Deus. Quando enfrentamos fracassos, devemos perguntar: “O que Deus está nos ensinando através disso?” Essas perguntas nos ajudam a crescer espiritualmente e a buscar uma relação mais profunda com o Senhor.
IV. O Orgulho Precede a Queda (1Sm 4:5-11)
Quando a arca da aliança chegou ao acampamento de Israel, houve uma celebração estrondosa. O povo gritou tão alto que o chão estremeceu. Esse grito, no entanto, não era uma expressão de fé genuína em Deus, mas de um orgulho vazio e uma confiança equivocada. Eles acreditavam que a simples presença da arca seria suficiente para garantir a vitória. Em 1 Samuel 4:5, lemos: “Quando a arca da aliança do Senhor entrou no acampamento, todos os israelitas gritaram tão alto que o chão estremeceu”. Para os israelitas, a arca havia se tornado um amuleto, um símbolo de poder, mas eles haviam se esquecido de buscar o Deus que a arca representava.
O orgulho deles teve consequências desastrosas. Os filisteus, inicialmente amedrontados pela presença da arca, ganharam coragem e enfrentaram Israel. Apesar do medo, disseram: “Sejam fortes, filisteus! Sejam homens ou vocês se tornarão escravos dos hebreus” (1Sm 4:9). Sua determinação resultou em uma vitória esmagadora. Israel perdeu trinta mil homens, Hofni e Finéias morreram, e a arca foi capturada (1Sm 4:10-11). Essa derrota foi um lembrete claro de que Deus não se deixa manipular e que a autossuficiência espiritual é perigosa.
A história reflete o princípio bíblico encontrado em Provérbios 16:18: “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda”. Israel confiou em sua própria ideia de como obter vitória, mas ignorou o coração de Deus. O mesmo acontece conosco quando tentamos enfrentar desafios com base em nossa força ou conhecimento, sem nos humilharmos diante do Senhor. Jesus também advertiu sobre isso ao dizer: “Todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lucas 14:11).
Essa parte do texto nos desafia a examinar nosso próprio orgulho. Será que estamos confiando mais em nossas habilidades, recursos ou rituais do que no poder de Deus? A verdadeira vitória só vem quando reconhecemos nossa dependência total do Senhor, rendendo nossos planos e vontades a Ele.
V. A Importância do Sacerdócio Piedoso (1Sm 4:11)
A morte de Hofni e Finéias durante a batalha foi um evento de grande impacto para Israel. Esses dois homens, filhos de Eli, eram sacerdotes que haviam desonrado a Deus com seu comportamento corrupto e abusivo. Eles representavam uma liderança espiritual falha, que não apenas prejudicava sua própria relação com Deus, mas também comprometia toda a nação. Em 1 Samuel 4:11, lemos: “A arca de Deus foi tomada, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, morreram”. Essa tragédia foi o cumprimento da profecia de julgamento contra a casa de Eli, dada em 1 Samuel 2:30-34.
O papel do sacerdote em Israel era crucial. Ele não apenas oferecia sacrifícios, mas também servia como intermediário entre Deus e o povo. Quando o sacerdócio se tornava corrupto, toda a comunidade sofria espiritualmente. Hofni e Finéias abusavam de sua posição para satisfazer seus próprios desejos, desrespeitando a santidade do culto ao Senhor (1Sm 2:12-17). A morte deles simbolizava o fim de uma era de negligência espiritual e a necessidade de uma liderança renovada.
Esse episódio destaca a importância da integridade na liderança espiritual. O apóstolo Paulo escreveu: “Portanto, é necessário que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro, apto para ensinar” (1 Timóteo 3:2). Líderes espirituais piedosos não apenas conduzem o povo no caminho certo, mas também refletem o caráter de Deus em suas ações.
Para nós, essa passagem serve como um lembrete de que a liderança espiritual é uma responsabilidade séria. Tanto líderes quanto seguidores devem buscar pureza, humildade e uma vida centrada em Deus. Quando o sacerdócio é fiel ao Senhor, toda a comunidade é edificada, mas quando é corrupto, as consequências podem ser devastadoras.
VI. A Glória Que Se Foi (1Sm 4:12-22)
A notícia da captura da arca e da morte de Hofni e Finéias trouxe um impacto devastador a Siló. Um mensageiro, com roupas rasgadas e terra na cabeça, chegou à cidade para anunciar o desastre. Em 1 Samuel 4:13, lemos que Eli, com noventa e oito anos, estava sentado ao lado da estrada, preocupado com a arca: “Seu coração temia pela arca de Deus”. A perda da arca simbolizava, para ele, a perda da presença e da glória de Deus em Israel.
Quando Eli ouviu que a arca havia sido capturada e que seus filhos estavam mortos, ele caiu de sua cadeira, quebrou o pescoço e morreu. Essa sequência trágica foi seguida pelo parto prematuro de sua nora, a esposa de Finéias. Antes de morrer, ela deu ao filho o nome de Icabode, dizendo: “A glória se foi de Israel” (1Sm 4:21). Para ela, a captura da arca e a morte de seu marido e sogro representavam o afastamento da glória de Deus.
A expressão “A glória se foi” reflete um estado espiritual profundo. A arca não era apenas um objeto sagrado; ela simbolizava a presença de Deus entre Seu povo. A perda da arca era vista como a retirada do favor divino. No entanto, é importante lembrar que a glória de Deus não está limitada a um símbolo físico. Como o Salmo 24:8 declara: “Quem é o Rei da glória? O Senhor forte e valente, o Senhor valente nas guerras”. Deus continua soberano, mesmo quando Seu povo falha.
Essa passagem nos desafia a refletir sobre nossa própria relação com Deus. Será que estamos tão focados em rituais e símbolos que esquecemos o que realmente importa? A glória de Deus é manifestada em um coração rendido, uma vida de obediência e uma busca constante por Sua presença. Assim como Israel, precisamos lembrar que, sem Deus, não há vitória nem glória.
VII. A Força dos Inimigos de Deus (1Sm 4:6-10)
A reação dos filisteus ao saberem que a arca estava no acampamento de Israel é fascinante. Em vez de apenas ignorarem a situação, eles mostraram um profundo reconhecimento do poder de Deus, mesmo sendo um povo pagão. Em 1 Samuel 4:7-8, eles disseram: “Deuses chegaram ao acampamento. Ai de nós! Nunca nos aconteceu uma coisa dessas! Quem nos livrará das mãos desses deuses poderosos? São os deuses que feriram os egípcios com toda espécie de pragas, no deserto”. Essas palavras mostram que os filisteus tinham ouvido sobre os feitos do Deus de Israel e temiam enfrentá-lo.
No entanto, apesar desse temor, os filisteus decidiram lutar. Eles se encorajaram uns aos outros, dizendo: “Sejam fortes, filisteus! Sejam homens ou vocês se tornarão escravos dos hebreus, assim como eles foram escravos de vocês. Sejam homens e lutem!” (1Sm 4:9). Sua coragem e determinação resultaram em uma vitória esmagadora. Trinta mil israelitas morreram, e a arca foi capturada.
Esse episódio é um lembrete poderoso de que até mesmo os inimigos de Deus podem reconhecer Seu poder, mas isso não significa que eles se submetam a Ele. Os filisteus temiam a Deus, mas decidiram confiar em sua própria força e venceram porque Deus não estava lutando por Israel. Isso nos lembra de uma verdade fundamental: o povo de Deus só é vitorioso quando está em obediência e comunhão com Ele. Em Salmos 127:1, lemos: “Se o Senhor não edificar a casa, será inútil trabalhar na construção. Se o Senhor não vigiar a cidade, será inútil a sentinela montar guarda”.
Essa passagem também ressalta o perigo de negligenciarmos nossa relação com Deus. Os filisteus foram capazes de derrotar Israel porque o pecado e a desobediência haviam afastado o favor de Deus de Seu povo. A história nos chama a uma introspecção: será que temos confiado em nossas próprias forças, enquanto ignoramos a necessidade de depender de Deus?
VIII. O Perigo de Buscar Soluções Humanas para Problemas Espirituais (1Sm 4:2-3)
Após a primeira derrota em batalha, os líderes israelitas perguntaram: “Por que o Senhor deixou que os filisteus nos derrotassem?” (1Sm 4:3). Essa pergunta demonstra que eles reconheciam a soberania de Deus sobre a batalha, mas não buscavam entender Suas razões. Em vez de clamarem a Deus por orientação, eles decidiram trazer a arca da aliança para o campo de batalha, acreditando que sua presença resolveria o problema.
Essa decisão revela uma abordagem superficial para questões espirituais. Eles não se preocuparam em examinar sua própria condição espiritual ou em buscar o Senhor em arrependimento. Em vez disso, confiaram em um objeto físico, tratando a arca como um amuleto de sorte. Essa atitude não é diferente de como muitas vezes buscamos soluções rápidas e humanas para problemas espirituais profundos. Confiamos em rituais, objetos ou estratégias, enquanto negligenciamos o relacionamento com Deus.
A história de Israel neste capítulo nos lembra que o poder de Deus não pode ser manipulado ou controlado. Como Jesus ensinou, “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24). O Senhor busca corações quebrantados e rendidos, não a realização de atos externos sem significado.
A tentativa de usar a arca para vencer a batalha serve como um alerta para nós. Muitas vezes, queremos soluções rápidas para problemas que exigem transformação espiritual profunda. Isso pode acontecer em nossas orações, quando buscamos respostas imediatas em vez de pedir que Deus molde nosso coração. O que aprendemos aqui é que a vitória só vem quando estamos alinhados com a vontade de Deus, e não quando tentamos usar atalhos humanos.
IX. A Fragilidade da Vida e o Peso das Notícias (1Sm 4:12-18)
A tragédia da derrota de Israel não terminou no campo de batalha. Quando um mensageiro chegou a Siló para relatar o que havia acontecido, a notícia teve um impacto devastador. Em 1 Samuel 4:12-13, vemos a descrição de um homem que chegou com roupas rasgadas e terra na cabeça, um sinal de luto profundo. Ele anunciou que a arca havia sido capturada, os filhos de Eli estavam mortos e Israel havia sofrido uma derrota esmagadora.
Eli, que já estava idoso e quase cego, ouviu a notícia com grande pesar. Em 1 Samuel 4:18, lemos que, ao ouvir sobre a captura da arca, ele caiu da cadeira, quebrou o pescoço e morreu. A perda da arca foi mais do que ele podia suportar, pois simbolizava a retirada da presença de Deus do meio de Israel. Sua morte foi um reflexo de seu coração pesado e de sua falha como líder espiritual em corrigir seus filhos e proteger a santidade do ministério.
Essa parte da história também destaca a fragilidade da vida e o impacto emocional das más notícias. O sofrimento de Eli foi seguido por outro evento trágico: a esposa de Finéias entrou em trabalho de parto prematuro ao ouvir as notícias e morreu ao dar à luz. Antes de morrer, ela nomeou seu filho Icabode, dizendo: “A glória se foi de Israel” (1Sm 4:21). Isso reflete a percepção de que a captura da arca significava o afastamento da glória de Deus.
Essa passagem nos lembra que, em tempos de crise, devemos nos voltar para Deus em busca de força e consolo. Como o Salmo 34:18 declara: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido”. Mesmo diante de más notícias, podemos encontrar esperança no Senhor, sabendo que Ele nunca nos abandona completamente, mesmo quando enfrentamos as consequências de nossos erros.
X. Deus Não Pode Ser Manipulado (1Sm 4:11)
A captura da arca pelos filisteus é um dos eventos mais dramáticos da história de Israel. Para o povo, parecia o fim da presença de Deus entre eles. Eles acreditavam que a arca era o símbolo máximo do poder de Deus, mas esqueceram-se de que Deus não pode ser manipulado. Em 1 Samuel 4:11, lemos: “A arca de Deus foi tomada, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, morreram”. Essa derrota não foi uma demonstração de fraqueza de Deus, mas de Seu julgamento sobre a desobediência de Israel.
Deus permitiu que a arca fosse capturada para mostrar que Ele não estava limitado a objetos ou rituais humanos. Mesmo os filisteus, que a levaram como um troféu de guerra, aprenderiam rapidamente que a presença de Deus não pode ser contida ou usada para propósitos humanos, como veremos no capítulo seguinte. O que aconteceu aqui reflete o que Deus já havia declarado: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Isaías 42:8).
Essa história nos desafia a rever como nos relacionamos com Deus. Muitas vezes, podemos tentar manipular ou controlar Deus por meio de rituais, orações egoístas ou atitudes religiosas superficiais. No entanto, Deus busca um relacionamento genuíno conosco, baseado na obediência e na fé. Como Paulo escreveu: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6:7).
Essa lição é um lembrete poderoso de que Deus é soberano. Ele não é limitado por nossos pensamentos, planos ou expectativas. Quando colocamos nossa confiança Nele de maneira verdadeira e rendemos nossas vidas à Sua vontade, experimentamos a plenitude de Sua presença e poder, sem a necessidade de manipulação.
Reflexão: Quando Confiamos no Símbolo e Não no Deus Vivo
A história de 1 Samuel 4 nos desafia a refletir sobre o que significa verdadeiramente confiar em Deus. O povo de Israel acreditava que a presença da arca resolveria seus problemas, mas essa confiança era mal direcionada. Eles trataram a arca como um amuleto, esquecendo-se de buscar um relacionamento genuíno com o Senhor. Quantas vezes fazemos o mesmo em nossas vidas, colocando nossa fé em rituais, objetos ou práticas religiosas, enquanto negligenciamos uma vida de obediência e comunhão com Deus?
O capítulo também destaca a importância de examinar nosso coração. A derrota de Israel não foi apenas militar, mas espiritual. Deus permitiu que eles enfrentassem as consequências de sua desobediência para ensiná-los sobre a necessidade de arrependimento. Hoje, enfrentamos nossas próprias “derrotas” – situações difíceis que nos levam a questionar nossas escolhas e atitudes. Será que estamos buscando soluções rápidas ou nos rendendo ao plano de Deus?
Além disso, a captura da arca nos lembra que Deus não pode ser manipulado. Ele não está limitado por nossas expectativas ou práticas humanas. Em um mundo onde é fácil confiar em métodos e estratégias, precisamos nos voltar para Deus com humildade e sinceridade. A verdadeira vitória vem de um coração quebrantado e uma fé viva, como lemos em Salmos 51:17: “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás”.
Que essa reflexão nos leve a reavaliar nossas prioridades. Deus não busca rituais vazios, mas corações que o adoram em espírito e em verdade. Ele é fiel para restaurar e fortalecer aqueles que se voltam a Ele de todo o coração.
3 Motivos de Oração em 1 Samuel 4
- Ore para que Deus revele áreas em sua vida onde você tem confiado mais em rituais ou objetos do que em um relacionamento vivo com Ele.
- Peça a Deus um coração humilde, pronto para obedecê-lo e buscar Sua direção em todas as situações, especialmente nas dificuldades e derrotas.
- Clame pela presença real de Deus em sua vida, que traga transformação, paz e comunhão verdadeira com Ele, acima de qualquer prática religiosa.