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Apocalipse 13 Estudo: O que é a Marca da Besta?

Diego Nascimento
Escrito por Diego Nascimento

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Apocalipse 13 é um dos capítulos mais solenes e simbólicos de toda a revelação dada a João. Aqui, o apóstolo nos apresenta duas figuras diabólicas que representam o auge da oposição de Satanás contra Deus e contra o povo fiel. Após a vitória do Filho em Apocalipse 12, o dragão tenta retomar o controle mobilizando seus agentes: a besta que emerge do mar (poder político) e a que emerge da terra (poder religioso).

Hernandes Dias Lopes comenta que “o anticristo será uma espécie de encarnação de Satanás. Embora o mistério da iniquidade já esteja operando no mundo, ele emergirá no breve tempo do fim” (LOPES, 2005, p. 264). A mensagem de Apocalipse 13 é clara: por mais poderoso que o mal pareça, ele é limitado, derrotável e temporário.

Kistemaker reforça: “Satanás usa seus representantes para parodiar a Trindade e enganar a humanidade, mas tudo está sob a autoridade do Cordeiro” (KISTEMAKER, 2014, p. 485).

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Qual o pano de fundo histórico e teológico deste capítulo?

O Apocalipse foi escrito no final do século I, durante o reinado do imperador Domiciano, uma época marcada por forte perseguição aos cristãos. O culto ao imperador era exigido como prova de lealdade ao Império Romano. Quem se recusava a prestar culto a César enfrentava perseguições severas, exclusão econômica e até morte.

Nesse contexto, João escreve para igrejas ameaçadas por governos opressivos e religiões falsas. Ele revela que por trás de tudo isso está o dragão — Satanás — que atua por meio de sistemas políticos e religiosos para destruir o povo de Deus.

O capítulo 13 mostra esse conflito por meio de duas bestas. A primeira representa o poder político dominador (como Roma) e a segunda, o poder religioso enganador. Juntas, essas bestas formam uma paródia da Trindade: o dragão é o “pai”, a primeira besta o “filho” e a segunda o “espírito”.

Quem são as duas bestas de Apocalipse 13?

“Vi uma besta que saía do mar…” (v. 1)

A primeira besta, que sobe do mar, tem dez chifres e sete cabeças, simbolizando poder e dominação global. Ela é uma combinação das bestas de Daniel 7 — leopardo, urso e leão — reunindo características dos grandes impérios do passado (Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma).

O dragão — Satanás — entrega a ela seu trono e autoridade. Trata-se do anticristo, símbolo máximo do poder político mundial oposto a Cristo. Kistemaker afirma que “essa besta incorpora todos os poderes mundiais hostis a Jesus Cristo” (KISTEMAKER, 2014, p. 489).

“Então vi outra besta que saía da terra…” (v. 11)

A segunda besta, que surge da terra, aparenta ser um cordeiro, mas fala como dragão. É a face religiosa do engano. Com aparência de piedade, ela opera milagres, seduz as pessoas e as obriga a adorar a primeira besta. Hernandes Dias Lopes descreve assim: “Ela é o falso profeta. Enquanto a primeira besta age no campo político, a segunda atua no campo religioso” (LOPES, 2005, p. 275).

Ela também promove a construção de uma imagem da primeira besta, dá-lhe vida simbólica e institui um sistema de marcação — a famosa “marca da besta”.

Como essas visões se cumprem profeticamente?

As profecias de Apocalipse 13 têm aplicações tanto presentes quanto futuras. Historicamente, a primeira besta se cumpre em impérios como Roma, mas também em qualquer governo que se coloca contra Deus. Já a segunda besta pode ser vista em sistemas religiosos e ideológicos que tentam suprimir a verdade do evangelho.

Ao mesmo tempo, o texto aponta para uma intensificação futura: um tempo em que o anticristo surgirá como líder político global e o falso profeta como seu porta-voz espiritual. Esse período será marcado por perseguição, idolatria institucionalizada e controle absoluto sobre a sociedade.

Kistemaker observa: “O número 666 não aponta necessariamente para uma pessoa específica, mas simboliza o fracasso completo do mal diante do plano perfeito de Deus” (KISTEMAKER, 2014, p. 512).

A marca da besta, portanto, não é apenas um símbolo literal — é uma declaração de lealdade espiritual. O selo do Cordeiro distingue os santos (Ap 7:3); a marca da besta distingue os que pertencem ao sistema maligno.

Como essas verdades se aplicam à vida cristã hoje?

  1. Vivemos em um mundo que adora falsos deuses. A besta continua sendo adorada, seja por meio de ideologias, poder político ou sistemas econômicos que rejeitam a soberania de Cristo.
  2. A igreja será perseguida. A besta “foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los” (v. 7). Mas isso não significa derrota eterna. Como em Apocalipse 12, “eles o venceram pelo sangue do Cordeiro”.
  3. Deus coloca limites à ação do mal. A besta age por “quarenta e dois meses” (v. 5), o mesmo período mencionado em outros textos como tempo da grande tribulação. É um período limitado, sob a soberania de Deus.
  4. A sedução é tão perigosa quanto a perseguição. A segunda besta opera milagres e faz descer fogo do céu (v. 13). Ela engana por meio da aparência religiosa. Por isso, precisamos de discernimento e firmeza.
  5. A marca da besta é um chamado à fidelidade. Hoje, as pressões para negar a fé vêm em formas sutis: conformismo, relativismo, medo. Mas quem é de Cristo não se rende, mesmo que custe a vida.
  6. Nossa esperança não está em governos ou líderes. A besta parece invencível. Mas seu destino está selado. Em Apocalipse 19, ela será lançada no lago de fogo.

O que significa o número 666 em Apocalipse 13?

“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta…” (v. 18)

Este é, sem dúvida, um dos versículos mais debatidos da Bíblia. O número 666 é descrito como “o número de um homem”. Muitos tentaram associá-lo a nomes específicos (como Nero), mas Kistemaker e Hernandes Dias Lopes alertam contra essa leitura limitada.

Para Hernandes, “666 representa a maior encarnação concebível da depravação e do mal” (LOPES, 2005, p. 276). Kistemaker complementa: “O número seis representa incompletude. Três vezes repetido, aponta para o fracasso completo — fracasso sobre fracasso sobre fracasso” (KISTEMAKER, 2014, p. 515).

Enquanto o número de Deus é sete — perfeição — o número da besta é um eterno quase. Ele imita, mas nunca alcança. Sua derrota é certa.

Como a igreja deve viver diante dessa realidade?

“Aqui estão a perseverança e a fidelidade dos santos” (v. 10)

Esse é o chamado. O mundo vai se maravilhar com a besta, mas o povo de Deus permanece fiel. A besta pode matar o corpo, mas não pode apagar o nome escrito no Livro da Vida.

Nossa esperança não está em escapar da perseguição, mas em resistir com fé. A marca do Cordeiro está sobre nós. E como aprendemos em Apocalipse 14, logo os 144 mil cantarão o cântico da vitória diante do trono.

A igreja do primeiro século venceu assim. E nós venceremos também.

Conclusão

Apocalipse 13 nos confronta com a realidade espiritual da guerra que vivemos. Satanás não desistiu. Ele usa governos, religiões e sistemas para tentar apagar a luz do evangelho. Mas Deus já determinou o fim da besta.

Ao ler esse capítulo, sinto um chamado à vigilância, à fidelidade e à coragem. A besta pode parecer invencível, mas seu número é 666 — incompleto, derrotado, fracassado.

O Cordeiro, sim, é digno. E nós, selados com o seu nome, temos um lugar garantido em seu Reino.


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