O que poderia acontecer à sua vida caso fosse íntimo de Barack Obama? Algumas sugestões: o melhor da culinária da Casa Branca, passeios inspiradores por seus jardins, quem sabe uma “sentadazinha” na cadeira onde Benjamim Franklin repousou? Tour pela ilha de Manhattan, fotos na estátua da liberdade, visita ao “Monumento 11/09” e depois um café amistoso com Michelle Obama e seus filhos.
Se você fosse íntimo do maestro Sir Simon Rattle, poderia ouvir o melhor da música clássica – antiga e contemporânea – tocadas pela filarmônica de Berlim. Voaria ao som das belas notas e ficaria emocionado com a soprano que canta inspirada. Conheceria de perto toda a Europa; sua história e seu glamour.
Íntimo de Niemeyer (Oscar)? Bem, poderia mergulhar na mente de um dos maiores gênios da arquitetura moderna, do mundo.
Meu íntimo? Ham… Você ficaria boquiaberto com meus defeitos e comportamento. Minha esposa que o diga!
E se formos íntimos de Jesus?
Digo, o que aconteceria se fôssemos próximos a ponto de reclinar a cabeça em seu peito e lavar-lhe os pés com lágrimas. Enxergar o seu sorriso ou seu rosto suado?
“Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei” (João 20.15).
Confundido com um jardineiro? Bem, Jesus poderia inspirar mais heroísmo não acham? Quantos pastores ou ministros de louvor você conhece que seriam facilmente confundidos com jardineiros?
Naquela ocasião, onde os artistas de Hollywood certamente fariam com que os olhos das crianças brilhassem, mulheres deixassem escapar uma lágrima e homens suspirassem emocionados, Jesus é meramente confundido com um… Jardineiro.
E a cruz? Olhe para ela. As manchas de seu sangue ainda estão lá. Olhe para a coroa. Veja, os espinhos continuam encardidos. Olhe para um canto de parede e verá os cravos jogados. Olhe para a sepultura…
Sentirá a umidade da pedra, talvez seus olhos estranhem o escuro. Verá um lençol e um lenço, educadamente dobrados. Em seu silêncio eles transcrevem as palavras de Jesus: “não volto mais aqui”. Mas o que você não vê? Um cadáver. Não há nenhum corpo.
Mas como pode?
Olhe bem. Dê uma olhada do lado de fora. Talvez seja o jardineiro.
“Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!” (João 20.14-16).
Ele está perto. As suas mãos guardam os furos, mas não os cravos. Seu corpo guarda a marca, mas não a lança. Seus braços estão sempre estendidos, porém, não mais na cruz. A morte não pôde detê-lo.
Se Jesus nos levasse para um passeio ao seu lado, como íntimos, Ele nos mostraria que sua maior virtude é o seu amor. Que suas unhas estiveram sujas para compartilhar. Que o seu rosto foi queimado pelo sol, para estar perto.
Talvez ele não nos levasse para passear nos melhores pontos turísticos do nordeste brasileiro. Mas certamente, nos milhares de campos de refugiados. Seminário no Congo com mestrado no Quênia e especialização no Irã.
A intimidade com Jesus nos fará andar por onde Ele tem predileção em andar. Estar aonde Ele quer estar. E Ele quer estar aí. Onde há necessidade de sua presença. Onde as pessoas precisam de milagres, não de shows. Aonde elas precisam de um amigo, não de uma rede social. Aonde elas querem apenas ser humanas e não atores. Aonde Ele possa ser confundido com um jardineiro e isso não ser um inconveniente.
Considerações
Jesus está tão próximo às nossas necessidades que as vezes passa desapercebido. Está tão junto que não nos importamos o suficiente.
Mergulhemos nas possibilidades dessa intimidade e descobriremos, que por trás das flores está quem procuramos.