O livro de Jó é um dos livros mais antigos da Bíblia, e sua história é tão relevante hoje como era há milhares de anos. É a história de um homem que era justo e reto, um homem que temia a Deus e evitava o mal – e, no entanto, apesar de toda a sua bondade, ele foi afligido por um sofrimento inimaginável.
Em Jó 1:1 está escrito:
Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava o mal. (Jó 1:1 NVI)
Jó perdeu seus filhos, sua saúde, sua riqueza e seu lar; tudo o que ele tinha lhe foi tirado em pouco tempo.
No entanto, mesmo no meio de toda essa perda e dor, Jó nunca abandonou a sua fé. Ele perseverou através do sofrimento, confiando que Deus tinha respostas, mesmo quando tudo parecia perdido.
O meu objetivo nesta mensagem refletir na história de Jó e o que podemos aprender com seu exemplo sobre sofrimento e perseverança.
A fé de Jó foi posta à prova várias vezes mas a maneira como ele respondeu a cada provação está cheia de preciosas lições que podemos aplicar a nossa própria vida, durante as adversidades.
O Segredo de Jó (Oração)
O caráter de Jó
A primeira coisa que vemos na história de Jó é que ele era um homem irrepreensível e reto; ele temia a Deus e evitava o mal.
Com isso, vemos que Jó não é a causa de seu sofrimento. Ele não está colhendo o fruto de seu pecado ou de escolhas ruins.
Jó não tinha feito nada para merecer os sofrimentos que atingiram a sua vida.
E no entanto, apesar de sua fidelidade, ele foi afligido por um sofrimento inimaginável.
Em rápida sucessão de eventos, ele perdeu seus filhos, sua saúde, sua riqueza e seu lar; tudo o que ele tinha lhe foi tirado.
No entanto, mesmo no meio de toda essa dor e sofrimento, Jó nunca abriu de sua fé em Deus. Ele perseverou em suas provações, confiando que Deus tinha um plano para ele, mesmo quando tudo parecia perdido.
Este é um exemplo incrível de fé e perseverança com o qual todos nós podemos aprender.
A reação de Jó diante da tragédia
Veja o que está escrito em Jó 1:20-22:
Ao ouvir isso, Jó levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se no chão em adoração, e disse: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor “. Em tudo isso Jó não pecou nem de nada culpou a Deus. (Jó 1:20-22)
Todos nós enfrentamos aflições em nossas vidas. Algumas são pequenas e facilmente superadas, enquanto outras são muito mais difíceis.
Mas como devemos reagir diante destes desafios?
A primeira coisa que precisamos fazer é ter nossa mentalidade influenciada pela Palavra de Deus.
Devemos lembrar que não temos controle sobre o que acontece em nossas vidas, mas temos controle sobre como isso nos afeta.
Com alta frequência, permitimos que nossas circunstâncias ditem nosso estado de espírito e nossa visão da vida e da bondade de Deus.
Contudo, devemos lembrar que o Espírito Santo nos ajuda a praticar o domínio próprio para o controle de nossas próprias reações ao problema, e isso faz total diferença.
Diante das dificuldades, é fácil sentir como se Deus nos tivesse abandonado.
Mas a verdade é que Ele está sempre conosco. E se pudermos confiar que Seu plano para nós é bom, mesmo quando as coisas estão difíceis, isso fará toda a diferença.
É possível agir como Jó?
Veja o que está escrito em Hebreus 11:5:
Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; “ele já não foi encontrado porque Deus o havia arrebatado”, pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus. (Hebreus 11:5 NVI)
Coisas ruins acontecem a todos, isso faz parte da vida.
O segredo para lidar com elas está na perspectiva.
A maneira como enxergamos as coisas ruins que nos acontecem, pode fazer toda a diferença no mundo.
Deixe-me dar-lhe um exemplo.
Durante muito tempo eu me considerava uma pessoa muito azarada, do tipo: “Nada do que eu faço, dá certo”.
Mesmo coisas simples que eu tentava fazer ou desenvolver, pareciam não prosperar. Além disso, quando eu olhava pra vida de outros cristãos, aquilo não só dava certo, como dava certo bem mais fácil.
Uma frase que eu repetia constantemente era: “não dá certo, porque sou eu”.
Eu não falava, mas no meu intimo sentia como se Deus estivesse trabalhando contra mim e não ao meu favor.
Até que um dia, em oração, o Senhor me repreendeu pela minha atitude, e falou ao meu coração dizendo que as dificuldades tinham o objetivo de me ajudar a resolver problemas. E que se eu mudasse a minha atitude e os encarasse de maneira diferente, eu cresceria.
Foi uma experiência muito poderosa!
Eu cri e mudei a atitude.
Acontece que à medida que o tempo foi passando comecei a resolver uma quantidade maior dos problemas que cruzavam meu caminho e outros eu passei a simplesmente, ignorar.
Além de ter emoções mais saudáveis passei a ser menos negativo. E a mentalidade de que Deus estava contra mim, foi substituída pela fé de que ele estava comigo para lidar com todos os problemas.
Analisar o problema sob a perspectiva de Deus é tudo.
Pode não parecer a princípio, mas muitas vezes as coisas ruins que nos acontecem acabam sendo bênçãos disfarçadas.
Lembre-se, coisas ruins acontecem a todos – é apenas uma parte da vida. A chave é como você escolhe vê-la.
A importância do jejum e da oração
Daniel, Neemias e Ester tinham todos uma coisa em comum: eles passaram por tempos de muita dificuldade. Cada um deles se deparou com uma situação que estava fora de seu controle.
É verdade que cada um deles respondeu de uma maneira diferente a sua provação. Mas apesar de suas respostas diferentes, todos tinham um objetivo em mente: preparar sua alma para glorificar a Deus nas adversidades.
Daniel jejuou e orou.
Ele não se concentrou no problema em questão; em vez disso, ele voltou seus olhos para Deus e pediu força e orientação.
Neemias também orou, mas ele também agiu.
Ele chorou e lamentou o estado de seu povo, mas também fez algo a respeito. Ele reconstruiu os muros de Jerusalém para que seu povo estivesse seguro.
E Ester?
Ela fez algo que foi ainda mais difícil. Ela pôs sua própria vida em risco para que seu povo fosse salvo.
Todos esses três CRENTES passaram por um período de humilhação, mas todos eles saíram mais fortes por causa disso.
E nós também podemos.
Se nos voltamos para Deus em oração, se jejuamos e buscamos Sua orientação, e se choramos sobre o que precisamos enfrentar, Ele nos dará a força para passar por qualquer coisa.
Quando oramos, estamos nos humilhando diante de Deus e admitindo que precisamos de Sua ajuda.
Estamos reconhecendo que não podemos fazer tudo sozinhos e que precisamos de Sua orientação.
A oração é uma parte importante da vida cristã porque nos permite permanecer conectados ao Senhor. É através da oração que recebemos força, conforto e sabedoria.
O jejum é outra maneira de nos humilharmos diante de Deus. Quando jejuamos, estamos dizendo que queremos nos concentrar nEle e não em nossos desejos mundanos.
O jejum nos ajuda a lembrar o que é verdadeiramente importante na vida e nos permite crescer em relacionamento com Deus.
Chorar na presença de Deus é um sinal de humildade e dependência, mostra que estamos quebrantados e somos dependentes dele. Mostra que nos preocupamos com as coisas que Deus se importa – e que queremos ver Sua vontade ser feita na terra como no céu.
Cuidado com a cobiça da carne
É fácil ficar preso na busca por coisas. Vivemos em um mundo que nos diz que precisamos do carro mais novo, do telefone mais recente e das roupas mais modernas.
E não se trata apenas de bens materiais; também buscamos relacionamentos, aprovação e sucesso.
Mas o que acontece quando finalmente alcançamos essas coisas? Será que elas nos trazem felicidade duradoura?
A resposta, é muitas vezes, não.
Não há nada de errado em desfrutar das coisas com que Deus nos abençoou, mas devemos ter cuidado para não depositar nelas nossa esperança.
E por quê?
Porque todas elas são temporárias.
Os carros enferrujam, os telefones quebram, as roupas saem de moda. As relações mudam, as pessoas se afastam, e as aprovações são passageiras.
Mesmo o sucesso é temporário; mais cedo ou mais tarde, alguém virá e nos ultrapassará.
Então, no que devemos focar em nossa vida?
Naquilo que é eterno.
Em um relacionamento profundo e duradouro com Deus.
É por isso que Jesus veio – para nos oferecer a vida eterna com Ele (João 3,16).
Quando depositamos nEle nossa esperança, podemos ter certeza de que temos algo que nunca se acabará ou nos será tirado.
O conselho de Jesus em Mateus 6
Como cristãos, nosso objetivo final deve ser agradar a Deus. Isso significa que nossa felicidade não deve ser encontrada nas coisas deste mundo, mas sim em viver nossas vidas de acordo com Sua vontade.
Desconectar nossa felicidade das coisas pode ser difícil, mas é importante lembrar que os bens terrenos são temporários. Ao invés disso, devemos nos concentrar em ser bons cidadãos do Reino de Deus.
Neste sentido, veja o que Jesus diz em Mateus 6:26,27:
Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Mateus 6:26,27 NVI)
Uma das coisas mais importantes a lembrar como cristão é que nossa felicidade não deve estar nas coisas. Este pode ser um conceito difícil de entender porque vivemos em um mundo que está constantemente nos dizendo que precisamos comprar mais e mais coisas pra sermos felizes.
Mas a verdadeira felicidade vem de vivermos nossas vidas de acordo com a vontade de Deus. Quando nos concentramos em agradar a Ele, o significado da vida passa a ser outro.
É fácil ficar preso à cultura materialista em que vivemos e esquecer o que realmente importa.
É importante lembrar que nenhuma dessas coisas importará quando estivermos diante de Deus. A única coisa que importará é se vivemos ou não nossas vidas de acordo com Sua vontade.
Como cristãos, somos chamados a viver na Terra como cidadãos do Reino de Deus.
Isto significa desligar nossa felicidade das coisas e, em vez disso, encontrá-la em viver uma vida que Lhe agrade.
Foi exatamente isso que Jó fez.
As 4 virtudes de Jó
Mesmo no meio de todas as dificuldades, Jó nunca perdeu de vista o que era importante. Ele permaneceu virtuoso, e sua fé nunca vacilou.
Nessa devoção, podemos perceber quatro virtudes em Jó: a fé, o autoconhecimento, a perseverança e a humildade.
A fé de Jó (colocar na tela)
Jó foi capaz de manter sua fé em Deus, mesmo após ter ido da riqueza a pobreza. Mesmo depois que sepultou seus dez filhos após uma tragédia. Mesmo depois que sua saúde física foi tirada e mesmo depois que a sua própria mulher o estimulou a amaldiçoar a Deus.
O autoconhecimento de Jó
Mesmo diante das constantes acusações de seus amigos de que ele estava colhendo o que plantou e que ele havia pecado contra Deus, Jó defendeu sua integridade e manteve a confiança de que o que ele estava vivendo não era fruto de pecado.
Embora não soubesse a razão do sofrimento, Jó sabia que ele não era o culpado pelo que estava vivendo.
A perseverança de Jó
Do começo ao fim do processo de provação, Jó deseja que Deus lhe fale qual o motivo de tudo aquilo. Ele estava disposto a esperar por respostas, mesmo que elas só viessem após a morte.
A humildade de Jó
Quando Deus lhe aparece e começa a conversar, Jó sem demora reconhece sua limitação humana e se arrepende pelos muitos questionamentos que fez sem ter noção da soberania de Deus.
Além disso, quando Deus lhe ordena que ore pelo seus amigos, sem resistência alguma, ele obedece, mostrando que não havia guardado rancor. É exatamente enquanto ora por eles, que Deus muda sua história e lhe devolve o dobro de tudo o que tinha.
Ou seja, as virtudes de Jó foram fundamentais no enfrentamento da adversidade. Em nossos dias, é possível que elas também nos ajudem.
O que a ciência diz sobre a mentalidade de Jó?
A primeira coisa que precisamos entender é que o livro de Jó foi escrito numa época em que as pessoas não sabiam muito sobre ciência.
Na verdade, a palavra “ciência” ainda nem sequer existia!
Portanto, quando lemos a história de Jó, precisamos ter em mente que ela nunca foi destinada a ser um tratado científico.
Tendo isso em mente, vamos ver o que a ciência tem a dizer sobre a mentalidade de Jó.
Veja o que está escrito em Jó 13:15:
Embora ele me mate, ainda assim esperarei nele; certo é que defenderei os meus caminhos diante dele. (Jó 13:15 NVI)
Esta citação nos mostra que Jó tinha uma fé inabalável em Deus, mesmo em meio a um grande sofrimento.
Sobre isso, um estudo publicado na revista Psychological Science descobriu que as pessoas que têm fortes crenças religiosas são mais resilientes diante das adversidades.
Os autores do estudo sugerem que as crenças religiosas dão às pessoas um sentido e um objetivo, o que as ajuda a lidar com situações difíceis.
Vemos isso de maneira clara na vida de Jó, e como isso o ajudou a permanecer fiel a Deus, e a suportar a adversidade.
Uma outra atitude de Jó, que lhe ajudou a suportar a perda de seus bens e filhos, foi a gratidão. Ao invés de reclamar pelo que perdeu, ele foi grato pelo tempo que desfrutou de tudo.
E como nós podemos fazer o mesmo?
A importância do contentamento
Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. (Filipenses 4:11,12 NVI)
O dicionário define o contentamento como “um estado de felicidade e satisfação”.
Como cristãos, somos chamados a ser satisfeitos em todas as coisas. Mas o que isso significa? E por que isso é tão importante?
Estar satisfeito não significa que estamos sempre felizes com nossas circunstâncias. Não significa que nunca desejamos mais ou que nos esforçamos para melhorar.
Ao contrário, significa que estamos satisfeitos com o que temos, sabendo que Deus está no controle e trabalhará em todas as coisas para o nosso bem (Romanos 8:28).
O contentamento é uma escolha. Nem sempre é fácil, mas vale sempre a pena.
Na próxima vez que você se sentir descontente, lembre-se da importância de estar contente em todas as coisas.
Confie em Deus e em Sua provisão perfeita para sua vida. Escolha o contentamento hoje!