No mundo acelerado em que vivemos, o conforto e a previsibilidade podem parecer um porto seguro. E não é surpreendente que cada vez mais pessoas estejam optando por isso. De acordo com uma pesquisa da Barna Group de 2021, 67% dos adultos relataram que preferem permanecer em sua zona de conforto do que enfrentar desafios e incertezas.
Mas, quando nos refugiamos em nossa zona de conforto, estamos, na verdade, rejeitando a oportunidade de viver a vida abundante que Jesus preparou. Estamos nos negando a oportunidade de experimentar o novo, de enfrentar o desconhecido, de aprender, crescer e influenciar pessoas a conhecer o reino de Deus.
Por mais que possa parecer contraditório, esse conforto traz consigo uma grande desvantagem. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard em 2020 revelou que as pessoas que se apegam excessivamente à sua zona de conforto são mais propensas a experimentar ansiedade e estresse a longo prazo. Elas se sentem presas em uma rotina, incapazes de se adaptar a novas situações ou enfrentar desafios.
Mas, somos chamados a algo mais. Somos chamados a sair de nossa zona de conforto e embarcar em uma jornada de fé em um relacionamento profundo com Jesus.
Deus tem um plano maior para cada um de nós, um plano que exige que sejamos corajosos, que tenhamos fé e que estejamos dispostos a sair de nossa zona de conforto para buscar o Reino de Deus.
Essa jornada não é fácil. Pode ser desconfortável, pode ser incerta, mas é uma jornada repleta de crescimento, gratidão e realização. É um caminho que nos leva a uma vida mais profunda, mais significativa e mais gratificante. É um caminho que nos leva ao Reino de Deus.
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A zona de conforto
“Como o cão que retorna ao seu vômito, assim é o insensato que repete a sua loucura.” (Provérbios 26:11)
Segundo uma pesquisa de 2020 (“Frontiers in Human Neuroscience”), a zona de conforto é definida como um estado mental em que a pessoa se sente familiarizada, segura e, consequentemente, relaxada. Na zona de conforto, minimizamos o estresse e o risco. Ou seja, vivemos de forma automática, sem desafios.
O fascínio da zona de conforto é compreensível. Em um mundo que muda constantemente e a um ritmo cada vez mais rápido, a zona de conforto é uma âncora, um espaço de previsibilidade e segurança. O Relatório de Estresse Global de 2020, por exemplo, mostrou que 79% das pessoas relataram sentir estresse pelo menos uma vez por dia, enquanto 34% experimentaram (estresse) altos níveis de estresse. Nestas circunstâncias, buscar a segurança da zona de conforto parece ser uma resposta natural.
Mas a zona de conforto, apesar de seu apelo imediato, tem um preço. Ela nos impede de crescer, de nos desenvolver, de explorar novas oportunidades e experiências que podem enriquecer nossa vida. Como o versículo de Provérbios que mencionamos sugere, permanecer constantemente na zona de conforto é como um cão que retorna ao seu vômito. É um retorno ao que é familiar, mesmo que esse familiar seja prejudicial ou limitante.
A Universidade de Yale, em 2021, publicou uma pesquisa indicando que pessoas que passam a maior parte do tempo em sua zona de conforto têm uma probabilidade 40% maior de desenvolver sintomas de depressão e ansiedade. Eles encontram-se presos em um ciclo de repetição que impede seu crescimento e desenvolvimento.
Além disso, uma pesquisa da Universidade de Cambridge descobriu em 2022 que pessoas que expandem constantemente suas zonas de conforto têm maior probabilidade de ter uma visão de vida positiva, lidar melhor com o estresse e desfrutar de uma maior satisfação com a vida.
Como cristãos, somos chamados a crescer, a nos desenvolver, a buscar a vontade de Deus e a nos aventurar além do que é confortável e familiar. Estamos sendo chamados a viver, não apenas uma existência confortável e segura, mas uma vida de propósito, significado e relacionamento com Jesus.
Sobre isso, Mark Batterson disse o seguinte: “O caminho para os milagres está sempre através de territórios desconfortáveis. Não podemos ter um milagre sem primeiro ter um problema. A zona de conforto é o grande inimigo da coragem e da criatividade; movendo-se além dela exige fé.” (Mark Batterson)
Deus nos chama para algo maior, para algo além da comodidade e da familiaridade. Ele nos desafia a sair de nossa zona de conforto e nos aventurar na incerteza e no desconhecido, guiados por sua direção, porque é lá que encontramos a verdadeira vida que Ele planejou para nós.
O chamado de Deus
“Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)
O chamado para sair da nossa zona de conforto e seguir a Jesus é um convite para viver de acordo com a vontade de Deus e não a nossa. Este chamado requer uma entrega completa, um autodesprezo de nossas vontades e desejos mundanos, e uma disposição para carregar a nossa cruz.
Para ilustrar este chamado e como ele pode nos levar para fora de nossa zona de conforto, eu gostaria de pensar com você sobre a história de Corrie ten Boom, uma cristã protestante e sobrevivente do Holocausto.
Corrie, junto com sua família, foi levada para campos de concentração nazistas por esconder judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
A vida de Corrie foi virada de cabeça para baixo. Ela saiu de sua zona de conforto de uma maneira dramática, enfrentando circunstâncias incrivelmente desafiadoras. Mas, apesar de tudo, Corrie ten Boom manteve sua fé em Jesus. Ela acreditava que Deus a havia chamado para fazer o que era certo, mesmo que isso significasse sacrificar seu conforto e segurança.
Depois de ser libertada, Corrie dedicou o resto de sua vida a compartilhar a mensagem do amor e do perdão de Deus. Ela viajou pelo mundo, falando sobre sua experiência e encorajando outros a responderem ao chamado de Deus em suas próprias vidas.
Ao olharmos para a vida de Corrie, vemos uma verdade importante: o chamado de Deus raramente é confortável, mas sempre nos leva para o próximo nível no relacionamento com ele. Deus nos chama para sair de nossa zona de conforto, para negar a nós mesmos, para tomar nossas cruzes e segui-Lo. Isso pode levar a algumas das experiências mais desafiadoras de nossas vidas, mas também pode nos conduzir ao crescimento, à transformação e a um propósito mais profundo.
Lembrando as palavras de Mateus 16:24, Jesus não promete uma jornada fácil ou confortável. Ele nos pede para negar a nós mesmos, para largar o nosso eu confortável, nossa zona de conforto, e segui-Lo. Isso implica aceitar as dificuldades, os desafios, os desconfortos que podem vir ao longo do caminho. Mas também promete um caminho de verdadeira vida, de propósito e de significado, em direção ao Reino de Deus.
Sobre isso, o Pastor Rick Warren disse o seguinte: “Deus raramente pede a pessoas comuns para fazerem coisas confortáveis. Ele chama para coisas que exigem fé, coragem e um amor profundo por Deus e Seu próximo. Viver em seu propósito sempre custa algo. Mas não fazer nada custa ainda mais”. – Rick Warren
A jornada para fora de nossa zona de conforto e em direção ao chamado de Deus pode ser assustadora, mas é através dessa jornada que encontramos e desfrutamos do bom plano de Deus para nossa vida. Assim como Corrie, somos chamados a responder ao convite de Jesus, não importa o quão desconfortável ou desafiador possa ser.
Viver a vida que Deus planejou
“O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.” (João 10:10)
Não é apenas uma existência, uma passagem de tempo, um acúmulo de dias e noites. Jesus fala de uma vida “em abundância”, uma vida além da mediocridade, além do comum. Uma vida além das fronteiras de nossa zona de conforto.
E para que possamos viver essa vida plena, precisamos primeiro reconhecer que nosso conforto e nossa complacência podem estar nos impedindo de experimentar tudo o que Deus tem para nós. Deus quer mais para nós do que apenas conforto. Ele tem um propósito, um chamado que nos leva além do que é fácil e previsível.
Para cada um de nós, este chamado será diferente. Pode ser um chamado para servir, para ensinar, para criar, para liderar. Pode ser um chamado para amar de maneiras que nunca imaginamos sermos capazes. E responder a esse chamado será assustador. Vai exigir coragem. Vai exigir fé. Mas vale a pena.
Porque quando respondemos ao chamado de Deus, descobrimos um propósito. Descobrimos alegria. Descobrimos uma vida que vale a pena ser vivida. Descobrimos o que significa realmente ter uma vida plena.
A vida abundante que Deus planejou para nós não é um caminho fácil. Requer que deixemos para trás nossa zona de conforto, que enfrentemos desafios, que superemos obstáculos. Mas é uma vida cheia de propósito, significado e alegria. É uma vida que vale a pena ser vivida.
Sobre isso, Christine Caine disse o seguinte: “Deus não nos chamou para sermos comuns e levarmos uma vida mediana. Ele nos chamou para sair do comum, para sairmos de nossa zona de conforto e nos tornarmos extraordinários ao seguirmos seu chamado.” – Christine Caine
Vamos viver essa vida seguindo a direção de Deus. Vamos sair de nossa zona de conforto e entrar na vida abundante que Deus planejou para nós. Porque é aí, fora de nossa zona de conforto, que descobrimos o que significa realmente viver.