Segundo o Banco Mundial, até 2021, quase 10% da população mundial vivia com menos de US$ 1,90 por dia, a linha internacional de pobreza. Isso são quase 770 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo em condições de extrema pobreza.
Por mais catastróficos que estes números sejam, há uma pobreza ainda mais profunda e abrangente que não pode ser medida em termos monetários – a pobreza espiritual. Esta pobreza se manifesta de muitas maneiras, seja na forma de solidão, desespero, falta de propósito ou significado na vida.
No mundo em que vivemos, é cada vez mais fácil se sentir oprimido, impotente, até mesmo desesperado. Mas quero lhe dizer que há esperança. E essa esperança tem um nome: Jesus Cristo.
Em Lucas 4:18, Jesus anuncia sua missão, eu gostaria de lhe convidar a explorar comigo essa missão revolucionária do nosso Senhor.
Na quinta mensagem da série: Boa notícia, vamos mergulhar no coração do evangelho, na boa notícia que Jesus veio trazer, e ver como essa mensagem de esperança e liberdade pode transformar nossas vidas e nosso mundo.
>>> Inscreva-se em nosso Canal no YouTube
Boas notícias para os pobres
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para anunciar boas notícias aos pobres…”. – Lucas 4:18
Qual o significado dessa promessa? Quem são os pobres a quem Jesus se refere?
A primeira imagem que provavelmente vem à nossa mente é a da pobreza material, dos indivíduos e famílias que sofrem com a falta dos recursos básicos para a sobrevivência e a dignidade humana. E certamente, essas pessoas estão incluídas no público a quem Jesus desejava alcançar. Ele falava com pessoas que viviam em condições de extrema pobreza, pessoas marginalizadas pela sociedade.
Mas, a mensagem de Jesus não se limitava a elas. Ele estava também se dirigindo aos “pobres de espírito”, àqueles que, independentemente de sua situação financeira, sentiam-se perdidos, desesperados, desprovidos de propósito ou significado na vida. Ele estava falando para aqueles que se sentiam pequenos, excluídos, abandonados. Aqueles que precisavam desesperadamente de boas notícias.
E quais são essas boas notícias que Jesus veio anunciar? É a mensagem da graça redentora, da salvação, do amor incondicional de Deus por cada um de nós, independentemente de quem somos, do que fizemos ou de onde viemos.
Essas boas notícias representam uma ruptura com a lógica do mundo, onde muitas vezes somos valorizados por nossa riqueza, nosso status social, nossas realizações. A mensagem de Jesus nos diz que somos valorizados simplesmente porque somos filhos e filhas de Deus, porque somos humanos, cheios de potencial e dignidade.
E mais, Jesus nos mostra que Deus se importa profundamente com os sofrimentos e lutas dos pobres. Ele se identifica com os oprimidos, os marginalizados, os esquecidos. Ele nos chama para fazer o mesmo, para ver os pobres, para ouvi-los, para responder às suas necessidades com compaixão e justiça.
Sobre isso, C.S Lewis disse o seguinte: “Deus não quer uma parcela de sua vida. Deus quer você. Deus não quer nada de você. Deus quer você.” – C.S Lewis
Essa é a essência da missão de Jesus. Ele não veio apenas para trazer boas notícias; ele é a boa notícia. Ele é o cumprimento da promessa de Deus de redenção e restauração, de amor e justiça, de paz e alegria. Ele nos convida a participar dessa missão, a sermos portadores de boas notícias em um mundo que muitas vezes está cheio de notícias ruins. E nenhuma mensagem é tão revolucionária quanto essa.
Libertar os cativos
“Ele me enviou para proclamar liberdade aos cativos…” – Lucas 4:18
Quando falamos em cativos, quais imagens vêm à mente? Talvez prisioneiros em celas, algemados, presos atrás de grades. Isso certamente se aplica, mas Jesus está falando sobre uma forma de cativeiro mais profunda e universal.
Estima-se que, globalmente, 600 milhões de pessoas sofram de transtornos de ansiedade e depressão. Estes são os cativos modernos, aprisionados pelas correntes invisíveis de doenças mentais, ansiedade e medo. Eles são prisioneiros, não de ferro e aço, mas de pensamentos e sentimentos que lhes prendem, isolam, e muitas vezes, os fazem sentir sem esperança.
Mas, Jesus se propõe a libertar esses cativos. Não é uma libertação física de prisões de concreto, mas uma libertação mental e espiritual. Ele oferece alívio para a ansiedade, consolo para a tristeza, paz para a mente tumultuada.
E como é essa liberdade que Jesus oferece? Ela é a certeza de ser amado e aceito incondicionalmente por Deus, independentemente de nossas falhas ou fraquezas. É a promessa de que, não importa quão grandes sejam nossos medos ou nossas lutas, nós não estamos sozinhos. Deus está conosco, nos capacitando, nos fortalecendo, nos guiando.
E aqui mora uma grande verdade. A mensagem de Jesus não é simplesmente de suportar o sofrimento, mas de transformá-lo. Ele não simplesmente nos chama para suportar nossas provações, mas nos dá a promessa de que através delas, podemos crescer, podemos mudar, podemos nos tornar mais semelhantes a Ele.
Segundo o Instituto Gallup, pessoas que possuem um forte sentido de propósito e uma forte conexão espiritual têm maiores índices de bem-estar mental e emocional. Elas se sentem mais esperançosas, mais resilientes, mais conectadas a outros. E isso é exatamente o que Jesus promete.
Ele nos chama para uma vida de liberdade, não uma liberdade sem desafios ou lutas, mas uma liberdade que os transcende. Uma liberdade que vem da certeza de que somos amados por Deus, que somos preciosos aos Seus olhos, que temos um propósito e um significado.
Sobre isso, o Reformador Martinho Lutero disse o seguinte: “A liberdade cristã não é uma liberdade para, mas uma liberdade de: liberdade do medo, liberdade da culpa, liberdade da incerteza.” – Martinho Lutero
Isso é o que significa ser verdadeiramente livre. E é essa liberdade que Jesus veio proclamar.
Restaurar a vista aos cegos
“Ele me enviou… para libertar os oprimidos e restaurar a vista aos cegos”. – Lucas 4:18
Estamos em um mundo que muitas vezes nos deixa cegos. Cegos para o amor, para a verdade, para a justiça. Cegos para o valor que temos como filhos e filhas do Deus vivo. E Jesus veio para mudar isso, Ele veio para abrir nossos olhos!
Mas o que isso significa? O que significa ter nossos olhos abertos por Jesus?
Significa ver a verdade de quem somos em Deus. Não somos definidos pelos nossos erros, pelas nossas falhas, pelos nossos pecados. Somos definidos pelo amor incondicional que Jesus tem por nós, somos definidos pela cruz e pela ressurreição, somos definidos pela graça que foi derramada sobre nós!
Ter nossos olhos abertos por Jesus significa também ver o mundo como Ele vê. Ele nos chama para enxergar além das superfícies, além das aparências. Ele nos chama para ver a necessidade do próximo, a injustiça que oprime, a desigualdade que divide. E Ele nos chama para agir, para sermos suas mãos e pés neste mundo, para trazermos o seu amor e a sua justiça para os lugares mais escuros.
Sobre isso, Philip Yancey disse: “A graça significa que Deus já vê o fim antes mesmo de começarmos a jornada.” – Philip Yancey
Essa é a missão de Jesus, e é também a nossa missão. Não é uma tarefa fácil. Exige coragem, exige fé, exige amor. Mas lembrem-se, não estamos sozinhos nesta jornada. Jesus está conosco, guiando-nos, fortalecendo-nos, inspirando-nos.
Então eu lhes pergunto: Você está pronto ou pronta para ter seus olhos abertos? Está pronta para ver a si mesmo e ao mundo através dos olhos de Jesus? Se a resposta for sim, então se prepare, porque a vista é maravilhosa!
