Você já parou para pensar por um momento que o medo, este sentimento tão humano e muitas vezes indesejado, não seja o vilão que todos pensamos. E se eu lhe disser que o medo, sim, o medo, é o combustível secreto para a verdadeira coragem? Pode parecer contraditório, mas nesta mensagem, lhe convido a olhar para dentro e fora de si, explorando como o tremor das nossas inseguranças pode nos impulsionar para os braços de uma fé mais robusta, mais ativa em Jesus.
“O perfeito amor lança fora o medo”, nos diz o texto Sagrado. Mas, não é curioso como mesmo os mais devotos entre nós ainda sentem o frio na barriga diante do desconhecido? O que isso revela sobre a natureza da coragem?
Estudo no formato de vídeo:
A Coragem de Enfrentar Nossos Gigantes
Quando olhamos para o horizonte de nossas vidas, muitas vezes nos deparamos com obstáculos que bloqueiam a luz do sol da esperança. Esses obstáculos são os gigantes que enfrentamos: problemas que parecem insuperáveis, situações que testam nossa fé até o limite. Mas quero lhes trazer uma palavra que fala ao coração dos cristãos através dos séculos, uma verdade poderosa que deve ecoar em nossos corações: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).
Este versículo, amados, não é um grito de guerra para todos aqueles que têm se sentido fracos, pequenos e incapazes. O apóstolo Paulo, que enfrentou prisões, açoites e perigos mortais, não fala de uma teoria distante; ele fala de uma experiência vivida, de uma realidade testada no fogo das adversidades. Ele nos ensina que, mesmo quando nossas forças se esgotam, há um manancial inesgotável de poder disponível para nós — o poder que vem de Cristo.
Você pode perguntar: Como posso acessar essa força? Como posso ter a coragem de lutar contra esses gigantes que me assombram dia e noite?
A resposta está na intimidade com Deus, na profunda relação de dependência que temos com o Senhor Jesus. É nessa relação que descobrimos que não estamos sozinhos em nossas batalhas, que a nossa fragilidade é o palco onde o poder de Deus se manifesta com maior esplendor.
Sobre isso, A.W. Tozer disse o seguinte: “Ser corajoso é ser firme na esperança e nas ações, é acreditar que mesmo os obstáculos mais difíceis têm uma solução em Deus.”
É fácil cantar sobre a vitória quando estamos em um dia de sol, mas é nas tempestades, diante dos Golias de nossa existência, que a verdadeira coragem é forjada. Coragem não é ausência de medo, mas a decisão de avançar apesar do medo. É olhar para o gigante e ver, não a sombra que ele projeta, mas a luz de Jesus que brilha mais forte por trás dele.
Meus irmãos e irmãs, cada gigante que cai diante de nós é uma lembrança viva de que não há limite para o que podemos enfrentar quando nossa força vem do Senhor. Que possamos, abraçar essa verdade e permitir que ela nos transforme. Que possamos dizer, em meio à batalha, com a convicção de quem foi fortalecido pelo próprio Deus: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.
A Inabalável Fortaleza da Fé
Num mundo onde as estatísticas frequentemente nos apresentam cenários desoladores, é fácil nos sentirmos abatidos e sem esperança. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 6% da população brasileira sofre de depressão, o equivalente aproximadamente 12 milhões de brasileiros. Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, um gigante que muitas vezes caminha de mãos dadas com a falta de coragem e a desesperança.
Mas em 2 Timóteo 1:7 está escrito:
“Porque não nos foi dado o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” – 2 Timóteo 1:7
Paulo, nesse versículo, nos apresenta um contraste surpreendente: a covardia não faz parte do nosso DNA espiritual. Em vez disso, recebemos um espírito de poder, amor e domínio próprio. O poder de que Paulo fala não é humano, é divino; não é falível, é inabalável.
O amor mencionado pelo apóstolo é o que nos conecta uns aos outros, o amor que “nunca falha” (1 Coríntios 13:8). Estudos mostram que o suporte social é fundamental para superar momentos difíceis. Uma pesquisa publicada pelo Jornal de Personalidade e Psicologia Social indica que as pessoas que sentem mais amor e suporte em suas vidas têm maior resiliência frente aos problemas do dia a dia. Em nossas famílias e igrejas, esse amor deve ser uma realidade percebida no dia a dia, uma força que nos une e nos faz fortes.
A moderação, ou domínio próprio, é a habilidade de manter o controle em tempos de adversidade, não permitindo que as emoções nos arrastem para um lugar onde não fazemos nada. É o equilíbrio que nos permite olhar para os desafios de frente, sem nos desviarmos para o caminho do desespero. Esta autodisciplina é reforçada pela nossa prática diária da fé, pelas nossas orações, pelo estudo da Palavra e pela nossa comunhão com os irmãos e irmãs em Cristo.
Sobre isso, John Piper disse o seguinte: “A fé é a disposição da alma que nos permite ir além das nossas esperanças e entender que Deus está no controle.”
Diante de estatísticas que nos falam de crise, depressão e ansiedade, a Igreja de Jesus deve levantar com fé, como um farol de esperança. Não ignoramos os dados, mas escolhemos responder a eles com uma coragem que vem de uma fonte inesgotável: o Espírito Santo dentro de nós.
Que possamos olhar para além dos números e ver a força que nos foi dada. Vamos abraçar esse poder, amor e autodisciplina e permitir que eles nos moldem, fortaleçam e nos mantenham firmes. Em Cristo, somos mais do que números; somos mais que vencedores.
A União Construção da Coragem
“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” – Hebreus 10:24
Neste versículo, somos chamados a sermos arquitetos da coragem uns dos outros. Sim, arquitetos! Porque cada palavra de encorajamento, cada gesto de amor, cada oração compartilhada, constrói algo. Edifica a fortaleza da coragem no coração do irmão, da irmã que está ao seu lado. E quando uma tempestade vem, essa fortaleza coletiva se torna nosso abrigo comum.
Numa pesquisa realizada pela Barna Group, descobriu-se que os indivíduos que participam regularmente de uma comunidade de fé reportam níveis mais altos de esperança e otimismo. Não é apenas uma coincidência feliz, é a manifestação da verdade bíblica em dados concretos: “O cordão de três dobras não se rompe facilmente” (Eclesiastes 4:12).
Nessa comunhão, encontramos uma fonte inesgotável de coragem. Porque quando um cai, o outro estende a mão. Quando um chora, o outro oferece o ombro. Quando um celebra, o outro se alegra junto. É nessa interação de vidas entrelaçadas que descobrimos que a coragem não é uma conquista solitária, mas uma conquista comunitária.
Sobre isso, Winston S. Churchill disse o seguinte: “O medo é uma reação. A coragem é uma decisão.”
Olhem em volta. Veja quem Deus colocou ao seu lado. Quem lhe encoraja a continuar e exorta a melhorar. Essas pessoas são as suas aliadas, seus amigos, suas colunas de força. Deus abençoou você, com a vida delas. Que essa mesagem não apenas lhe encoraje, mas faça de você um encorajador, uma encorajadora. Que a nossa união seja o terreno fértil onde a coragem cresce e floresce, hoje e sempre. Em Nome de Jesus!