Em 2 Samuel 15 vemos que Absalão se revolta contra o governo de Davi e aplicou um golpe, obrigando seu pai a fugir de Jerusalém. O juízo de Deus contra Davi continuava dentro de sua casa.
Absalão, a quem ele permitiu voltar e o recebeu em sua presença, está disposto a usurpar o trono e derrotar seu próprio pai, com o desejo de mostrar que é melhor do que ele.
Devemos estar atentos a sentença aplicada por Deus, mas também a atitude Absalão. Ele é um filho completamente mau, invejoso, ganancioso, soberbo e mimado.
O rei Davi se destaca por muitas qualidades, mas como pai, ele deixou muito a desejar. Além de não ser um grande exemplo moral, ele não conseguiu educar e disciplinar seus filhos de maneira adequada. Muito dessa situação, é colheita dessa negligência.
Muitos pais cometem esse erro, deixando seus filhos fazer tudo o que querem, mas isso é muito perigoso. O sábio nos aconselha, diversas vezes, a disciplinar nossos filhos com muita diligência, para que eles tenham um bom caráter na vida adulta.
Esboço de 2 Samuel 15:
2 Samuel 15.1-6: Absalão, o astuto
2 Samuel 15.7-12: Golpe de estado
2 Samuel 15.13,14: “Vamos fugir”
2 Samuel 15.24-26: “Faça ele comigo a sua vontade”
2 Samuel 15.30-37: Caminhando e chorando
Estudo de 2 Samuel 15 em vídeo
2 Samuel 15.1-6: Absalão, o astuto
Algum tempo depois, Absalão adquiriu uma carruagem, cavalos e uma escolta de cinqüenta homens. 2 Ele se levantava cedo e ficava junto ao caminho que levava à porta da cidade. Sempre que alguém trazia uma causa para ser decidida pelo rei, Absalão o chamava e perguntava de que cidade vinha. A pessoa respondia que era de uma das tribos de Israel, 3 e Absalão dizia: “A sua causa é válida e legítima, mas não há nenhum representante do rei para ouvi-lo”. 4 E Absalão acrescentava: “Quem me dera ser designado juiz desta terra! Todos os que tivessem uma causa ou uma questão legal viriam a mim, e eu lhe faria justiça”. 5 E sempre que alguém se aproximava dele para prostrar-se em sinal de respeito, Absalão estendia a mão, abraçava-o e beijava-o. 6 Absalão agia assim com todos os israelitas que vinham pedir que o rei lhes fizesse justiça. Assim ele foi conquistando a lealdade dos homens de Israel. (2 Sm 15.1–6 NVI).
O primeiro passo de Absalão para atingir seu objetivo de vingança com relação ao seu pai, Davi, foi colocar-se entre o rei e o povo, para ouvir seus problemas.
De maneira astuta, ele disse que o rei estava muito ocupado para ouvi-los e que mesmo assim, o rei não havia estabelecido juízes para analisar suas causas.
Ele era a solução para o problema que ele mesmo criou.
Absalão mostrou grande interesse pelo povo. Quando eles vinham se curvar diante dele, recebiam beijos e afago. Com isso, ele naturalmente ganhou o apoio da população…
Isso me ensina algumas coisas.
Nossos piores adversários podem estar bem perto de nós. No caso de Davi, não eram mais os exércitos das nações inimigas, mas o seu próprio filho.
E o pior!
Esse inimigo, nasceu das decisões erradas que Davi tomou, como pai.
É isso que acontece quando não encaramos e resolvemos problemas familiares. Quanto mais o tempo passa, mais eles crescem.
Há muitos pais e mães que oprimem seus filhos, que abandonam. Eles só não param pra pensar, que o tempo passa e a criança se torna um adulto.
No caso, de Absalão, ele agora planeja um golpe de estado contra o maior rei que Israel já teve. Seu maior campeão. O homem que enfrentou Golias, agora terá de lutar contra o próprio filho.
2 Samuel 15.7-12: Golpe de estado
7 Ao final de quatro anos, Absalão disse ao rei: “Deixa-me ir a Hebrom para cumprir um voto que fiz ao Senhor. 8 Quando o teu servo estava em Gesur, na Síria, fez este voto: Se o Senhor me permitir voltar a Jerusalém, prestarei culto a ele em Hebrom ”. 9 “Vá em paz!”, disse o rei. E ele foi para Hebrom. 10 Absalão enviou secretamente mensageiros a todas as tribos de Israel, dizendo: “Assim que vocês ouvirem o som das trombetas, digam: Absalão é rei em Hebrom”. 11 Absalão levou duzentos homens de Jerusalém. Eles tinham sido convidados e nada sabiam nem suspeitavam do que estava acontecendo. 12 Depois de oferecer sacrifícios, Absalão mandou chamar Aitofel, da cidade de Gilo, conselheiro de Davi. A conspiração ganhou força, e cresceu o número dos que seguiam Absalão. (2 Sm 15.7–12 NVI).
Um dia, sentindo que seu apoio popular era o suficiente para o andamento do plano, Absalão pediu e recebeu permissão do rei para ir a Hebrom, com o argumento de que queria pagar um voto ao Senhor que ele havia feito durante o exílio em Gesur.
Por 4 anos Absalão tornou distante o relacionamento do povo para com o rei Davi. Agora o tempo é favorável ao golpe de estado.
Quando Absalão chegou a Hebrom, o centro da dinastia davídica, o lugar onde Davi havia começado seu reinado, Absalão anunciou que estava assumindo o poder.
Os 200 homens que o acompanharam desde Jerusalém e Aitofel o principal conselheiro do próprio Davi, apoiaram o golpe.
2 Samuel 15.13,14: “Vamos fugir”
13 Então um mensageiro chegou e disse a Davi: “Os israelitas estão com Absalão!” 14 Em vista disso, Davi disse aos conselheiros que estavam com ele em Jerusalém: “Vamos fugir; caso contrário não escaparemos de Absalão. Se não partirmos imediatamente ele nos alcançará, causará a nossa ruína e matará o povo à espada”. (2 Sm 15.13–14 NVI).
Rapidamente chegaram à capital notícias de que Absalão dera um golpe e que tudo estava perdido. Davi, convencido da desesperança de sua causa e ansioso para poupar a cidade da destruição, fez planos de partir e seguir para o leste em direção à Transjordânia.
Ele deixou para trás 10 concubinas domésticas. O povo, incluindo 600 giteus – homens fiéis que o seguiram desde Gate na Filístia quando ele foi perseguido por Saul.
Ele tentou persuadir seu oficial mercenário filisteu, Itai de Gate, a ficar para trás, pois não tinha nada a temer de Absalão. Mas, para sua surpresa, Itai recusou, preferindo honrar seu compromisso de lealdade juntando-se ao rei no banimento.
Agora, o grande rei Davi, está fugindo de seu próprio filho, caso contrário, seria morto…
Isso me ensina algumas coisas.
Os pequenos problemas que nós ignoramos, vão crescer e podem causar a nossa ruína. Esse princípio está por toda parte, desde o preventivo exame de mama ou próstata até o devocional diário que há muito tempo deixou de ser feito.
Pequenas coisas, que fazem muita diferença. Problemas que começaram pequenos, se tivessem sido resolvidos, não causariam tamanho estrago.
Contudo, nunca é tarde para buscar a Deus. Neste sentido, veja o que Davi fez.
2 Samuel 15.24-26: “Faça ele comigo a sua vontade”
24 Zadoque também estava lá, e com ele todos os levitas que carregavam a arca da aliança de Deus; Abiatar também estava lá. Puseram no chão a arca de Deus até que todo o povo saísse da cidade. 25 Então o rei disse a Zadoque: “Leve a arca de Deus de volta para a cidade. Se o Senhor mostrar benevolência a mim, ele me trará de volta e me deixará ver a arca e o lugar onde ela deve permanecer. 26 Mas, se ele disser que já não sou do seu agrado, aqui estou! Faça ele comigo a sua vontade”. (2 Sm 15.24–26 NVI).
Zadoque e Abiatar, os dois principais sacerdotes, foram enviados de volta a Jerusalém por Davi. Ele sabia que se fosse a vontade de Deus que ele voltasse como rei, ele o faria.
Portanto, não havia necessidade de manter a arca longe do santuário. Afinal, era Davi e não o Senhor que iria para o exílio.
Além disso, os dois filhos dos sacerdotes: Aimaás e Jônatas, poderiam levar a Davi quaisquer revelações que Deus pudesse dar a seus pais.
Já vimos que Davi não era um bom pai, mas em toda circunstância de sua vida fica claro, que ele é um servo de Deus, admirável.
A submissão de Davi e sua consciência da soberania de Deus estão muito à frente de seu tempo. Ele não era um homem religioso, apenas, era um verdadeiro adorador.
Davi entendia de maneira espiritual os símbolos do culto. Por isso, quando lhe perguntaram se a Arca deveria sair de Jerusalém, ele responde que não:
“Se o Senhor mostrar benevolência a mim, ele me trará de volta e me deixará ver a arca e o lugar onde ela deve permanecer. 26 Mas, se ele disser que já não sou do seu agrado, aqui estou! Faça ele comigo a sua vontade”.
Davi tem muitos defeitos, mas não na sua devoção a Deus. E isso faz toda a diferença na vida de qualquer um de nós.
2 Samuel 15.30-37: Caminhando e chorando
30 Davi, porém, continuou subindo o monte das Oliveiras, caminhando e chorando, com a cabeça coberta e os pés descalços. E todos os que iam com ele também tinham a cabeça coberta e subiam chorando. 31 Quando informaram a Davi que Aitofel era um dos conspiradores que apoiavam Absalão, Davi orou: “Ó Senhor, transforma em loucura os conselhos de Aitofel”. 32 Quando Davi chegou ao alto do monte, ao lugar onde o povo costumava adorar a Deus, veio ao seu encontro o arquita Husai, com a roupa rasgada e com terra sobre a cabeça. 33 E Davi lhe disse: “Não adianta você vir comigo. 34 Mas se voltar à cidade, poderá dizer a Absalão: Estarei a teu serviço, ó rei. No passado estive a serviço de teu pai, mas agora estarei a teu serviço. Assim você me ajudará, frustrando o conselho de Aitofel. 35 Os sacerdotes Zadoque e Abiatar estarão lá com você. Informe-os do que você souber no palácio. 36 Também estão lá os dois filhos deles: Aimaás e Jônatas. Por meio deles me informe de tudo o que você ouvir”. 37 Husai, amigo de Davi, chegou a Jerusalém quando Absalão estava entrando na cidade. (2 Sm 15.30–37 NVI).
Davi e seus leais seguidores, seguiram para o leste, atravessando o vale do Cedrom e subindo o Monte das Oliveiras. A cabeça coberta e os pés descalços indicavam seu profundo desespero.
Para piorar a situação, Davi descobriu que seu conselheiro de confiança, Aitofel, havia se juntado à causa de Absalão.
Mas para contrariar os bons conselhos de Aitofel, Davi alistou Husai, um amigo que pediu para acompanhar o rei em seu caminho, e o convenceu a retornar a Jerusalém e juntar-se à corte de Absalão como conselheiro.
Sua missão seria contradizer o conselho de Aitofel e comunicar os planos de Absalão a Zadoque e Abiatar, cujos filhos por sua vez os transmitiriam a Davi.
Davi então continuou em sua fuga, mas Absalão assumiu o controle firme de Jerusalém.
Mas em meio a toda essa tragédia, Davi nos ensina algo. Ele faz algo que aparentemente não fazia há um bom tempo, Davi ora.
A partir da sua oração Deus começa a agir e coloca Husai em seu caminho, que acaba sendo uma peça fundamental no retorno do rei.
É isso!
Para mim a grande lição que fica nesse ponto é: não importa o quão difícil ou caótica esteja a situação, ore.
Porque Deus é bom e ele age.