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Gênesis 12: Qual o chamado de Deus para Abraão?

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:9 minutos

Gênesis 12 marca um divisor de águas na história bíblica. Depois de narrar a criação, a queda e o espalhamento das nações, o texto agora se volta para um único homem, chamado por Deus para ser instrumento de bênção sobre toda a terra. Ao ler esse capítulo, percebo como a história de Deus com a humanidade ganha um novo tom de esperança e direção. A partir da vida de Abraão, Deus revela o início do plano redentor que culminará em Cristo, como veremos claramente em Gálatas 3.

Qual é o contexto histórico e teológico de Gênesis 12?

O livro de Gênesis foi escrito por Moisés, provavelmente no século XV ou XIII a.C., enquanto o povo de Israel se preparava para entrar na Terra Prometida. Esse capítulo faz parte do que os estudiosos chamam de “história patriarcal”, onde vemos Deus chamando indivíduos como Abraão, Isaque e Jacó para serem portadores da promessa divina.

Gênesis 12 está inserido num cenário cultural bem conhecido no antigo Oriente Próximo. Naquela época, as famílias eram definidas pela “casa do pai”, conceito que envolvia não apenas o vínculo familiar, mas também herança, propriedade e segurança social. Ao ser chamado a deixar “a casa do pai”, Abraão estava abrindo mão de tudo isso para confiar exclusivamente na direção do Senhor (WALTON; MATTHEWS; CHAVALAS, 2018).

Outro ponto importante é a relação com a terra. No mundo antigo, a terra significava não só sustento, mas identidade e futuro. Para um pastor ou agricultor, perder sua terra era perder sua dignidade e perspectiva de vida. Assim, o chamado de Deus a Abraão para deixar sua terra e ir rumo ao desconhecido revela um convite radical à fé (WALTKE; FREDRICKS, 2010).

Teologicamente, Gênesis 12 representa o avanço da graça de Deus sobre a humanidade caída. Após o juízo sobre Babel, descrito em Gênesis 11, Deus retoma sua palavra de bênção, agora centrada em um homem e em sua descendência. É um ponto de partida para o plano redentor que alcançará todos os povos.

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Como o texto de Gênesis 12 se desenvolve? (Gênesis 12.1-20)

O capítulo pode ser dividido em duas grandes cenas: o chamado e peregrinação de Abraão (v. 1-9) e sua experiência no Egito (v. 10-20).

O chamado e as promessas de Deus (Gênesis 12.1-3)

O texto começa com uma ordem surpreendente:

“Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gênesis 12.1).

Essa ordem exigia fé e desprendimento. Deus não revela o destino final de imediato, apenas promete que o mostrará no tempo certo. Segundo Waltke e Fredericks (2010), o verbo hebraico lek-lekā carrega o sentido de separação definitiva e demonstra que Abraão deveria confiar de olhos fechados na direção do Senhor.

Junto com a ordem, Deus faz sete promessas, algo simbólico no contexto bíblico de completude:

  1. “Farei de você um grande povo”
  2. “Eu o abençoarei”
  3. “Tornarei famoso o seu nome”
  4. “Você será uma bênção”
  5. “Abençoarei os que o abençoarem”
  6. “Amaldiçoarei os que o amaldiçoarem”
  7. “Por meio de você todos os povos da terra serão abençoados” (Gênesis 12.2-3).

Essas promessas são o cerne da aliança abraâmica, que se desenvolverá ao longo de toda a Bíblia. A bênção que começa com Abraão tem um horizonte universal, apontando para o Messias e a redenção final, como se cumpre em Mateus 1, na genealogia de Jesus.

A obediência de Abraão e sua peregrinação (Gênesis 12.4-9)

O texto segue com uma demonstração prática da fé de Abraão:

“Partiu Abrão, como lhe ordenara o Senhor” (Gênesis 12.4).

Mesmo com 75 anos e sem conhecer o destino final, ele parte com sua esposa Sarai, seu sobrinho Ló e seus bens. Essa decisão marca o início de sua peregrinação pela Terra Prometida.

Abraão percorre a região de Canaã, chegando a locais estratégicos como Siquém, Betel e o Neguebe. Em cada ponto, ele constrói altares e invoca o nome do Senhor (Gênesis 12.7-8), sinalizando que reconhece o senhorio de Deus sobre aquela terra.

É interessante que o texto destaca:

“Naquela época os cananeus habitavam essa terra” (Gênesis 12.6).

Isso revela um cenário de incerteza e desafio. A terra prometida já era habitada, e conquistar aquele território exigiria dependência contínua de Deus (WALTON; MATTHEWS; CHAVALAS, 2018).

Essa cena também dialoga com as promessas futuras feitas a Isaque e Jacó, como lemos em Gênesis 26 e Gênesis 28, onde Deus reafirma o compromisso de dar a terra à descendência de Abraão.

Abraão no Egito e o fracasso da fé (Gênesis 12.10-20)

O capítulo também registra um momento de fragilidade. Quando a fome assola a terra, Abraão desce ao Egito, buscando provisão. Embora isso não seja explicitamente condenado, o fato de não haver menção à direção de Deus sugere que a decisão foi tomada por medo e não por fé (WALTKE; FREDRICKS, 2010).

Temendo ser morto por causa da beleza de Sarai, Abraão pede que ela diga ser sua irmã. Essa meia-verdade coloca Sarai em perigo e revela uma falha na confiança nas promessas divinas. O faraó toma Sarai para seu harém, mas Deus intervém, afligindo o Egito com doenças.

O desfecho é constrangedor: Abraão é repreendido pelo faraó e expulso do Egito, embora saia enriquecido (Gênesis 12.17-20). Essa cena evidencia que, apesar das falhas humanas, Deus permanece fiel à sua promessa, como vemos se repetir em Gênesis 20, quando Abraão comete o mesmo erro com Abimeleque.

Que conexões proféticas encontramos em Gênesis 12?

Gênesis 12 é um dos capítulos mais ricos em conexões proféticas. A partir do chamado de Abraão, a Bíblia traça uma linha contínua que aponta para Jesus Cristo e a salvação universal.

Primeiramente, a promessa de que “todos os povos da terra serão abençoados” (Gênesis 12.3) se cumpre em Cristo, descendente de Abraão, conforme Paulo explica em Gálatas 3.

Além disso, o padrão da vida de Abraão — chamado, peregrinação, promessa e bênção — ecoa na experiência do povo de Deus ao longo da história. Israel, os profetas e a Igreja seguem esse mesmo caminho.

A saída de Abraão da terra natal e sua jornada rumo ao desconhecido antecipam o êxodo do Egito e a peregrinação de Israel no deserto (ver Êxodo 12). No Novo Testamento, a figura do crente como peregrino neste mundo remete diretamente à experiência de Abraão (Hebreus 11.8-10).

Por fim, a bênção universal prometida a Abraão se concretiza na pregação do Evangelho a todas as nações, conforme as palavras de Jesus em Mateus 28:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações…”

O que Gênesis 12 me ensina para a vida hoje?

Ao ler Gênesis 12, sou desafiado a viver uma fé que sai da zona de conforto. Abraão deixa para trás segurança, estabilidade e tradição, e caminha confiando apenas na promessa de Deus. Isso me lembra que a vida cristã muitas vezes exige rupturas, renúncias e passos de fé.

Também aprendo que a obediência abre portas para o agir de Deus. Abraão partiu, e Deus começou a cumprir suas promessas. Muitas vezes, queremos garantias antes de obedecer, mas Gênesis 12 me mostra que a bênção vem no caminho, não antes da jornada começar.

O texto também revela que a fé não anula as falhas humanas. Assim como Abraão mentiu por medo, eu também posso fraquejar. Mas Deus, em sua graça, continua fiel e cuida dos seus planos, mesmo quando eu erro.

A construção dos altares ao longo da peregrinação de Abraão me ensina a consagrar cada etapa da minha vida a Deus. Em tempos de incerteza, levantar altares — ou seja, ter momentos de adoração e devoção — me fortalece e me lembra de quem está no controle.

Por fim, Gênesis 12 me mostra que minha vida tem um propósito maior. Assim como Abraão foi chamado para ser bênção às nações, eu também sou chamado a refletir o amor de Deus onde estou, levando esperança, fé e a mensagem de Cristo.

Como Gênesis 12 me conecta ao restante das Escrituras?

Gênesis 12 é um dos pontos centrais para entender toda a narrativa bíblica. Ele se conecta diretamente a diversos textos que ampliam e aprofundam as promessas feitas a Abraão:

  • Em Gênesis 15, Deus reafirma sua aliança, promete descendência e terra.
  • Em Romanos 4, Paulo apresenta Abraão como o exemplo de fé, mostrando que somos justificados pela confiança em Deus, não por obras.
  • Em Hebreus 11, Abraão é destacado como alguém que viveu pela fé, aguardando a cidade celestial.
  • A bênção universal prometida a Abraão encontra eco em Apocalipse 7, onde uma multidão de todas as nações adora diante do trono de Deus.

Percebo, assim, que a história de Abraão não é apenas um relato antigo, mas o início de um plano que me alcança hoje e me conecta à missão de Deus no mundo.


Referências

  • WALTKE, Bruce K.; FREDRICKS, Cathi J. Gênesis. Organização: Cláudio Antônio Batista Marra. Tradução: Valter Graciano Martins. 1. ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010.
  • WALTON, John H.; MATTHEWS, Victor H.; CHAVALAS, Mark W. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Antigo Testamento. Tradução: Noemi Valéria Altoé da Silva. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2018.

Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.

Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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