Josué 5 começa com um cenário de vitória para os israelitas, que sob a liderança de Josué e intervenção milagrosa de Deus, atravessaram o Jordão com cerca de 2 milhões de soldados e civis e estabeleceram uma cabeça de praia em Gilgal.
Aparentemente, era hora de atacar imediatamente as fortalezas de Canaã, uma vez que o moral do povo de Canaã havia sido abalado por notícias sobre as conquistas miraculosas dos israelitas. No entanto, Deus tinha um plano diferente.
Antes da conquista, havia negócios inacabados e estes eram de natureza espiritual. Era hora de renovação e consagração, que deveriam preceder a conquista. O capítulo então segue com a explicação de três experiências que Deus levou Israel a passar antes da conquista: a renovação da circuncisão, a celebração da Páscoa e a apropriação dos produtos da terra.
Neste estudo, vamos nos concentrar na primeira dessas experiências, a renovação da circuncisão, e entender a sua importância espiritual para o povo de Deus.
Esboço de Josué 5
Js 5.1-3: A circuncisão dos israelitas
Js 5.4-7: A renovação da aliança com Deus
Js 5.8-9: O fim do maná e a provisão divina na terra prometida
Js 5.10-15: O encontro de Josué com o comandante do exército do Senhor
Reflexão de Josué 5 para os nossos dias
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Josué 5.1-3: A circuncisão dos israelitas
Todos os reis amorreus que habitavam a oeste do Jordão e todos os reis cananeus que viviam ao longo do litoral souberam como o Senhor tinha secado o Jordão diante dos israelitas até que tivéssemos atravessado. Por isso, desanimaram-se e perderam a coragem de enfrentar os israelitas. Naquela ocasião o Senhor disse a Josué: “Faça facas de pedra e circuncide os israelitas de novo”. Josué fez facas de pedra e circuncidou os israelitas em Gibeate-Aralote. (Josué 5:1-3)
O capítulo 5 de Josué marca uma transição importante na história de Israel. Eles acabaram de atravessar o rio Jordão, e agora estão preparados para entrar na terra prometida. No entanto, antes de começar a guerra contra os cananeus, Deus ordena que todos os homens sejam circuncidados novamente.
Essa ordem pode parecer estranha para nós, mas ela tem um significado teológico profundo. A circuncisão era um sinal do pacto que Deus havia feito com Abraão, garantindo que seus descendentes teriam uma terra e uma bênção (Gênesis 17:10-14). Ao ordenar que todos os homens sejam circuncidados novamente, Deus está reafirmando a continuidade desse pacto com Israel.
Além disso, a renovação da circuncisão é um lembrete do fracasso anterior de Israel em cumprir o pacto. Todos os homens que foram circuncidados no Egito haviam morrido no deserto por causa de sua desobediência a Deus (Números 14:26-35). Portanto, a renovação da circuncisão é uma oportunidade para a nova geração de Israel se arrepender dos pecados de seus antepassados e se comprometer novamente com Deus.
Embora a circuncisão seja um rito físico, ela tem implicações espirituais profundas. Paulo escreve que a verdadeira circuncisão é a do coração, realizada pelo Espírito de Deus (Romanos 2:28-29). Em outras palavras, o sinal físico da circuncisão deve ser acompanhado por um compromisso interior com Deus. É isso que Deus espera de Israel e é isso que ele espera de nós hoje.
Em resumo, a renovação da circuncisão em Josué 5 é um lembrete da fidelidade de Deus ao pacto com Abraão e uma oportunidade para Israel se arrepender e se comprometer novamente com Deus. Para nós hoje, a circuncisão deve nos lembrar que Deus espera um compromisso interior conosco, não apenas sinais externos de nossa fé.
Josué 5.4-7: A renovação da aliança com Deus
Ele fez isso porque todos os homens aptos para a guerra morreram no deserto depois de terem saído do Egito. Todos os que saíram haviam sido circuncidados, mas todos os que nasceram no deserto, no caminho, depois da saída do Egito, não passaram pela circuncisão. Os israelitas tinham andado quarenta anos pelo deserto, até que todos os guerreiros que saíram do Egito morressem, visto que não tinham obedecido ao Senhor. Pois o Senhor lhes havia jurado que não veriam a terra que prometera aos seus antepassados que nos daria, terra onde manam leite e mel. Assim, em lugar deles colocou os seus filhos, e foram os filhos que Josué circuncidou. Ainda estavam incircuncisos porque não tinham sido circuncidados durante a viagem. (Josué 5:4-7)
Josué 5:4-7 narra um momento importante na história do povo de Israel, quando eles finalmente deixaram para trás o deserto e entraram na terra prometida. Nesses versículos, somos informados de que todos os homens que nasceram durante os 40 anos de peregrinação pelo deserto foram circuncidados, algo que não tinha acontecido antes.
A circuncisão era um sinal da aliança entre Deus e o povo de Israel, iniciada com Abraão (Gênesis 17:9-14). Isso significava que o povo de Israel havia renovado sua aliança com Deus e se comprometido a seguir as leis e mandamentos de Deus.
Além disso, os israelitas celebraram a Páscoa nesse momento, um evento que lembrava a libertação do Egito e a fidelidade de Deus em proteger e guiar seu povo. Com isso, os israelitas renovaram sua fé em Deus e se prepararam para a conquista da terra prometida.
Esse relato de Josué nos lembra da importância da renovação de nossa fé e compromisso com Deus. Assim como os israelitas renovaram sua aliança com Deus através da circuncisão e da celebração da Páscoa, também precisamos renovar constantemente nossa aliança com Deus, por meio da oração, estudo da Bíblia e participação em celebrações religiosas.
Além disso, os israelitas tiveram que deixar para trás o deserto e enfrentar o desafio de conquistar a terra prometida. Da mesma forma, precisamos estar dispostos a deixar para trás o passado e seguir em frente com fé e confiança em Deus, mesmo diante de dificuldades e desafios.
Em resumo, Josué 5:4-7 nos lembra da importância da renovação da nossa aliança com Deus e da necessidade de avançarmos em fé e confiança para alcançar as bênçãos que Deus tem para nós.
Josué 5.8-9: O fim do maná e a provisão na terra prometida
E, depois que a nação inteira foi circuncidada, eles ficaram onde estavam, no acampamento, até se recuperarem. Então o Senhor disse a Josué: “Hoje removi de vocês a humilhação sofrida no Egito”. Por isso até hoje o lugar se chama Gilgal. (Josué 5:8,9)
O texto de Josué 5.8-9 registra um importante acontecimento teológico na história de Israel: a renovação da aliança com Deus através da circuncisão de todos os homens que haviam nascido no deserto durante os 40 anos de peregrinação.
A circuncisão era um rito importante na cultura hebraica e simbolizava a separação do povo de Deus em relação às nações pagãs ao seu redor. O texto destaca que, depois de terem cruzado o rio Jordão, os filhos de Israel não haviam circuncidado nenhum dos seus filhos nascidos no deserto, mas agora, em obediência à ordem de Deus, Josué ordenou que todos os homens fossem circuncidados.
Esse ato de circuncisão simbolizou a renovação da aliança de Deus com o povo de Israel e demonstrou a fidelidade de Deus para com a sua promessa de dar a terra de Canaã aos seus descendentes. Além disso, a renovação da aliança pela circuncisão também aponta para a necessidade de uma transformação interior, uma mudança de coração, que é essencial para a verdadeira fidelidade a Deus.
A renovação da aliança de Deus com o povo de Israel através da circuncisão é um exemplo da importância da obediência e da fidelidade na caminhada de fé. É um lembrete para nós de que, assim como Israel precisou renovar a sua aliança com Deus, nós também precisamos diariamente renovar o nosso compromisso com Ele e buscar a Sua vontade em nossas vidas. A circuncisão é um símbolo externo da aliança, mas a verdadeira circuncisão é aquela que ocorre no coração, quando nos arrependemos dos nossos pecados e entregamos a nossa vida a Deus.
Portanto, Josué 5.8-9 nos ensina que a obediência e a fidelidade são fundamentais para a nossa relação com Deus e para a nossa caminhada de fé. A renovação da aliança de Deus com Israel pela circuncisão foi um ato de fidelidade de Deus para com o Seu povo, e um lembrete de que Ele cumpre as Suas promessas. Que possamos seguir o exemplo de Israel e renovar a nossa aliança com Deus diariamente, buscando sempre a Sua vontade em nossas vidas.
Josué 5.10-15: Josué e o comandante do exército do Senhor
Na tarde do décimo quarto dia do mês, enquanto estavam acampados em Gilgal, na planície de Jericó, os israelitas celebraram a Páscoa. No dia seguinte ao da Páscoa, nesse mesmo dia, eles comeram pães sem fermento e grãos de trigo tostados, produtos daquela terra. Um dia depois de comerem do produto da terra, o maná cessou. Já não havia maná para os israelitas, e naquele mesmo ano eles comeram do fruto da terra de Canaã. Estando Josué já perto de Jericó, olhou para cima e viu um homem de pé, empunhando uma espada. Aproximou-se dele e perguntou-lhe: “Você é por nós, ou por nossos inimigos? ” “Nem uma coisa nem outra”, respondeu ele. “Venho na qualidade de comandante do exército do Senhor”. Então Josué prostrou-se, rosto em terra, em sinal de respeito, e lhe perguntou: “Que mensagem o meu senhor tem para o seu servo? ” O comandante do exército do Senhor respondeu: “Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é santo”. E Josué as tirou. (Josué 5:10-15)
O capítulo 5 de Josué começa com a circuncisão dos israelitas, um ato que simbolizava a aliança entre Deus e o povo de Israel. No entanto, o versículo 10 indica que a celebração da Páscoa também teve lugar nesse dia, o que é notável, pois a Páscoa não era um feriado anualmente observado nessa época.
Essa celebração da Páscoa no primeiro dia em que entraram na terra prometida é significativa por várias razões. Em primeiro lugar, a Páscoa era um memorial da libertação do Egito, que apontava para a libertação futura que Deus traria a seu povo. Ao celebrar a Páscoa em Canaã, o povo de Israel estava lembrando-se da libertação que Deus lhes havia concedido, assim como lembrando-se da libertação futura que ainda viria através do Messias prometido.
Em segundo lugar, a celebração da Páscoa em Canaã também marcou a transição do povo de Israel do deserto para a terra prometida. O maná, que havia sustentado o povo no deserto, cessou de cair no dia seguinte à celebração da Páscoa. Isso significava que agora o povo dependeria da terra para sua subsistência, e que Deus havia fielmente cumprido a promessa de levá-los para a terra prometida.
Finalmente, o encontro de Josué com o “comandante do exército do Senhor” é outro aspecto importante desse relato. A identidade desse comandante não é clara, mas a maneira como ele é descrito sugere que ele é uma figura divina. A adoração prestada a ele e a ordem que Josué recebeu de remover suas sandálias lembram a revelação de Deus a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3:5). Essa cena pode ter sido uma confirmação para Josué de que Deus estava com ele na batalha pela terra prometida.
Em resumo, o relato de Josué 5:10-15 destaca a importância da celebração da Páscoa e da aliança com Deus para o povo de Israel, assim como a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Também destaca a transição do povo de Israel do deserto para a terra prometida e a presença contínua de Deus com eles nessa jornada.
Reflexão de Josué 5 para os nossos dias
Assim como os filhos de Israel, nós também temos nossas lutas e batalhas diárias. Podemos nos sentir sobrecarregados pelas dificuldades da vida, mas a mensagem de Josué 5 é que, como povo de Deus, podemos confiar em sua provisão e proteção.
Ao chegarem à terra de Canaã, os filhos de Israel tiveram que se submeter a uma circuncisão, um sinal da aliança que Deus fez com Abraão. Essa prática era uma confirmação de que eles eram o povo escolhido de Deus, e que estavam comprometidos a obedecer aos seus mandamentos.
Assim também nós, como cristãos, temos o sinal da aliança em nosso batismo, que simboliza nossa união com Cristo e nossa participação em sua morte e ressurreição. Somos chamados a andar em obediência e fidelidade a Deus, mesmo quando isso significa renunciar aos prazeres e conveniências deste mundo.
Além disso, em Josué 5, vemos que o povo celebrou a Páscoa, uma festa que comemorava a libertação do Egito e a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. A Páscoa também apontava para a vinda do Messias, que seria o sacrifício perfeito pelos pecados da humanidade.
Hoje, como cristãos, também celebramos a Páscoa, lembrando a morte e ressurreição de Cristo e sua vitória sobre o pecado e a morte. Podemos encontrar conforto e esperança nessa verdade, sabendo que Deus cumpre suas promessas e que temos a garantia da vida eterna em Cristo.
Em resumo, Josué 5 nos lembra da importância de nossa identidade como povo escolhido de Deus, de nossa necessidade de obediência e fidelidade, e da nossa esperança em Cristo. Que possamos andar com coragem e confiança em Deus, sabendo que ele é fiel e nos guiará em todas as batalhas que enfrentarmos.
Motivos de oração em Josué 5
Com base no livro de Josué, existem vários motivos pelos quais podemos orar. Aqui estão três motivos de oração que podemos encontrar em Josué 5:
- Obediência – Quando o povo de Israel obedeceu à ordem de circuncisão, eles renovaram seu compromisso com Deus e se comprometeram a segui-lo fielmente. Podemos orar para que Deus nos ajude a ser obedientes à sua vontade e a seguir seus caminhos, mesmo quando não são fáceis ou populares.
- Proteção – Quando o exército de Israel estava vulnerável devido à circuncisão, Deus os protegeu dos inimigos. Podemos orar por proteção em nossas próprias vidas, especialmente em momentos de vulnerabilidade ou dificuldade.
- Conhecimento de Deus – Quando Josué encontrou o comandante do exército do Senhor, ele pediu para saber quem ele era. Podemos orar para que Deus nos revele mais de si mesmo e nos ajude a conhecê-lo melhor, de modo que possamos seguir seus caminhos com mais fidelidade e confiança.
A versão bíblica utilizada neste estudo é a Nova Versão Internacional (São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001)
Edificante simples e claro. Amei a explicacao. Deus os abencoe
Corrigido!
OBRIGADO MISAEL!
‘Além disso, nessa nova etapa da vida do outro lado do Jordão, os israelitas testemunharam a cessão do maná.’
Em vez de cessão do maná trata-se de cessação do maná.
Abraço