Naum 1 é o primeiro capítulo do livro de Naum, um dos livros proféticos menores do Antigo Testamento da Bíblia. Este livro é atribuído ao profeta Naum, cujo nome significa “consolador” ou “confortador”. Acredita-se que Naum tenha vivido durante o século VII a.C., e seu livro é uma profecia sobre a destruição da cidade de Nínive, capital do império assírio.
O capítulo 1 de Naum apresenta uma introdução poética à mensagem principal do livro: o juízo de Deus sobre Nínive e a promessa de restauração e libertação para o povo de Israel. Neste capítulo, Naum enfatiza a soberania, a justiça e a ira de Deus, bem como a sua misericórdia e bondade para com aqueles que se arrependem e confiam nele.
Naum 1 destaca o contraste entre a destruição que aguarda Nínive e a salvação prometida a Judá, demonstrando a soberania de Deus sobre as nações e sua fidelidade para com seu povo. Assim, este capítulo serve como uma introdução importante e contextual para os capítulos seguintes, nos quais Naum detalha a queda de Nínive e as implicações para o povo de Deus.
Esboço de Naum 1
I. Introdução: O título e o tema do livro (1:1)
A. O oráculo contra Nínive
B. A revelação de Naum, o profeta
II. A natureza de Deus: Sua ira e misericórdia (1:2-8)
A. Deus como vingador e justo (1:2-3a)
B. Deus como Senhor da natureza (1:3b-5)
C. Deus como inabalável e protetor (1:6)
D. Deus como refúgio para os que confiam nele (1:7-8)
III. A profecia do juízo sobre Nínive (1:9-14)
A. A pergunta retórica sobre a destruição (1:9)
B. A descrição dos inimigos e seus planos maléficos (1:10-11)
C. A promessa de libertação para Judá (1:12-13)
D. A sentença final contra Nínive (1:14)
IV. A proclamação de boas-novas e salvação a Judá (1:15)
A. A chegada do mensageiro com boas-novas
B. A celebração da paz e libertação
I. Introdução: O título e o tema do livro (1:1)
Naum 1:1 – “A visão que Naum, o elcosita, teve acerca de Nínive. Livro da visão de Naum, filho de Elcos.”
Neste estudo, abordaremos o primeiro versículo do livro de Naum, que introduz o título e o tema principal do livro. A mensagem de Naum é uma profecia contra a cidade de Nínive, capital do Império Assírio, que foi um poderoso e opressivo império no tempo do profeta.
A palavra “visão” (em hebraico, “massa”) é frequentemente usada para descrever um oráculo ou profecia recebida por um profeta. Naum inicia seu livro revelando que a mensagem que ele traz é uma visão acerca de Nínive.
O foco principal do livro é a destruição dessa grande cidade, que havia sido um instrumento de opressão para muitas nações, incluindo Israel e Judá. A visão de Naum é uma resposta divina à injustiça e crueldade praticadas pelos assírios, mostrando que Deus é soberano e julgará os ímpios.
Naum é identificado como o autor do livro e é descrito como “o elcosita”. A palavra “elcosita” pode ser uma referência à cidade natal de Naum, Elcos, que se acredita ser uma cidade na região da Galileia, no norte de Israel. Entretanto, pouco se sabe sobre essa cidade, e sua localização exata permanece incerta.
O nome “Naum” significa “consolador” ou “confortador”, e sua mensagem traz consolo e esperança ao povo de Judá, que havia sofrido nas mãos dos assírios. Ao mesmo tempo, a mensagem de Naum é um alerta severo para Nínive e o Império Assírio, cuja queda e destruição são profetizadas pelo profeta.
Em resumo, Naum 1:1 introduz o livro como um oráculo profético contra a cidade de Nínive e identifica Naum como o profeta portador dessa mensagem. A visão de Naum apresenta a soberania de Deus, que julga as nações por suas iniquidades e traz consolo e libertação ao seu povo. Esta introdução estabelece o contexto para os capítulos seguintes, nos quais Naum detalha a destruição de Nínive e as implicações para o povo de Deus.
II. A natureza de Deus: Sua ira e misericórdia (1:2-8)
O SENHOR é Deus zeloso e vingador! O SENHOR é vingador! Seu furor é terrível! O SENHOR executa vingança contra os seus adversários e manifesta o seu furor contra os seus inimigos. O SENHOR é muito paciente, mas o seu poder é imenso; o SENHOR não deixará impune o culpado. O seu caminho está no vendaval e na tempestade, e as nuvens são a poeira de seus pés. Ele repreende o mar e o faz secar, faz que todos os rios se sequem. Basã e o Carmelo se desvanecem e as flores do Líbano murcham. Quando ele se aproxima os montes tremem e as colinas se derretem. A terra se agita na sua presença, o mundo e todos os que nele vivem. Quem pode resistir à sua indignação? Quem pode suportar o despertar de sua ira? O seu furor se derrama como fogo, e as rochas se despedaçam diante dele. O SENHOR é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que nele confiam, mas com uma enchente devastadora dará fim a Nínive; expulsará os seus inimigos para a escuridão. (Naum 1:2-8)
Naum 1:2-8 descreve a natureza de Deus, revelando como Ele é justo, soberano, poderoso e misericordioso. Naum mostra como Deus se levanta para defender Seu povo e julgar os opressores, como Nínive.
Nesses versículos, Naum destaca a natureza justa e vingadora de Deus. Ele descreve Deus como “zeloso” e “vingador”, mostrando que Ele não tolera a injustiça e defenderá Seu povo. O Senhor é “cheio de furor” contra os que se opõem a Ele e guardarão a ira para os inimigos. Porém, Deus também é “tardio em irar-se”, revelando Sua paciência e misericórdia.
Esses versículos enfatizam o poder de Deus sobre a natureza, mostrando que Ele controla os ventos, tempestades, mares e rios. Naum descreve como Deus repreende o mar e seca os rios, fazendo com que as montanhas tremam e a terra se levante em Sua presença. Essa descrição destaca a soberania de Deus sobre toda a criação e Seu poder ilimitado.
Nesse versículo, Naum questiona quem pode suportar a ira de Deus e resistir à Sua indignação. A ira de Deus é descrita como um fogo que consome e quebra as rochas, demonstrando que nada e ninguém pode se opor ao Seu poder e autoridade. A pergunta retórica ressalta a inabalável força de Deus e como Ele é protetor de Seu povo e implacável contra os inimigos.
Nos versículos 7 e 8, Naum descreve Deus como um refúgio e fortaleza para aqueles que confiam Nele. O Senhor é “bom” e oferece proteção e segurança em tempos de angústia, demonstrando Sua bondade e misericórdia para com Seu povo. Essa promessa de proteção contrasta com a destruição que aguarda Nínive, que será inundada e perseguida até às trevas. A justiça de Deus é evidente na Sua ação contra os opressores e na Sua proteção aos que buscam refúgio Nele.
Em resumo, Naum 1:2-8 revela a natureza de Deus como justo, poderoso, soberano e misericordioso. O profeta descreve como Deus se levanta em defesa de Seu povo e julga os opressores, como Nínive. A mensagem de Naum oferece consolo e esperança ao povo de Judá, mostrando que Deus é seu refúgio e fortaleza, enquanto adverte os inimigos de Deus sobre a destruição que os aguarda.
III. A profecia do juízo sobre Nínive (1:9-14)
O SENHOR acabará com tudo o que vocês planejarem contra ele; a tribulação não precisará vir uma segunda vez. Embora estejam entrelaçados como espinhos e encharcados de bebida como bêbados, serão consumidos como a palha mais seca. Foi de você, ó Nínive, que saiu aquele que trama perversidades, que planeja o mal contra o SENHOR. Assim diz o SENHOR: “Apesar de serem fortes e numerosos, serão ceifados e destruídos; mas, você, Judá, embora eu a tenha afligido, não a afligirei mais. Agora vou quebrar o jugo do seu pescoço e arrancar as suas algemas”. O SENHOR decreta o seguinte a seu respeito, ó rei de Nínive: “Você não terá descendentes que perpetuem o seu nome. Destruirei as imagens esculpidas e os ídolos de metal do templo dos seus deuses. Prepararei o seu túmulo, porque você é desprezível”. (Naum 1:9-14)
Naum 1:9-14 apresenta a profecia do juízo sobre Nínive, com ênfase na destruição que aguarda a cidade e a libertação prometida a Judá.
Neste versículo, Naum faz uma pergunta retórica dirigida aos habitantes de Nínive e ao Império Assírio. A pergunta revela a futilidade de se opor ao Senhor e sugere que, por mais que tentem, seus esforços serão inúteis. O juízo divino será definitivo e a angústia não se levantará novamente.
Naum descreve os inimigos como aqueles que se enredam em espinhos e se embriagam com seu próprio vinho. Essa descrição ilustra a condição pecaminosa e autodestrutiva dos assírios. Apesar de seu aparente poder, eles serão consumidos como palha seca. Naum menciona que de Nínive saiu um conselheiro infame que maquina o mal contra o Senhor, provavelmente referindo-se a algum líder assírio que promoveu a violência e a opressão contra o povo de Deus.
Nestes versículos, Naum transmite a promessa de Deus de libertação para Judá. Mesmo que os inimigos estejam em paz e sejam numerosos, Deus os decepará e fará com que desapareçam. A aflição de Judá chegará ao fim, e Deus promete quebrar o jugo e romper as cadeias impostas pelos opressores.
Naum 1:14 apresenta a sentença final contra Nínive. Deus declara que não haverá mais descendência para perpetuar o nome da cidade e que destruirá as imagens de escultura e de fundição dos deuses de Nínive. A cidade será reduzida à insignificância, e a sepultura de Nínive será preparada por ser considerada vil aos olhos do Senhor.
Em resumo, Naum 1:9-14 revela a profecia do juízo divino sobre Nínive e a promessa de libertação para o povo de Judá. A passagem mostra a futilidade de se opor ao Senhor e descreve a destruição que aguarda os inimigos de Deus. A mensagem de Naum é um lembrete do poder de Deus, que julga os opressores e traz libertação aos oprimidos.
IV. A mensagem de esperança e paz (1:15)
Naum 1:15 – “Eis sobre os montes os pés do que traz boas-novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o homem maligno jamais passará por ti; ele foi exterminado por completo.”
Neste último versículo do primeiro capítulo, Naum apresenta uma mensagem de esperança e paz, contrastando com a destruição de Nínive.
O versículo 15 começa com uma visão esperançosa: o mensageiro que traz boas-novas e anuncia a paz. A imagem dos pés do mensageiro sobre os montes é uma representação poética da aproximação da libertação e da restauração. Essa imagem oferece consolo e esperança para o povo de Judá, que sofreu sob a opressão assíria.
Naum conclui o capítulo com uma exortação ao povo de Judá para celebrar suas festas e cumprir seus votos, em resposta à libertação prometida por Deus. A garantia de que o “homem maligno” jamais passará por Judá novamente indica a eliminação completa dos opressores. Com a destruição de Nínive e a queda do Império Assírio, Judá pode experimentar a paz e a liberdade para adorar e servir a Deus sem medo.
Em resumo, Naum 1:15 apresenta uma mensagem de esperança e paz para o povo de Judá, após a profecia da destruição de Nínive. O mensageiro que traz boas-novas e anuncia a paz simboliza a aproximação da libertação e a restauração da paz em Judá. O versículo encoraja o povo a celebrar suas festas e cumprir seus votos, demonstrando sua gratidão e devoção a Deus, que os libertou da opressão.
Reflexão de Naum 1 para os nossos dias
Ao considerarmos a mensagem do profeta Naum e seu enfoque no juízo de Deus sobre Nínive e a esperança de libertação para o povo de Judá, encontramos uma rica tapeçaria de verdades que nos levam a Cristo e nos encorajam em nossa caminhada cristã nos dias atuais.
Primeiramente, somos lembrados da justiça e da ira de Deus contra o pecado (1:2-3). Assim como Nínive, uma cidade cheia de maldade e violência, não escapou do julgamento divino, também não podemos ignorar nossa própria condição pecaminosa diante de um Deus santo e justo.
Mas, ao mesmo tempo, vemos a misericórdia de Deus, que é “tardio em irar-se” (1:3). A misericórdia de Deus se revela plenamente em Jesus Cristo, que levou sobre si a ira de Deus pelos nossos pecados (Romanos 3:25).
A mensagem de Naum também nos lembra do poder de Deus sobre a natureza (1:3b-5). Em Cristo, vemos a manifestação do poder divino, como quando Ele acalmou a tempestade (Marcos 4:39) e andou sobre as águas (Mateus 14:25). O poder de Deus em Cristo nos assegura que, em meio às tempestades da vida, temos um Salvador que está no controle de todas as coisas e nos sustenta em meio às provações.
A promessa de libertação para Judá (1:12-13) ecoa a libertação espiritual encontrada em Cristo. Assim como Deus prometeu romper o jugo dos opressores de Judá, Jesus veio para nos libertar do jugo do pecado e da morte (Romanos 6:23). Nós, que cremos em Cristo, podemos descansar na certeza de que Ele nos libertou da escravidão do pecado e nos deu a esperança da vida eterna.
Por fim, a mensagem de esperança e paz em Naum 1:15 nos aponta para a obra consumada de Cristo. Jesus é o verdadeiro mensageiro que traz boas-novas e anuncia a paz entre Deus e os homens (Efésios 2:14-17). Através de Sua morte e ressurreição, Jesus estabeleceu a paz definitiva e nos convida a celebrar e adorar a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24).
Portanto, ao refletirmos sobre Naum 1, somos convidados a encontrar em Cristo nosso refúgio, libertador e fonte de paz. Como crentes, podemos nos alegrar na certeza de que o poder, a justiça e a misericórdia de Deus são revelados em Jesus, e que nele encontramos a verdadeira esperança para nossas vidas e para o mundo.
Motivos de oração em Naum 1
- Agradecimento pela misericórdia e paciência de Deus: Naum 1 nos mostra que, apesar da justiça e ira de Deus contra o pecado, Ele é também misericordioso e tardio em irar-se (1:3). Podemos orar em agradecimento pela misericórdia e paciência de Deus em nossa vida, mesmo em meio às nossas falhas e pecados. Agradecemos a Ele por nos conceder a oportunidade de arrependimento e por nos oferecer Sua graça através de Jesus Cristo.
- Suplicar pela libertação dos oprimidos: O capítulo 1 de Naum destaca a preocupação de Deus pelos oprimidos e Seu desejo de trazer libertação e justiça (1:12-13). Podemos orar pelos que sofrem injustiças e opressões no mundo atual, pedindo a Deus que intervenha em suas vidas e lhes conceda libertação. Também podemos pedir sabedoria e orientação para agir em favor dos oprimidos e ser instrumentos de justiça e misericórdia em nossas comunidades.
- Buscar a paz e a presença de Deus: Naum 1:15 apresenta a mensagem de esperança e paz que Deus traz para Seu povo. Podemos orar para que a paz de Deus, que excede todo entendimento, esteja conosco em nossos corações e mentes, mesmo em meio a tempos difíceis e incertos (Filipenses 4:7). Além disso, podemos clamar pela presença de Deus em nossa vida, para que possamos experimentar Seu amor, consolo e orientação em todas as circunstâncias.
A versão bíblica utilizada neste estudo é a Nova Versão Internacional (São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001)
gostei muito do estudo.
Amei o estudo vou passar pra minha igreja