Há momentos em nossa jornada espiritual em que enfrentamos montanhas aparentemente intransponíveis, vales de desespero e rios de dúvidas. São nessas horas de provação que, às vezes, podemos nos sentir como crianças perdidas na floresta escura da vida, clamando por ajuda, mas recebendo apenas o eco de nosso próprio desespero em resposta. Nesses momentos, nossas orações podem parecer como sementes lançadas ao vento, sem esperança de germinar.
Mas, a verdade divina e eterna é que nossas orações, mesmo aquelas que parecem perdidas no vento, nunca caem em ouvidos surdos. Elas sobem como incenso aos céus, capturadas e acalentadas pelo coração amoroso de nosso Salvador.
O Senhor nos assegura que a persistência na oração, essa perseverança sagrada do espírito, nunca é em vão. A oração persistente é um farol brilhante na escuridão, um fio de prata que nos conecta ao coração de Jesus.
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A Oração é um Diálogo Contínuo
“Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” – Mateus 26:41
Uma das pessoas mais conhecidas do século XVI, é Martinho Lutero, muito conhecido por como o pai da Reforma Protestante Ele é um exemplo notável de alguém que manteve um diálogo constante com Jesus através da oração.
Lutero era um homem que conhecia a fraqueza da carne. Ele vivia em um mundo onde a corrupção e a injustiça eram comuns, onde a verdade de Deus estava sendo distorcida.
Mas ele também conhecia o poder do espírito. Ele sabia que, mesmo em meio à tentação, mesmo quando o mundo ao seu redor parecia estar se desmoronando, a oração constante e persistente poderia manter sua fé viva e forte.
Ele se ajoelhava no frio de sua cela monástica, horas após hora, dia após dia, conversando com Jesus. E suas orações não eram meras palavras vazias, mas conversas profundas e sinceras. Ele suplicava por orientação, pedia força, buscava a verdade. E ele não apenas falava, mas também escutava. Ele se abria para a voz de Deus, permitindo que ela o guiasse em seus caminhos.
E foi em meio a essas orações intensas que Lutero encontrou a coragem para desafiar as heresias dominantes da época. Foi em meio à sua comunhão constante com Jesus que ele encontrou a força para pregar as 95 teses que iniciaram a Reforma Protestante.
Ele foi perseguido, excomungado, marcado como um fora-da-lei. Mas mesmo em face de tais adversidades, Lutero nunca parou de orar. Ele nunca parou de conversar com Jesus. E é por isso que ele é lembrado até hoje, não apenas como um reformador, mas como um homem de oração.
Sobre isso, ele disse: “Orar é não apenas falar, mas ansiar que Deus conceda, a respeito do que falamos.”
Por que, então, devemos persistir na oração?
Porque a oração é a nossa linha direta com Deus. É a maneira como conversamos com Jesus, é a forma como mantemos nosso espírito forte, mesmo quando nossa carne é fraca. É a maneira como buscamos orientação, é a forma como encontramos força. E é através da oração que podemos viver vidas que glorificam a Deus, assim como Martinho Lutero fez.
A Oração exige Perseverança
“… Devem sempre orar e nunca desanimar.” – Lucas 18:1
Sobre a oração, a vida de uma mulher extraordinária pode nos inspirar, Susanna Wesley, a mãe de John e Charles Wesley, fundadores da Igreja Metodista. Uma mulher cuja vida de oração perseverante ilustra poderosamente a essência desta passagem bíblica.
Susanna, nascida no século XVII, enfrentou desafios inimagináveis. Como mãe de dezenove filhos, dez dos quais sobreviveram à infância, ela se encontrava constantemente cercada por responsabilidades e preocupações. Seu marido, Samuel Wesley, era ministro do Evangelho, estava frequentemente ocupado, deixando-a com a maior parte da responsabilidade de gerenciar a casa e a educação de seus filhos.
Mas mesmo em meio a esses desafios, Susanna nunca desistiu de sua vida de oração. Todos os dias, ela dedicava uma hora pela manhã e outra à tarde para se retirar em solidão e orar. Ela chamava esses momentos de seus “horários privados”. Mesmo com uma casa cheia e uma vida agitada, ela fez da oração uma prioridade.
Quando perguntada sobre como conseguia encontrar tempo para a oração em meio à sua vida agitada, Susanna respondeu que “não encontrava tempo, mas fazia tempo”. A oração não era algo que ela encaixava em sua agenda; era algo para o qual ela criava espaço, não importava como.
Pense na perseverança necessária para manter tal disciplina. Pense na força de vontade que Susanna deve ter tido para continuar orando, mesmo quando estava exausta, mesmo quando estava sobrecarregada, mesmo quando a tentação de desistir deve ter sido esmagadora.
E o que aconteceu como resultado de sua perseverança na oração?
Deus ouviu suas súplicas. Seus filhos, John e Charles Wesley, tornaram-se homens de Deus influentes, tornando Jesus conhecido e impactando milhões de vidas ao longo dos séculos.
Sobre a oração Susanna disse o seguinte: “Eu considero a leitura da Bíblia e a oração privada como deveres necessários, não para serem realizados apenas quando minha mente e meu corpo estiverem em condições, mas tarefas a serem feitas, mesmo quando meu coração está frio e meu espírito desanimado.” (Susanna Wesley)
A história de Susanna Wesley nos lembra que a oração exige perseverança. Não é um ato casual que se faz quando se tem tempo. É uma prática intencional que deve ser mantida, mesmo em face das adversidades.
Como Susanna, somos chamados a “criar tempo” para a oração, a persistir, mesmo quando é difícil, e a confiar que Deus ouvirá e responderá às nossas súplicas.
A Oração traz Transformação
O Senhor lhe disse: “Vá à casa de Judas, na rua chamada Direita, e pergunte por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está orando…Atos 9:11
A oração, não é um ato estéril, mas um ato de poder divino que traz mudança, crescimento e transformação.
Quando nos aproximamos do trono da graça, quando nos curvamos em oração, não estamos apenas falando com o Deus do universo, mas estamos permitindo que Ele fale conosco, que Ele transforme nossos corações e mentes, que Ele nos molde em Sua imagem.
Pensem em Saulo de Tarso, um homem que perseguiu os seguidores de Jesus com fervor implacável. Um homem que estava firmemente moldado pelo padrão deste mundo. Mas em um encontro divino na estrada para Damasco, Saulo foi transformado. Ele se tornou Paulo, o apóstolo, um dos maiores pregadores do evangelho que já existiu.
E um dos instrumentos dessa transformação foi: A oração.
Paulo se ajoelhou e orou, e em sua oração, ele foi ouvido por Jesus. Em sua oração, ele foi transformado. Ele foi renovado. Ele deixou de ser um perseguidor para se tornar um proclamador da Boa Nova. Ele deixou de ser um inimigo da fé para se tornar um dos seus maiores defensores.
A história de Paulo é um lembrete poderoso do que a oração pode fazer. Ela não apenas nos conecta com Deus, mas também nos permite ser transformados por Ele.
Através da oração, somos renovados. Através da oração, somos moldados. Através da oração, podemos resistir ao padrão deste mundo e nos tornarmos mais parecidos com Cristo.
Sobre a oração, C.S Lewis disse o seguinte: “A oração não muda Deus, mas muda aquele que ora.” (C.S Lewis)
Que possamos todos, como Paulo, encontrar Jesus em nossas orações. E que possamos todos, como Paulo, ser usados por Deus para fazer uma diferença neste mundo, para a Sua glória.