Uma das tentações da era presente e que tem se mostrado uma poderosa força a nos afastar dos princípios da palavra de Deus é o vício em tecnologia. Em nossa era digital, um estudo recente publicado pela revista científica “Ergonomics” em 2023 mostrou que a maior parte dos adultos passa mais de 34 horas por semana em frente às telas, seja para trabalho ou lazer. Isso representa quase um terço de todas as horas acordadas em uma semana.
Um relatório da Common Sense Media, também em 2023, revelou que as crianças passam, em média, 6 horas por dia em frente a uma tela, seja assistindo a vídeos, jogando videogames ou simplesmente navegando nas redes sociais. A mesma pesquisa mostra um aumento de 50% no tempo de tela para crianças e adolescentes nos últimos 5 anos.
Estamos vivendo num mundo onde a tecnologia se tornou parte integrante da nossa existência. E isso não é necessariamente ruim. A tecnologia tem potencial para ser uma incrível ferramenta de crescimento e conexão. Mas, assim como qualquer outra coisa, quando usada em excesso, pode se tornar prejudicial.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, estamos agora lidando com uma “epidemia de inatividade” que é alimentada pelo aumento do uso da tecnologia. Isso tem levado a uma série de problemas de saúde como obesidade, depressão e ansiedade.Na segunda mensagem da série: primeiro o reino, vamos refletir sobre o impacto que a tecnologia está tendo em nossas vidas e como ela está afetando nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Se inscreva no Canal e ative todas as notificações para não perder nenhuma parte da série, e fique comigo até o final porque: há uma palavra de Deus para você.
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Tecnologia x Distração
“Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra. Marta, porém, estava ocupada com muito serviço…” (Lucas 10:38-40)
Em Lucas 10:38-42, somos apresentados à história de Maria e Marta. Em nossa era moderna, muitos de nós somos como Marta, preocupados e inquietos com muitas coisas. Estamos sempre ocupados, sempre correndo, sempre fazendo. Nossos dispositivos tecnológicos contribuem para esta inquietação, bombardeando a nossa mente com informações, distrações e exigências constantes de nossa atenção.
Por outro lado, Maria é um exemplo da quietude e a dedicação que devemos ter ao buscar o Reino de Deus. Ela escolheu sentar-se aos pés de Jesus e ouvir Sua palavra, em vez de se distrair com os muitos afazeres do dia a dia.
Muitas vezes, nos encontramos tão reféns dos nossos telefones e aparelhos digitais que nos esquecemos de reservar um tempo para ficar quietos e ouvir a Deus. Os aplicativos de redes sociais, jogos e notícias ocupam nosso tempo e atenção, afetando o tempo de qualidade que passamos meditando na Bíblia e em oração.
O vício em tecnologia pode facilmente se tornar uma distração que nos impede de buscar o Reino de Deus. Como Marta, podemos nos encontrar tão preocupados e inquietos com as muitas coisas que a tecnologia nos apresenta que esquecemos de escolher a “boa parte” – o tempo com Deus.
Precisamos refletir no que Jesus disse a Marta: “Marta, Marta, você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” Assim como Maria, devemos escolher a boa parte. Devemos escolher o tempo com Deus acima das distrações da tecnologia.
Sobre isso, o ex-jogador de futebol americano Tim Tebow, disse: “Numa cultura onde o barulho é constante e a tecnologia sempre presente, eu procuro encontrar a tranquilidade na quietude. Para ouvir a voz de Deus, às vezes você tem que desligar o mundo.” – Tim Tebow, ex-jogador de futebol americano e personalidade da mídia cristã.
É importante que reflitamos sobre como estamos usando a tecnologia, em nossa vida. Estamos permitindo que ela nos distraia de nossa busca pelo Reino de Deus? Estamos permitindo que nossos dispositivos nos dominem, ou estamos usando-os como ferramentas para melhorar nossas vidas e aprofundar nossa fé? Onde quer que estejamos em nossa jornada, saiba que é possível redefinir nossas prioridades e escolher a “boa parte”.
A tecnologia como ferramenta
“Tudo é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo é permitido”, mas nem tudo edifica. (1 Coríntios 10:23)
As estatísticas mostram o alcance incrível da tecnologia. Segundo o relatório “Digital 2023” da We Are Social e Hootsuite, há mais de 5,3 bilhões de usuários de smartphones no mundo, representando mais de dois terços da população global. Além disso, há mais de 4,6 bilhões de usuários de internet, passando em média mais de 6 horas por dia online.
A questão que surge é: como estamos usando essa tecnologia? Estamos a utilizando para edificação, para crescer, para nos conectar de maneiras significativas? Ou estamos permitindo que ela nos distraia, nos isole e, ou até mesmo, nos destrua?
A tecnologia pode ser uma ferramenta incrível. Pode conectar pessoas em lados opostos do mundo, permitir o acesso a vastas quantidades de conhecimento, facilitar o transplante de órgãos, salvando milhares de pessoas e expandir o compartilhamento das boas novas de Cristo, como fazemos aqui no Jesus e a Bíblia.
Um estudo da Barna Group de 2021 mostrou que 59% dos crentes americanos compartilharam sua fé, através da internet, e 34% dizem que ela é fundamental para o seu crescimento espiritual.
Mas a tecnologia também tem o potencial de se tornar uma força destrutiva. A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, agora reconhece o vício em jogos online como uma condição de saúde mental. E um estudo da revista “Nature” de 2022 descobriu que o uso excessivo das redes sociais está diretamente ligado com maior risco de depressão, ansiedade e solidão.
O apóstolo Paulo nos lembra que, embora “tudo seja permitido”, nem tudo convém ou edifica. A tecnologia, como qualquer outra ferramenta, pode ser usada para o bem ou para o mal. O que importa é como a usamos. Se usamos a tecnologia para nos edificar e aos outros, para nos conectar com Deus e com nosso próximo, então estamos usando essa ferramenta corretamente.
Sobre isso, Joyce Meyer disse: “A tecnologia em si não é ruim, mas ela não substitui a conexão humana real. Não deixe que a tecnologia tome conta de sua vida, ao ponto de perder momentos reais com os que você ama.” – Joyce Meyer, autora cristã e palestrante.
Se você estiver viciado, ou viciada, distraido ou distraido em suas atividades, responsabilidades e relacionamentos, talvez seja hora de reavaliar seu uso da tecnologia. Lembre-se das palavras de Paulo e busque usar a tecnologia de uma maneira que seja edificante, não destrutiva.
A tecnologia como senhor
Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas 5:1)
O vício em tecnologia é uma forma de escravidão. Quando permitimos que a tecnologia domine nossas vidas, quando nos sentimos incapazes de passar um dia, ou mesmo algumas horas, sem verificar nossos telefones, estamos nos sujeitando ao jugo da escravidão.
O apóstolo Paulo nos exorta a permanecer firmes na liberdade que Cristo nos deu. Mas como fazer isso no contexto do vício em tecnologia?
Primeiro, devemos reconhecer que a tecnologia em si não é o problema. Ela é uma ferramenta, e como toda ferramenta, seu valor depende de como a usamos. A chave é usá-la com sabedoria e moderação, não permitindo que ela nos domine, para isso é muito importante o exercício do domínio próprio.
Devemos estabelecer limites saudáveis para o uso da tecnologia. Talvez isso signifique determinar certos horários do dia para ficar offline, ou talvez signifique limitar o tempo que passamos nas redes sociais ou jogando jogos online.
Além disso, devemos priorizar o tempo com Deus acima do tempo com a tecnologia. Isso pode envolver a leitura da Bíblia pela manhã antes de verificar o telefone, ou talvez passar um tempo em oração ou meditação antes de se deitar à noite, em vez de passar esse tempo navegando na internet.
Na vida a tecnologia nem sempre foi benção. Por muitos anos, mesmo estando em Cristo eu era viciado em jogos de video game. Quando casei com Carol foi que o problema se tornou evidente, porque começou a afetar nosso relacionamento. Passava 8, 10, 12 horas jogando. Ela me pedia pra diminuir o ritmo, mas eu não conseguia, só depois que ela passou um tempo em jejum e oração pela minha vida foi que percebi que estava em uma prisão.
O pior é que mesmo sendo apaixonado por pregações, nunca ouvi ninguém falar sobre aquilo, nem na igreja local nem nos pregadores que ouvia.
Graças a Deus, fui liberto e hoje uso a tecnologia para tornar Jesus conhecido.
Sobre isso, Craig Groeschel disse: “A tecnologia pode ser como um fogo: pode cozinhar sua comida ou queimar sua casa. Tudo depende de como a usamos. Use-a para iluminar o mundo, e não para incendiar sua vida.” – Craig Groeschel, pastor e autor cristão.
Lembre-se, a nossa meta é o Reino de Deus. A tecnologia pode ser uma ferramenta útil em nossa jornada de fé, mas não deve se tornar nosso mestre. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou, então permaneçamos firmes nessa liberdade e não nos sujeitemos novamente ao jugo da escravidão, seja ele qual for.