A busca pela perfeição é um desejo natural da natureza humana. Somos constantemente bombardeados com imagens e mensagens que nos dizem que devemos ser melhores, mais belos, mais bem-sucedidos e, em última análise, perfeitos.
Essa busca pela perfeição pode se infiltrar em nossas vidas espirituais e, muitas vezes, nos impede de viver o bom plano de Deus para a nossa vida.
Muitos cristãos caem na armadilha de acreditar que devem alcançar um certo padrão de perfeição em sua fé e práticas religiosas. Isso pode levar a uma vida de constante insatisfação e frustração, pois a perfeição é inatingível para nós, enquanto estivermos na Terra.
Além disso, a tentação da perfeição pode desviar nossa atenção do verdadeiro propósito da vida cristã: viver em comunhão com Deus e amar uns aos outros.
A tentação da perfeição pode se manifestar de várias maneiras. Alguns cristãos podem se tornar obcecados em seguir regras e rituais religiosos, acreditando que isso os tornará mais aceitáveis aos olhos de Deus.
Outros podem se concentrar em alcançar um padrão elevado de moralidade, buscando ser “bons” o suficiente para merecer o amor e a aprovação de Deus. Essas atitudes podem levar à autocrítica excessiva, ao legalismo e à hipocrisia, impedindo que experimentamos a verdadeira liberdade e alegria que Deus deseja para nós.
É importante lembrar que Deus conhece nossa natureza humana falível e não espera que sejamos perfeitos. Ele conhece nossas imperfeições e nos ama, apesar delas.
Encontrando a Perfeição em Cristo (em vídeo)
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Imperfeitos
Veja o que está escrito em Romanos 3:23:
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23)
O apóstolo Paulo, ao escrever aos Romanos, reconhece a condição humana de pecado e imperfeição. Ele nos lembra que, independentemente de nossos esforços, somos incapazes de alcançar a perfeição por conta própria.
Essa revelação é fundamental para nos ajudar a compreender a importância de aceitar nossa natureza falível.
Em primeiro lugar, é importante reconhecer que nossas imperfeições não são motivo para vergonha ou de abandono próprio. Deus, em Sua infinita sabedoria, nos criou, mesmo ciente de nossas falhas e limitações.
A aceitação de nossa imperfeição é, na verdade, um ato de humildade que nos aproxima de Deus e nos permite experimentar Sua graça e misericórdia.
Com essa atitude, podemos começar a compreender que não somos definidos por nossos fracassos e erros. Em vez disso, somos definidos pelo amor e pela redenção de Deus em nossas vidas. Essa perspectiva nos permite deixar de lado a culpa e a vergonha e, em vez disso, nos concentrarmos em cultivar um relacionamento mais profundo com Jesus.
Ter consciência da nossa imperfeição também tem um impacto significativo em nosso relacionamento com os outros. Quando nos libertamos da tentação da perfeição, somos capazes de demonstrar compaixão e empatia em relação aos outros, reconhecendo que todos nós enfrentamos lutas e desafios. Isso nos permite construir relacionamentos mais autênticos e significativos na Igreja.
Mas, é fundamental observar que aceitar nossa imperfeição não significa que devemos nos conformar a uma vida de pecado e mediocridade. Pelo contrário, devemos usar nossa consciência de nossa natureza caída como um impulso para buscar a transformação através da graça de Deus.
Sobre isso, Max Lucado disse o seguinte: “Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Ele utiliza os fracos para confundir os fortes. Ele escolhe os insignificantes para realizar grandes obras. Ele nos ama do jeito que somos, mas nos ama demais para nos deixar assim” – Max Lucado.
A aceitação de nossa imperfeição nos permite perceber nossa vida espiritual com humildade e gratidão, em vez de orgulho e autojustificação.
A perfeição em Cristo
Veja o que está escrito em 2 Coríntios 12.9:
Mas ele me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. (2 Coríntios 12.9)
O apóstolo Paulo, em sua carta aos Coríntios, compartilha a revelação que recebeu de Deus sobre Sua graça. Ele nos lembra que, mesmo em nossa fraqueza e imperfeição, a graça de Deus é suficiente para nos sustentar. De fato, é em nossa fraqueza que o poder de Cristo se manifesta de maneira mais poderosa.
Não sei pra você, mas para mim essa mensagem foi profundamente libertadora. Por muito tempo me senti pressionado a seguir um padrão elevado de moralidade e comportamento, acreditando que a perfeição era necessária para ser aceito por Deus. Mas, a verdade é que a perfeição é inatingível para nós e, portanto, a graça de Deus é essencial para nossa salvação e santificação.
Ao encontrarmos nossa perfeição em Cristo, podemos experimentar a verdadeira liberdade e alegria que Deus deseja para a nossa vida. Não precisamos mais viver sob a pressão constante de nos conformarmos a um padrão inatingível. Em vez disso, podemos descansar em Sua graça, sabendo que somos amados e aceitos exatamente como somos.
Sobre isso, Timothy Keller disse: “Quando encontramos nossa perfeição em Cristo, somos capazes de nos libertar da tirania da perfeição e experimentar a verdadeira liberdade e alegria que Deus deseja para nós” – Timothy Keller.
Encontrar nossa perfeição em Cristo nos ajuda a desenvolver um relacionamento mais profundo com Ele. Quando reconhecemos nossa fraqueza e dependência Dele, somos capazes de nos aproximar Dele com humildade e gratidão. Isso nos permite experimentar a plenitude de Seu amor e misericórdia e cultivar um relacionamento mais autêntico e significativo com Jesus…
Buscando a maturidade espiritual
Veja o que está escrito em Filipenses 3.12-14:
Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses 3:12-14)
O apóstolo Paulo nos lembra que a busca pela maturidade espiritual é um processo contínuo, que requer persistência e esforço. Embora ainda não tenhamos alcançado a perfeição, devemos continuar avançando em nossa jornada espiritual, esquecendo-nos das falhas e fracassos do passado e olhando para o futuro com esperança.
Buscar a maturidade espiritual é uma jornada que envolve tanto nossa mente quanto nosso coração. Envolve o estudo das Escrituras, a oração e o envolvimento em uma comunidade cristã, a Igreja. Mas, também envolve a prática de nossa fé no dia a dia, a busca por viver de acordo com os ensinamentos de Cristo e o cultivo de relacionamentos significativos com quem está ao nosso redor.
Sobre isso, John Piper disse: “A maturidade espiritual não é um destino final, mas uma jornada contínua de crescimento e aprendizado, impulsionada pela graça e amor de Deus” – John Piper.
É crucial, portanto, manter um equilíbrio saudável entre a busca pela maturidade espiritual e a aceitação de nossa imperfeição. Devemos continuar a perseguir a santidade, mas não às custas da graça e do amor de Deus. Devemos buscar a maturidade espiritual, mas não nos esquecermos de que nossa salvação é um dom gratuito, que recebemos através da fé em Cristo.