À sombra de um colossal e imponente pico, lá estava ele, o alpinista, com seus olhos repletos de uma coragem que transcende a compreensão humana. O pico, um gigante, é inatingível para muitos, mas para ele, é um convite sussurrado pelo vento que dança entre as escarpas. O murmúrio da montanha não conta histórias de conquista, mas de desafio, resistência, e para alguns, derrota. Nesse cenário, os olhos do alpinista brilham, pois ele vê além, através das névoas da dúvida e do medo.
A montanha, com seus caminhos íngremes e clima imprevisível, é a manifestação física de um território inimigo que todos nós, em algum momento, somos chamados a confrontar em nossas vidas.
Assim como o alpinista, nós cristãos estamos diante de desafios que parecem insuperáveis, encarando alturas que nos dizem para recuar, para desistir diante da adversidade.
Hoje, enquanto nossos corações pulsam com uma fé ousada e nossos espíritos anseiam por avançar, somos chamados a olhar para o nosso próprio pico inatingível e perguntar: O que vemos? Onde outros enxergam apenas pedra e um caminho árduo, seremos nós capazes de visualizar um chamado, uma jornada, uma conquista?
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A Chamada de Deus
“Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.” – Josué 1:9
A chamada de Deus a Josué é clara e firme. Ao perder Moisés, o servo do Senhor, Israel poderia ter sido envolvido pelo desânimo e pelo medo, pois a Terra Prometida estava ainda ocupada por nações fortes e bem armadas. Mas o Senhor, em Sua infinita graça, não deixa Seu povo sem liderança e direção.
Ele chama Josué, um homem que havia sido fiel, que havia servido a Moisés com dedicação, que havia espiado a terra de Canaã com fé e que havia confiado na promessa do Senhor quando todos os outros tremiam de medo. O Senhor o chama não para uma missão fácil, mas para guiar o povo de Deus por territórios que estavam, aos olhos humanos, impossíveis de ser conquistados.
A ordem de Deus para ser “forte e corajoso” não era um mero capricho. Era fundamental, uma necessidade para quem avança em território inimigo. Josué precisaria dessa coragem e força não provenientes de sua capacidade, mas diretamente do Senhor, para liderar o povo e para conquistar a terra de onde fluía “leite e mel”.
“Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.” Que promessa maravilhosa! A proximidade do Senhor não era apenas para os momentos de celebração, mas também – e talvez mais importante – nas batalhas, nos desafios, nas impossibilidades humanas.
A coragem de Josué foi ancorada na promessa de Deus da Sua constante presença e na Sua ordem soberana. Não era uma coragem imprudente, mas uma coragem fundamentada na certeza da fidelidade de Deus.
Sobre isso, Elisabeth Elliot disse o seguinte: “Não é arrogância de nossa parte chamar Deus de Pai. É simplesmente aceitar o próprio nome que Ele nos deu para chamá-Lo.”
A aplicação para nós é direta, meu irmão, minha irmã. Deus nos chama, em nossa geração, para avançar em territórios que, muitas vezes, parecem intransponíveis, impenetráveis. E a mesma promessa feita a Josué é estendida a nós: Ele está conosco! O Senhor nos chama para sermos fortes e corajosos, não na nossa força, mas na Dele, avançando com a certeza de que Seu Espírito nos guiará e nos sustentará a cada passo, em cada batalha, em cada desafio.
Que possamos ter ouvidos para ouvir e corações prontos para responder à Sua chamada com um sonoro “Eis-me aqui, Senhor!” Vamos avançar, sob a bandeira do Deus Altíssimo, avancemos em Seu poder, com ousadia e coragem, para a glória do Seu santo nome!
Obediência e Estratégia Divina
“Então o Senhor disse a Josué: “Veja, eu entreguei Jericó, o seu rei e os seus soldados corajosos, nas suas mãos.” – Josué 6:2
A antiga cidade de Jericó, cujos muros são estimados pelos arqueólogos em ter cerca de 4 metros de espessura e 12 metros de altura, era considerada inviolável para os invasores de sua época. Uma robustez que representava segurança e impenetrabilidade aos seus habitantes. Porém, o que são muros sólidos diante da estratégia do Todo-Poderoso?
Deus instrui Josué a cercar Jericó, a marchar ao redor da cidade uma vez por dia durante seis dias e sete vezes no sétimo dia, com os sacerdotes tocando trombetas e todo o exército gritando em uma só voz. Uma estratégia que desafia a lógica militar e que, aos olhos naturais, se pareceria mais com um ritual simbólico do que um plano de batalha.
A fé e obediência de Josué e do povo de Israel nesta história refletem a verdade resplandecente que nos é revelada em Provérbios 3:5 – “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento.”
Hoje, nos encontramos em uma sociedade onde, segundo dados da Pew Research Center, a fé tem sido desafiada e por vezes colocada à margem. Uma pesquisa realizada entre 2018-2019 mostra que em países como os Estados Unidos, 65% da população se identifica como cristã, uma queda quando comparada a períodos anteriores, onde este número ultrapassava os 75%.
Em nações como o Brasil, ainda que aproximadamente 90% da população se identifique com a fé cristã, enfrentamos desafios de aplicar a fé em ações práticas e decisões diárias, onde a confiança nas estratégias do Senhor muitas vezes é substituída pela dependência do entendimento humano.
Sobre isso, Hudson Taylor disse o seguinte: “Eu tenho descoberto que existem três estágios na vida de fé: primeiro, é a fase em que acreditamos em Deus; segundo, é a fase em que acreditamos que Deus acredita em nós, e terceiro, a fase em que acreditamos em nós mesmos.”
Eis que, diante da Jericó que se ergue perante nós – sejam nossos desafios, medos ou incertezas – o Senhor nos chama à mesma obediência e fé que solicitou de Josué. Na estratégia que supera nosso entendimento, encontramos não uma promessa de vida sem batalhas, mas a garantia de que, na obediência, na fé que opera pelo amor (Gálatas 5:6), as muralhas, por mais sólidas que sejam, cairão.
Que as muralhas de nossas vidas – sejam elas desafios, inseguranças, ou adversidades – venham ao chão pela poderosa mão de Deus, enquanto avançamos, não pela lógica ou estratégias humanas, mas pela obediência e fé naquEle que nos chama a um caminho mais excelente. E assim, seguimos, avançando para o território que o Senhor já nos deu!
Firmeza no Propósito e Ação da Fé
“Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” – Romanos 8:37
Chegamos a uma parte do sermão onde nos permitimos mergulhar em um tipo de esperança que ultrapassa todo o entendimento – aquela que é fundamentada firmemente na ação da fé! A fé que não é estática, mas que nos movimenta, nos impulsiona para frente, para as promessas do Senhor.
A fé vivida por Abraão que, contra toda esperança, acreditou na esperança de que se tornaria “o pai de muitas nações”, como lhe foi prometido (Romanos 4:18). Mesmo não vendo, mesmo em sua velhice, ele confiou na promessa de Deus, firme em seu propósito e na ação da fé, que se estende além das circunstâncias visíveis.
Vemos na Bíblia, o convite constante de Deus para avançarmos, para cruzarmos nossos próprios Jordões e derrubarmos nossas Jericós, sempre firmes na verdade de que Ele é conosco, nos guia e nos capacita em todos os momentos. E a cada passo dado na fé, há uma aproximação da realização das promessas divinas em nossas vidas.
A fé que é chamada para ação, é também aquela que nos torna mais do que vencedores. Vencedores não apenas de batalhas e desafios, mas vencedores de nós mesmos, de nossos medos e inseguranças. A ação da fé nos permite ver o invisível, tocar o intocável e realizar o impossível.
E assim, carregando em nós essa fé ardente, cruzamos territórios, avançamos em áreas que antes nos pareciam impossíveis e vemos a glória de Deus manifesta, pois confiamos não em nossas capacidades, mas naquele que é infinitamente capaz.
Sobre isto, o Pastor Rick Warren disse o seguinte: “A fé é mais do que acreditar; a fé é mais do que pensar, falar ou ter convicções sobre Jesus. A fé é agir em resposta a Deus.”
Que o Senhor nos encha com uma fé que age, que move montanhas, que desbrava territórios e que nos leva a caminhar sobre as águas, sempre com os olhos fixos nEle, o autor e consumador da nossa fé.
E nesta fé, possamos, com ousadia e coragem, avançar em territórios inimigos, sabendo que o Senhor dos Exércitos é conosco! O Deus de Jacó é o nosso refúgio!