Em meio ao vasto deserto da vida, onde as areias do tempo e as adversidades se unem para formar dunas imponentes de desafios e solidão, emergiu um riacho, sussurrante e persistente, cortando a árida paisagem com veios de água viva e esperança. Seus fios de água, ao desbravar o inóspito e o impossível, demonstram uma resiliência inspiradora, provendo vida onde a morte parecia ser a única certeza. Este riacho não conhece a escassez. Ele flui, sereno e constante, ao encontro do seco, do morto, revitalizando, trazendo consigo promessas de verdor, de vida, de renovo.
Meu irmão, minha irmã, somos como aquele riacho quando nos ajoelhamos para orar. Nossas orações, que fluem do mais íntimo de nosso ser, banham os desertos de nossas almas, irrigando os terrenos áridos de nossa existência com a graça infinda do Criador. Em cada murmúrio, em cada súplica, as águas de nossa oração nutrem as sementes da fé plantadas no solo de nossos corações. Transformamos, assim, os vales de sequidão em oásis de esperança, mesmo quando as areias do desespero tentam nos cegar e sufocar.
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Intercessão na Batalha
“Enquanto Moisés mantinha as mãos erguidas, os israelitas estavam ganhando, mas quando ele abaixava as mãos, os amalequitas estavam ganhando.” – Êxodo 17:11
A passagem em Êxodo nos revela uma verdade incontestável – uma batalha, embora visivelmente sendo lutada com armas e coragem, estava simultaneamente sendo decidida em um plano espiritual, através da oração fervorosa de um intercessor. O poder da oração de Moisés se revelou não em estratégias de batalha ou proezas militares, mas na dependência absoluta do Deus de Israel.
Aqui, é importante refletir sobre a vida cristão: estamos tanto no físico quanto no espiritual, lutando contra adversidades e inimigos visíveis, e, ao mesmo tempo, contrapondo forças espirituais nas regiões celestiais. A batalha dos israelitas contra os amalequitas, narrada no livro de Êxodo, não é apenas uma narrativa de guerra, mas um testemunho de fé através dos tempos, lembrando-nos da incessante necessidade da oração como intercessão.
Quando os braços de Moisés permaneceram erguidos, Israel prevalecia; quando desciam, os inimigos ganhavam terreno. Naqueles braços elevados, percebemos que nossa batalha diária contra o pecado, a injustiça, e todas as formas de maldade não são apenas travadas nas ações visíveis, mas naquilo que está oculto, nas orações silenciosas e persistentes dos santos. Moisés, embora distante do campo de batalha, estava intimamente ligado ao destino de cada guerreiro através da sua intercessão. Cada movimento de sua mão, cada súplica que subia aos céus, repercutia no campo de batalha, derrubando as forças do inimigo.
Sobre isto, Madame Jeanne Guyon disse o seguinte: “Não há outro caminho para a morte do eu além daquele que passa pela cruz.”
Essa palavra deve encontrar lugar em nossos corações, ao reconhecermos que cada momento de oração não é mero sussurro nos céus, mas um grito estrondoso no campo de batalha espiritual! Cada oração é um levantar de braços, uma postura de resistência contra as hordas espirituais da maldade.
Que a história de Moisés e a batalha contra os amalequitas nos inspire a levantar nossas mãos, em oração constante e fervorosa, pois na nossa intercessão, nos campos de batalha da vida, encontramos a presença e a vitória do Deus Todo-Poderoso!
O Grito Silencioso que Ecoa no Céu
“Ela, profundamente amargurada, orou ao Senhor, chorando muito.” – 1 Samuel 1:10
Ana, tinha um ventre estéril, mas sua batalha ia além do natural. Era um combate espiritual marcado por lágrimas e esperanças não realizadas. A história de Ana, nos ensina a perseverança e a fé mesmo nas tormentas da desesperança.
Ana estava cercada por uma cultura que media o valor de uma mulher, pela sua capacidade de gerar descendentes. Seu coração era uma tapeçaria de sonhos não realizados e orações aparentemente não respondidas. Mas em sua dor, Ana encontrou um altar. Ela derramou sua alma perante o Senhor, expondo suas angústias e sonhos despedaçados aos pés do Eterno.
Quantos de nós, nos encontramos no vale da angústia, olhando para os céus aparentemente silenciosos, com nosso coração quebrantado, esperando por um mover de Deus? Quantos de nós clamamos, muitas vezes em silêncio, em meio à tumultuosa tempestade de nossa alma, por um sinal da presença de Deus no meio da batalha?
Hoje, o clamor silencioso por filhos continua ecoando através das nações. Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que, mundialmente, cerca de 10% das mulheres enfrentam a infertilidade, unindo-se a Ana em um coro silencioso de esperança e angústia. É uma dor que vai além das épocas e culturas, um campo de batalha invisível onde se trava uma guerra por fé e redenção.
Naquela época, Ana poderia ter escolhido a revolta, a raiva ou o desespero. Mas, ela escolheu a oração. Ana escolheu derramar suas lágrimas não na poeira da autopiedade, mas aos pés do Criador do céu e da terra. E, como é doce o fruto daqueles que perseveram na fé! Ana foi recompensada não apenas com um filho, mas com um profeta e sacerdote – Samuel, que ungiria reis e guiaria uma nação.
Sobre isto, sobre isso Martinho Lutero disse o seguinte: “Orar é não outra coisa senão falar com Deus. E para falar com Deus não necessitas saber latim ou grego, nem as línguas dos céus. Fala com Deus na tua língua, que é a melhor língua do mundo, a que Deus entende melhor.”
Que possamos aprender com Ana. Que, mesmo nas noites mais escuras de nossa alma, possamos encontrar um altar, um lugar de rendição e esperança. E que na nossa dor, possamos descobrir um Deus que ouve, que vê, e que, na Sua perfeita vontade e tempo, responde.
Que nossa fé, assim como a de Ana, transforme nosso lamento em adoração, e nossa espera em um ato de fé perseverante.
A Submissão que Triunfa sobre o Temor
“Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” – Lucas 22:42
Em Jesus Cristo, Deus nos revela a sua humanidade! O Deus que se tornou homem não estava distante da nossa dor, das nossas batalhas, do nosso temor frente ao desconhecido e ao sofrimento.
Lá estava Ele, o Príncipe da Paz, em agonia, sendo brutalmente honesto em Sua conversa com o Pai: “se queres, passa de mim este cálice”. Aqui vemos um Salvador que entende a nossa luta, que se relaciona com o nosso combate interno entre fé e temor. A batalha de Jesus no jardim é um espelho do combate que todos nós, seus irmãos e irmãs, enfrentamos ao decidir entre a nossa vontade e a vontade do Pai.
O triunfo aqui é monumental, pois nas palavras seguintes, Jesus, embora aninhado no desespero da antecipação, escolhe a vontade do Pai: “todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”. É uma entrega, uma submissão, que, embora tingida com a dor da angústia humana, ressoa com a determinação espiritual de um coração plenamente rendido a Deus.
Sobre isso, Priscilla Shirer disse o seguinte: “É na sala de espera de Deus que aprendemos as lições mais preciosas. Ele nos ama demais para responder nossas orações no momento em que pensamos ser o certo.”
Jesus demonstra, com lágrimas escorrendo pelo Seu rosto sagrado, que a oração não é uma negação da dor, mas um reconhecimento da soberania de Deus sobre ela. A oração autêntica, na batalha mais feroz, é onde a submissão se torna nossa maior arma e a dependência do Pai a nossa estratégia vitoriosa.
Que a nossa resposta, ainda que entre soluços e súplicas, seja sempre: “não se faça a minha vontade, mas a tua”. E que, em nosso próprio Getsêmani, possamos encontrar a paz que excede todo entendimento na submissão à vontade daquele que venceu a maior batalha por amor a nós.