Em uma pequena cidade, havia um relojoeiro conhecido por sua habilidade incomparável de consertar relógios. Sua loja estava sempre repleta de relógios de todos os tipos, alguns antigos e desgastados, outros mais modernos, mas todos com uma coisa em comum: o tempo havia parado para eles. Cada relógio tinha uma história, uma memória, um momento congelado no tempo.
O relojoeiro, com mãos habilidosas e olhos atentos, trabalhava meticulosamente em cada peça. Ele entendia que o tempo é um bem precioso, que cada tic-tac é uma oportunidade, um momento que nunca mais voltará. E, mesmo diante dos relógios mais danificados, ele nunca desistia. Ele acreditava que, com paciência e dedicação, cada um deles poderia voltar a funcionar, a contar sua história, a marcar seu tempo.
Assim como o relojoeiro, muitas vezes nos encontramos diante de situações em nossas vidas onde o tempo parece ter parado, onde os desafios parecem insuperáveis. Mas, assim como ele persiste em consertar cada relógio, somos chamados a persistir em nossa jornada, a acreditar que, com fé e determinação, podemos superar qualquer adversidade.
Assim como o relojoeiro vê potencial em cada relógio quebrado, Deus vê potencial em cada um de nós, esperando o momento certo para nos restaurar e nos fazer funcionar novamente, para a Sua glória.
>>> Se inscreva no nosso Canal do Youtube
A Oração Persistente
“E contou-lhes uma parábola, para mostrar que deviam orar sempre e nunca desanimar.” – Lucas 18:1
Em um mundo repleto de ruídos, distrações e desafios, é fácil nos sentirmos desencorajados e até mesmo abandonados. As tempestades da vida podem nos fazer questionar se nossas orações estão realmente alcançando os céus. Mas, em meio a esse turbilhão de dúvidas, Jesus nos traz uma mensagem poderosa e reconfortante através da parábola da viúva persistente.
O início desta parábola é uma declaração audaciosa e clara: “o dever de orar sempre e nunca desanimar”. Mas por que Jesus enfatizaria tanto a persistência na oração?
Porque a oração não é apenas um ato de falar com Deus; é uma demonstração viva de nossa fé. Cada palavra, cada súplica, cada lágrima derramada em oração é um testemunho de nossa crença inabalável de que o Senho está ouvindo.
A viúva da história não tinha status, não tinha influência, não tinha voz em uma sociedade que frequentemente marginalizava as viúvas. Mas ela possuía algo que muitos de nós esquecemos: uma fé inabalável.
Ela acreditava com todo o seu ser que, se continuasse batendo à porta do juiz, consequentemente seria ouvida. Ela não desistiu, não se desviou, não se deixou abater pelo cansaço ou pelo desespero. E é essa persistência que Jesus destaca para nós.
Quando nos aproximamos de Deus com essa mesma determinação, estamos fazendo mais do que apenas orar; estamos declarando no mundo espiritual que nossa fé em Jesus é mais forte do que qualquer adversidade que possamos enfrentar. Estamos dizendo que, não importa quantas vezes sejamos rejeitados, ignorados ou ridicularizados, continuaremos a bater à porta do céu, porque acreditamos no poder e na misericórdia de Deus.
Sobre isso, E.M. Bounds disse o seguinte: “A oração não é vencida pelo tempo, pela demora, nem pela recusa. Homens de verdade e mulheres de Deus são aqueles que persistem na oração.” – E.M. Bounds
Quando você se sentir desanimado, quando as dúvidas começarem a se infiltrar, lembre-se da viúva persistente. Lembre-se de sua determinação, de sua fé inabalável. E saiba que, assim como ela, sua persistência na oração é uma demonstração viva de sua fé. E essa fé, essa crença profunda e inabalável, é o que move montanhas, transforma corações e muda o curso da história.
A Resposta Silenciosa
“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” – Lucas 18:7
Em um mundo onde a velocidade é valorizada, onde esperamos respostas imediatas para nossas perguntas e soluções rápidas para nossos problemas, a espera pode ser agonizante. Mas, a espera é frequentemente onde encontramos a verdadeira profundidade de nossa fé.
De acordo com o Instituto Barna, uma organização cristã de pesquisa, mais de 85% dos cristãos afirmam ter passado por períodos em que sentiram que suas orações não estavam sendo respondidas. Mas, desses, quase 70% disseram que, ao olhar para trás, perceberam que Deus estava trabalhando de maneiras que eles não podiam compreender naquele momento. Estas estatísticas revelam uma verdade profunda: muitas vezes, a resposta de Deus não é imediata ou da maneira que esperamos, mas Ele está sempre trabalhando.
A parábola da viúva persistente nos mostra um juiz que, inicialmente, ignora os pedidos da viúva. Mas, sua persistência finalmente leva o juiz a agir. Da mesma forma, Deus valoriza e honra a persistência de Seus filhos. Não porque Ele seja relutante em responder, mas porque, em Sua sabedoria infinita, Ele sabe quando e como responder da melhor maneira.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa Cristã Pew, indica que os cristãos que persistem na oração, mesmo em face da aparente ausência de resposta, frequentemente relatam um crescimento mais profundo em sua fé e um relacionamento mais íntima com Deus. Esta pesquisa sugere que a persistência na oração não é apenas para Deus; é também para nós. É uma oportunidade para nos aprofundarmos em nossa fé, para nos aproximarmos de Deus e para nos transformarmos.
Um bom exemplo disso é Nicholas Ludwig von Zinzendorf. Nascido na Alemanha em 1700, ele foi uma figura central do movimento Morávio, um grupo protestante que enfatizava a comunhão íntima com Deus.
Desde jovem, Zinzendorf sentiu um chamado para servir ao Senhor. Em sua propriedade, ele acolheu perseguidos religiosos, formando a comunidade de Herrnhut. Esta comunidade tornou-se famosa por seu “relógio de oração”, uma iniciativa onde membros oravam ininterruptamente, 24 horas por dia, por mais de 100 anos.
A persistência de Zinzendorf na oração não apenas fortaleceu sua comunidade, mas também lançou as bases para missões morávias ao redor do mundo. Sua vida é um testemunho do poder da oração contínua e da fé inabalável.
Sobre isso, ele disse o seguinte: “Preferiria ser útil do que famoso; de fato, só desejo ser útil.” – Nicholas Ludwig von Zinzendorf.
A pergunta que muitos podem se fazer é: “Por que Deus demora para responder?” A resposta é que Deus não está limitado pelo tempo como nós. Ele vê o panorama completo de nossas vidas e sabe quando é o momento certo para agir. Sua demora não é negligência, mas sim um convite para confiarmos mais Nele, para nos aprofundarmos em nossa fé e para nos prepararmos para a bênção que está por vir.
Em conclusão, a persistência na oração não é um ato vão. É uma demonstração de nossa fé, uma oportunidade de crescimento e uma jornada em direção a uma relação mais profunda com Deus. E, como a parábola nos mostra, Deus valoriza essa persistência e promete fazer justiça a Seus escolhidos. Portanto, mesmo quando parece que Deus está em silêncio, saiba que Ele está trabalhando, valoriza sua persistência e responderá no momento certo.
A Promessa da Resposta
“Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” – Lucas 18:8
Em nossa jornada de fé, muitas vezes nos encontramos à beira do desespero, questionando se nossos clamores alcançam os céus. Mas a parábola da viúva persistente nos traz uma promessa reconfortante: Deus fará justiça rapidamente. Mas, a questão que Jesus nos apresenta é profunda e desafiadora: “Quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?”
A fé não é apenas acreditar quando tudo está indo bem, mas é persistir quando tudo parece estar contra nós. É acreditar na promessa de Deus, mesmo quando o mundo nos diz o contrário. É manter a esperança, mesmo quando tudo parece sombrio.
A viúva persistente não desistiu. Ela não se deixou abater pelas circunstâncias ou pela aparente indiferença do juiz. Ela manteve sua fé, sua esperança e sua determinação. E, no final, sua persistência foi recompensada.
Da mesma forma, somos chamados a manter nossa fé, a persistir em nossa oração e a acreditar na promessa de Deus. Porque, assim como a viúva, nossa persistência será recompensada. Deus promete fazer justiça, e Ele cumprirá Sua promessa.
Mas a questão permanece: quando Jesus voltar, encontrará fé na terra? Seremos aqueles que mantiveram a chama da fé acesa, mesmo em meio às tempestades da vida? Seremos aqueles que persistiram, que acreditaram e que esperaram na promessa de Deus?
A resposta a essa pergunta está em nossas mãos. Cabe a nós decidir se seremos como a viúva persistente, clamando a Deus dia e noite, ou se desistiremos diante dos desafios.
Neste sentido, Charles Spurgeon disse o seguinte: “A oração move o braço que move o mundo.”
Que sejamos encorajados pela parábola da viúva persistente. Que sejamos inspirados por sua fé, sua determinação e sua esperança. E, acima de tudo, sejamos aqueles que, quando o Filho do homem voltar, serão encontrados com uma fé inabalável, uma esperança inquebrantável e uma determinação inabalável. Porque a promessa de Deus é certa, e Ele fará justiça rapidamente.