Apocalipse 21 abre as portas da eternidade para os salvos. Após o juízo final e a derrota de Satanás em Apocalipse 20, João contempla uma realidade totalmente nova: um novo céu, uma nova terra e uma nova cidade. Esta visão encerra o livro com esperança, conforto e a certeza de um futuro glorioso para o povo de Deus.
João escreve para cristãos perseguidos no primeiro século, oferecendo consolo e incentivo. Ele mostra que o sofrimento é passageiro, mas a glória é eterna. O Apocalipse não termina com destruição, mas com redenção plena.
Simon Kistemaker destaca que “o tempo cósmico se transformou em eternidade; a separação de Deus se transformou em comunhão íntima com ele” (KISTEMAKER, 2004, p. 717). Hernandes Dias Lopes afirma que “o paraíso perdido é agora o paraíso reconquistado” (LOPES, 2005, p. 356).
Qual é o significado do novo céu e da nova terra? (Apocalipse 21:1)
“Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.” (v. 1)
A expressão “novo céu e nova terra” remete a Isaías 65:17. Não se trata de uma criação do zero, mas de uma renovação plena. Como o corpo ressuscitado será uma continuidade do corpo atual (1Co 15), a nova criação também mantém uma continuidade com a atual, agora sem mácula ou pecado.
O mar era símbolo de caos, separação e ameaça. Para João, exilado em Patmos, o mar era também a barreira que o separava dos irmãos. Na nova criação, não haverá mais separação, rebelião ou impureza. O mal foi extinto.
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Como será a relação entre Deus e os salvos? (Apocalipse 21:2–4)
“Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido.” (v. 2)
A nova Jerusalém é a igreja glorificada. Ela não sobe até Deus, mas desce da parte dEle. Isso mostra que a redenção é iniciativa divina do início ao fim. João usa a imagem do casamento: uma noiva adornada para seu marido. Cristo preparou sua igreja para viver com Ele para sempre.
“Agora o tabernáculo de Deus está com os homens…” (v. 3)
Deus viverá com os seus. O distanciamento provocado pelo pecado é removido. Veremos Deus face a face (cf. Ap 22:4). Ele enxugará nossas lágrimas. Não haverá mais luto, dor, doença ou separação. Tudo o que nos fazia sofrer desapareceu.
Kistemaker compara com o Éden antes da queda: “A nova criação é um paraíso restaurado” (KISTEMAKER, 2004, p. 718).
Qual é a promessa de Deus para os salvos? (Apocalipse 21:5–7)
“Estou fazendo novas todas as coisas!” (v. 5)
Deus fala diretamente a João. Ele declara que a obra redentora está completa. Ele é o Alfa e Ômega, o princípio e o fim. Ele dá da água da vida gratuitamente aos sedentos. Ou seja, a salvação é pela graça.
“O vencedor herdará tudo isto; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” (v. 7)
Essa é a consumação da filiação. O salvo se torna herdeiro de todas as promessas. Hernandes explica: “A igreja é a noiva do Cordeiro e filha do Pai. Tomaremos posse da nossa herança incorruptível” (LOPES, 2005, p. 373).
Quem ficará de fora da nova criação? (Apocalipse 21:8)
“Mas os covardes, os incrédulos, os depravados […] o lugar deles será no lago de fogo.”
João faz um contraste forte. A cidade é para os vencedores. Mas os que rejeitam a fé, vivem na mentira e se entregam ao pecado não terão parte na nova Jerusalém. Essa é uma advertência clara: o céu é para quem foi transformado pela graça e perseverou na fé.
Como é descrita a nova Jerusalém? (Apocalipse 21:9–21)
A cidade é mostrada como uma joia gloriosa. Um anjo leva João a um monte alto, e ele vê a cidade descendo do céu, brilhando com a glória de Deus.
Ela possui:
- Doze portas com nomes das tribos de Israel;
- Doze fundamentos com os nomes dos apóstolos;
- Muralhas de jaspe e ruas de ouro;
- Portas de pérola e fundamentos com pedras preciosas.
Tudo aponta para perfeição, comunhão e santidade. A cidade é um cubo, como o Santo dos Santos do templo (1Rs 6:20). Isso revela que toda a cidade é um templo.
Kistemaker observa: “A cidade representa a união perfeita do povo de Deus: Antigo e Novo Testamento, judeus e gentios, todos unidos pela fé no Cordeiro” (KISTEMAKER, 2004, p. 731).
Qual é a fonte de luz da cidade? (Apocalipse 21:22–24)
“Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo.” (v. 22)
Não há necessidade de um templo, porque a presença de Deus é plena. A luz vem da glória de Deus e do Cordeiro. Não há sol nem lua. Deus é a luz eterna.
Hernandes escreve: “A vida no céu será marcada não por religiosidade, mas por comunhão com Deus” (LOPES, 2005, p. 371).
Quem habita na nova Jerusalém? (Apocalipse 21:25–27)
“As nações andarão em sua luz […] Nela jamais entrará algo impuro.”
As portas estão sempre abertas, mas ninguém impuro entra. Apenas os que têm seus nomes no livro da vida do Cordeiro. Essa é uma cidade segura, santa e cheia de vida. Não há mais medo, nem trevas, nem pecado.
Como diz o próprio texto, “a glória e a honra das nações serão trazidas para dentro dela” (v. 26). Ou seja, toda diversidade dos povos redimidos é acolhida.
Referências
- KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Apocalipse. 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
- LOPES, Hernandes Dias. Apocalipse: O futuro chegou. São Paulo: Hagnos, 2005.
- Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional (NVI).

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.