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Salmo 113 Estudo: Por Que Deus Levanta o Humilde?

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online

O Salmo 113 dá início ao chamado Hallel Egípcio, que abrange os Salmos 113 ao 118. Essa coleção era cantada durante as principais festas religiosas de Israel, como a Páscoa, a Festa das Semanas e a Festa dos Tabernáculos. De forma especial, os Salmos 113 e 114 eram entoados antes da refeição pascal, enquanto os demais eram cantados depois (LOPES, 2022, p. 1217). Assim, o Salmo 113 funcionava como uma abertura litúrgica, conclamando o povo à adoração e à lembrança da libertação divina.

O título “Egípcio” está relacionado à libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, relatada em Êxodo 12:21-30. Embora só o Salmo 114 mencione diretamente o Êxodo, o Salmo 113 aborda o mesmo tema central: o Deus que intervém na história para exaltar os humilhados.

O autor do salmo é anônimo, mas o conteúdo demonstra profunda compreensão teológica da providência divina. João Calvino observa que “embora sua excelência esteja muito acima dos céus, Ele se digna de baixar seus olhos à terra para observar a humanidade” (CALVINO, 2009, p. 99). Essa tensão entre a grandeza de Deus e sua atenção aos humildes marca o tom do salmo.

Esse salmo é mais do que um convite ao louvor; ele é uma celebração do Deus que reina e ao mesmo tempo se aproxima. Essa teologia é fundamental para compreender como o Antigo Testamento já preparava o caminho para a vinda de Jesus Cristo, o Deus encarnado.

1. Um chamado universal ao louvor (Salmo 113:1–3)

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“Aleluia! Louvem, ó servos do Senhor, louvem o nome do Senhor!” (v. 1)

O salmo começa com um triplo chamado à adoração. O termo “Aleluia” não é apenas uma exaltação espontânea, mas um imperativo litúrgico. Os “servos do Senhor”, em seu contexto original, provavelmente se referem aos levitas, responsáveis pelo louvor no templo. Contudo, como explica Calvino, “o profeta nos convida, todos em comum, a prestarmos este culto a Deus” (CALVINO, 2009, p. 100). Isso se alinha com a visão do Novo Testamento, em que todo cristão é um sacerdote (1 Pedro 2:9).

O versículo 2 amplia o louvor no tempo: “desde agora e para sempre”. Isso nos lembra que adorar a Deus é um compromisso que vai além das circunstâncias ou momentos específicos. O versículo 3 estende esse louvor no espaço: “do nascente ao poente”. É um reconhecimento de que Deus deve ser adorado por todos os povos, em todos os lugares, o que ecoa o propósito global da salvação que se vê em Salmo 67.

Ao ler esses versículos, eu sou desafiado a louvar a Deus de forma constante e pública. Como cristão, não fui chamado a um louvor ocasional, mas a uma vida inteira de adoração.

2. A grandeza e a condescendência divina (Salmo 113:4–6)

“O Senhor está exaltado acima de todas as nações; e acima dos céus está a sua glória.” (v. 4)

O salmista eleva nossa visão. Deus não é apenas maior que os reis ou autoridades locais, mas está acima de todas as nações. Sua glória ultrapassa os céus. Porém, o ponto central está no versículo 6: apesar de reinar em seu trono nas alturas, Deus “se inclina para contemplar o que acontece nos céus e na terra”.

Calvino comenta que “isso significa que o habitar de Deus acima dos céus não O impede de estar bem próximo de nós e fazer liberalmente provisão para o nosso bem-estar” (CALVINO, 2009, p. 102). Esse ensino se torna ainda mais profundo quando comparado com Salmo 139, onde Davi declara que não há lugar onde Deus não veja ou esteja presente.

Eu aprendo que o Deus que governa todas as coisas não é indiferente à minha vida. Ele se importa, se envolve, se inclina. A doutrina da transcendência não anula a proximidade do Senhor; ela a torna ainda mais surpreendente.

3. Ações transformadoras de Deus (Salmo 113:7–9)

“Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre.” (v. 7)

Aqui o salmista celebra a intervenção prática de Deus na vida dos oprimidos. A imagem do pobre sendo erguido do pó e do lixo nos lembra do que Deus fez com José, Moisés, Davi — todos tirados de situações humildes e colocados em posições de honra.

No versículo 8, esses mesmos pobres são “assentados com os príncipes do seu povo”. Como afirma Calvino, “o estado do reino da Igreja constitui o principal e augusto teatro onde Deus exibe os sinais de seu maravilhoso poder” (CALVINO, 2009, p. 103). A verdadeira grandeza vem de Deus, não das estruturas humanas. Em Lucas 1:52, Maria ecoa esse salmo em seu cântico: “derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os humildes”.

O versículo 9 conclui com a imagem da mulher estéril que se torna mãe alegre de filhos. A lembrança de Ana é inevitável (1 Samuel 2). Deus transforma vergonha em honra. Hernandes Dias Lopes observa que “transformar um útero estéril como um deserto num canteiro de vida […] era uma expressão eloquente da bondade de Deus” (LOPES, 2022, p. 1222).

Ao ler essa parte, eu me lembro que Deus continua fazendo isso hoje. Ele levanta os invisíveis, cura os esquecidos, restaura os quebrados. Com Ele, nada é definitivo. O pó não é o fim da história.

Cumprimento das profecias

Embora o Salmo 113 não contenha uma profecia messiânica direta, ele aponta claramente para o caráter redentor de Cristo. A condescendência descrita no versículo 6 se concretiza na encarnação de Jesus, que, sendo Deus, se fez homem e habitou entre nós (João 1:14).

Paulo descreve esse movimento com clareza em Filipenses 2:5-8, dizendo que Jesus “esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo”. Cristo é o Deus que se inclinou ao extremo.

Além disso, o chamado a um louvor global se cumpre no avanço do evangelho às nações. Hoje, milhões de vozes, “do nascente ao poente”, adoram o nome do Senhor. Essa universalidade é reforçada por Jesus em Mateus 28:19-20, quando comissiona seus discípulos a fazer discípulos de todas as nações.

Significado dos nomes e simbolismos do Salmo 113

  • Aleluia – “Louvai ao Senhor”; é um chamado coletivo à adoração.
  • Servos do Senhor – Representa o povo de Deus que vive para servi-lo. Hoje, abrange todos os crentes.
  • Do nascente ao poente – Refere-se à universalidade do louvor. Deus deve ser adorado em todo lugar.
  • Pó e lixo (esterqueira) – Simbolizam miséria, rejeição e inutilidade aos olhos do mundo.
  • Príncipes – Representam posição de honra e liderança espiritual.
  • Estéril – É símbolo de impotência, vergonha e frustração, especialmente na cultura hebraica.

Lições espirituais e aplicações práticas do Salmo 113

  1. Adoração não é limitada ao templo ou ao sábado – Louvar a Deus é um chamado constante, em todo lugar e tempo (Salmo 34).
  2. A grandeza de Deus deve gerar temor, mas também confiança – Ele reina soberano, mas se inclina com graça.
  3. Deus transforma histórias improváveis – Ele levanta os caídos e dá nova dignidade aos esquecidos.
  4. Não existe miséria que Deus não possa redimir – Seja no lixo ou na esterilidade, a graça pode florescer.
  5. O louvor verdadeiro nasce do reconhecimento de quem Deus é e do que Ele faz – Ele é digno porque é bom, poderoso e próximo.
  6. Cristo é o cumprimento vivo desse salmo – Em Jesus, a glória se fez carne e habitou entre nós.

Conclusão

O Salmo 113 começa e termina com um poderoso Aleluia, lembrando que o louvor deve ser o tom principal da vida cristã. Ele nos ensina que Deus está entronizado nas alturas, mas também inclinado sobre a terra. Ele vê, age, transforma.

Como cristão, eu aprendo que a adoração verdadeira não é só sobre reconhecer a glória de Deus, mas também sobre se alegrar com sua graça operando nas pequenas e grandes histórias. O louvor que sobe ao céu nasce quando reconhecemos que o céu já desceu até nós. Que nossa vida, como este salmo, seja um círculo perfeito de adoração: começando e terminando com louvor, todos os dias.


Referências

  • CALVINO, João. Salmos, org. Franklin Ferreira, Tiago J. Santos Filho e Francisco Wellington Ferreira; trad. Valter Graciano Martins. 1. ed. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2009. v. 4, p. 99–104.
  • LOPES, Hernandes Dias. Salmos: O Livro das Canções e Orações do Povo de Deus, org. Aldo Menezes. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2022. v. 1 e 2, p. 1217–1222.

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