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Início » Bíblia de Estudo Online » Salmo 148 Estudo: Por Que Até os Monstros Marinhos Louvam a Deus?

Salmo 148 Estudo: Por Que Até os Monstros Marinhos Louvam a Deus?

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online

O Salmo 148 faz parte da coleção final do Saltério, que vai dos Salmos 146 ao 150. Todos esses salmos começam e terminam com a expressão “Aleluia”, um convite coletivo ao louvor. Diferente de outros salmos que abordam lamentações ou exortações, este é inteiramente voltado à adoração universal. Ele não apresenta autor identificado, mas sua linguagem e teologia indicam um contexto pós-exílico, onde a centralidade do templo e da adoração comunitária foi restaurada, especialmente após o retorno da Babilônia.

O pano de fundo teológico é a soberania absoluta de Deus sobre toda a criação. O salmista enxerga o universo inteiro como um grande coral. Anjos, astros, elementos da natureza, animais e seres humanos — todos são convidados a louvar o Senhor. Essa perspectiva tem raízes profundas na teologia do Antigo Testamento, especialmente na narrativa da criação em Gênesis 1, onde tudo é criado pela palavra de Deus e chamado de bom.

John H. Walton observa que “nos hinos antigos do Oriente Próximo, deuses como Shamash eram louvados por todas as criaturas, inclusive os monstros marinhos” (WALTON et al., 2018, p. 725). O Salmo 148 ecoa essa linguagem, mas com uma diferença decisiva: o único digno de louvor é Yahweh, o Criador de todas as coisas.

Calvino também destaca que “não há parte no mundo em que os louvores de Deus não devam ser ouvidos, porque em todo lugar Ele dá provas de seu poder, bondade e sabedoria” (CALVINO, 2009, p. 584). O salmo, portanto, é um chamado à adoração cósmica, que une o céu e a terra em um só propósito: exaltar o nome do Senhor.

1. Louvor nos céus e na criação (Salmo 148:1–6)

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“Aleluia! Louvem o Senhor desde os céus, louvem-no nas alturas!” (v. 1)

O salmo se inicia com uma convocação ao louvor que parte do céu. Anjos e astros são os primeiros chamados. O uso da expressão “desde os céus” e “nas alturas” indica que o louvor deve começar nos lugares mais elevados da criação.

Os versículos 2 a 4 detalham os participantes celestiais: “todos os seus anjos… sol e lua… estrelas cintilantes… os mais altos céus e as águas acima do firmamento”. Esses elementos não são apenas figuras poéticas. Segundo Calvino, “cada uma das estrelas tem sua posição e atividade prescritas por Deus” (CALVINO, 2009, p. 586). Ou seja, até os corpos celestes proclamam a glória de seu Criador simplesmente por existirem e funcionarem como foram designados.

Ao mencionar “águas acima do firmamento” (v. 4), o salmista usa uma linguagem que lembra Gênesis 1:6. Walton explica que esse tipo de expressão era comum na cosmovisão antiga, em que se acreditava haver águas acima da abóbada celeste, de onde vinha a chuva (WALTON et al., 2018, p. 725). Mais do que uma explicação científica, o texto é uma afirmação teológica: tudo está sob o controle de Deus.

Nos versículos 5 e 6, o salmista apresenta a razão do louvor: “pois ordenou, e eles foram criados… estabeleceu em seus lugares para todo o sempre”. Aqui vemos uma das declarações mais poderosas sobre a criação no Antigo Testamento. Deus falou, e tudo surgiu. Além disso, Ele sustenta o universo com sua Palavra. Como aprendemos em Salmo 33:9: “pois ele falou, e tudo se fez”.

2. Louvor da terra e das criaturas (Salmo 148:7–10)

“Louvem o Senhor, vocês que estão na terra, serpentes marinhas e todas as profundezas…” (v. 7)

O salmista desce dos céus para a terra. A adoração agora envolve os elementos da natureza e os animais. É interessante que ele começa com as “serpentes marinhas” (ou “monstros marinhos”, conforme outras versões). No mundo antigo, essas criaturas eram vistas como forças caóticas. Mas no Salmo 148, até elas são chamadas a louvar a Deus. O Mito de Labbu, por exemplo, fala de um monstro de 60 léguas criado pelos deuses (WALTON et al., 2018, p. 725). A Bíblia, por outro lado, apresenta essas criaturas como obras do próprio Yahweh.

Logo depois, aparecem “relâmpagos e granizo, neve e neblina, vendavais” (v. 8). Todos esses elementos, que para nós parecem imprevisíveis, “cumprem o que ele determina”. Como em Salmo 104, Deus não apenas criou, mas continua governando cada detalhe da criação.

Nos versículos 9 e 10, a adoração continua com “montanhas, colinas, árvores frutíferas, cedros, animais selvagens, rebanhos domésticos, demais seres vivos e aves”. Tudo, desde os elementos inanimados até os seres vivos, participa da sinfonia cósmica de louvor. A criação, que geme em Romanos 8:22, também canta.

3. O chamado à humanidade (Salmo 148:11–14)

“Reis da terra e todas as nações, todos os governantes e juízes da terra…” (v. 11)

Agora, o foco se volta para os seres humanos. Reis, juízes, jovens, velhos, homens e mulheres — todos são incluídos. Não há distinção social, de idade ou de poder. Todos foram criados por Deus e devem louvá-lo.

O versículo 13 apresenta a razão do louvor humano: “somente o seu nome é exaltado; a sua majestade está acima da terra e dos céus”. Esse versículo ecoa Filipenses 2:9, onde Paulo afirma que Deus exaltou Jesus acima de todo nome. Ou seja, o louvor humano também aponta para Cristo.

Por fim, no versículo 14, o salmista destaca o povo de Israel: “Ele concedeu poder ao seu povo”. A expressão “levantou um chifre” (como na tradução hebraica) simboliza força e autoridade. Como explica Calvino, “o chifre representa a força que Deus dá à sua Igreja, protegendo-a contra todos os inimigos” (CALVINO, 2009, p. 591).

Cumprimento das profecias

O Salmo 148 não contém profecias diretas, mas aponta para verdades que se cumprem plenamente em Cristo. Em Colossenses 1:16, Paulo diz que “todas as coisas foram criadas por meio dele e para ele”. O louvor universal do salmo antecipa o cenário de Apocalipse 5, onde toda a criação se curva diante do Cordeiro.

Além disso, ao exaltar o nome de Deus acima da terra e dos céus, o salmo antecipa a revelação de Cristo como o nome que está acima de todo nome (Fp 2:9-11). A força dada a Israel também encontra cumprimento em Jesus, o verdadeiro descendente de Davi, que reina com autoridade eterna.

Significado dos nomes e simbolismos do Salmo 148

  • Aleluia – Expressão hebraica que significa “Louvem ao Senhor”.
  • Exércitos celestiais – Refere-se aos anjos, mas também aos corpos celestes, vistos como organizados e obedientes a Deus.
  • Serpentes marinhas (Tanninim) – Simbolizam o caos, mas aqui mostram que até o caos é submisso ao Criador (WALTON et al., 2018, p. 725).
  • Chifre – Representa poder, autoridade e dignidade, especialmente dado por Deus ao seu povo (CALVINO, 2009, p. 591).
  • Nome exaltado – O nome de Deus representa sua identidade e caráter. Ele é digno de ser louvado acima de tudo.

Lições espirituais e aplicações práticas do Salmo 148

  1. A criação é um coral que louva a Deus – Desde o céu até o fundo do mar, tudo foi feito para glorificar o Criador.
  2. O louvor começa com a contemplação – Ao observar a natureza, eu sou convidado a adorar. O céu prega, as estrelas cantam.
  3. Deus está no controle do caos – Até os ventos, as tempestades e os monstros marinhos obedecem à sua voz.
  4. O louvor não tem classe ou idade – Reis, crianças, homens e mulheres… todos foram feitos para adorar.
  5. Cristo é o centro do louvor universal – Ele é o nome exaltado, o Cordeiro digno. Louvar a Deus é reconhecer a glória de Jesus.
  6. Minha vida deve ser um reflexo da criação – Assim como os céus declaram a glória de Deus, minha existência deve fazer o mesmo.

Conclusão

O Salmo 148 é um convite à adoração total. Ele me mostra que o universo inteiro está voltado para a glória de Deus. Tudo que respira, e até o que não respira, foi criado para louvar. Não há espaço neutro na criação. O louvor é a linguagem natural de todas as coisas feitas por Deus.

Ao meditar nesse salmo, eu me pergunto: minha vida está afinada com esse coral cósmico? Estou usando minha voz, minha força e meus dons para exaltar aquele que me criou? O Salmo 148 me desafia a me unir a esse louvor universal — não apenas com palavras, mas com toda a minha vida.


Referências

  • CALVINO, João. Salmos, org. Franklin Ferreira, Tiago J. Santos Filho e Francisco Wellington Ferreira; trad. Valter Graciano Martins. 1. ed. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2009. v. 4, p. 584–591.
  • WALTON, John H.; MATTHEWS, Victor H.; CHAVALAS, Mark W. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Antigo Testamento, trad. Noemi Valéria Altoé da Silva. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2018, p. 725.
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