No Salmos 74, o Salmista apresenta a Deus um lamento, devido à destruição de Jerusalém e do Templo, na época de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Sua decepção e tristeza são notáveis. Ele não se conforma com a permissão de Deus para algo que ele considera, absurdo!
Seus sentimentos parecem indicar que nem mesmo Deus, Soberano e Todo-poderoso teria o direito de permitir isso. Ele reivindica os milagres e lance em rosto os feitos do passado: “Já não vemos sinais milagrosos; não há mais profetas, e nenhum de nós sabe até quando isso continuará…Por que reténs a tua mão, a tua mão direita? Não fiques de braços cruzados! Destrói-os!”
Para o leitor desavisado e até mesmo para o Salmista, ele tem razão em sua queixa. Mas ao ler o livro dos profetas: Isaías, Jeremias e Ezequiel somos completamente capazes de entender os motivos de Deus.
O povo se desviou completamente de Sua Palavra. Esnobou o Templo, os sacrifícios e ofertas, se prostituiu com outros deuses, não se opôs a injustiça social e praticou a corrupção, dentre outras coisas.
Por uma centena de vezes, o Senhor Deus os advertiu de que, caso não se arrependessem, seriam destruídos. O que eles fizeram?
Perseguiram os profetas e se rebelaram contra as profecias.
Muitas vezes agimos como este Salmista. Acusamos o Senhor Deus de não fazer ou permitir uma série de coisas. Questionamos seu poder, bondade, justiça e até mesmo o caráter. Mas no fim, quando se observa bem, não fizemos a nossa parte. Transgredimos o mandamento e fomos omissos com a Palavra de Deus.
O Salmos 74 nos mostra, o quanto devemos estar atentos as nossas atitudes e comportamento, para com o Senhor Deus. Deve haver em nós reverência e submissão sempre, caso contrário, morreremos!
Esboço de Salmos 74:
74.1 – 8: A destruição do Templo
74.9 – 19: Não há milagres
74.20 – 23: Dá atenção à tua aliança
Salmos 74.1 – 8: A destruição do Templo
1 Por que nos rejeitaste definitivamente, ó Deus? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas da tua pastagem?
2 Lembra-te do povo que adquiriste em tempos passados, da tribo da tua herança, que resgataste, do monte Sião, onde habitaste.
3 Volta os teus passos para aquelas ruínas irreparáveis, para toda a destruição que o inimigo causou em teu santuário.
4 Teus adversários gritaram triunfantes bem no local onde te encontravas conosco, e hastearam suas bandeiras em sinal de vitória.
5 Pareciam homens armados com machados invadindo um bosque cerrado.
6 Com seus machados e machadinhas esmigalharam todos os revestimentos de madeira esculpida.
7 Atearam fogo ao teu santuário; profanaram o lugar da habitação do teu nome.
8 Disseram no coração: “Vamos acabar com eles!” Queimaram todos os santuários do país.
Salmos 74.9 – 19: Não há milagres
9 Já não vemos sinais milagrosos; não há mais profetas, e nenhum de nós sabe até quando isso continuará.
10 Até quando o adversário irá zombar, ó Deus? Será que o inimigo blasfemará o teu nome para sempre?
11 Por que reténs a tua mão, a tua mão direita? Não fiques de braços cruzados! Destrói-os!
12 Mas tu, ó Deus, és o meu rei desde a antiguidade; trazes salvação sobre a terra.
13 Tu dividiste o mar pelo teu poder; quebraste as cabeças das serpentes das águas.
14 Esmagaste as cabeças do Leviatã e o deste por comida às criaturas do deserto.
15 Tu abriste fontes e regatos; secaste rios perenes.
16 O dia é teu, e tua também é a noite; estabeleceste o sol e a lua.
17 Determinaste todas as fronteiras da terra; fizeste o verão e o inverno.
18 Lembra-te de como o inimigo tem zombado de ti, ó Senhor, como os insensatos têm blasfemado o teu nome.
19 Não entregues a vida da tua pomba aos animais selvagens; não te esqueças para sempre da vida do teu povo indefeso.
Salmos 74.20 – 23: Dá atenção à tua aliança
20 Dá atenção à tua aliança, porque de antros de violência se enchem os lugares sombrios do país.
21 Não deixes que o oprimido se retire humilhado! Faze que o pobre e o necessitado louvem o teu nome.
22 Levanta-te, ó Deus, e defende a tua causa; lembra-te de como os insensatos zombam de ti sem cessar.
23 Não ignores a gritaria dos teus adversários, o crescente tumulto dos teus inimigos.