A explicação de Apocalipse 1.19–20 revela a chave de todo o livro: Jesus entrega a João uma ordem clara e explica o significado do mistério dos sete candelabros e das sete estrelas. Esta passagem não apenas encerra a visão inicial do Cristo glorificado, mas também prepara o terreno para as cartas às igrejas e para toda a revelação que segue.
No coração da visão de Apocalipse 1.19–20, Cristo se mostra como Senhor da história, presente no meio da sua igreja e sustentando seus servos em suas mãos.
A ordem de Cristo a João (Apocalipse 1.19)
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Jesus diz a João: “Escreva, pois, as coisas que você viu, as que são agora e as que acontecerão depois” (Ap 1.19).
Aqui está uma espécie de resumo do livro:
- As coisas que você viu – a visão do Cristo glorificado (capítulo 1).
- As que são agora – a situação das igrejas da Ásia (capítulos 2 e 3).
- As que acontecerão depois – os acontecimentos futuros revelados a partir do capítulo 4.
Na análise de Hernandes Dias Lopes, este versículo funciona como uma espécie de índice divino para o Apocalipse 1.19–20. Deus organiza a revelação para que a igreja compreenda a mensagem sem confusão. Não se trata de especulação, mas de uma sequência clara: passado, presente e futuro sob o governo de Cristo.
Kistemaker ressalta que João não deveria apenas contemplar a visão, mas registrá-la. O Apocalipse não é uma experiência pessoal reservada ao apóstolo, mas uma revelação para toda a igreja.
O mistério revelado (Apocalipse 1.20)
Jesus continua: “Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros de ouro: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas” (Ap 1.20).
No trecho de Apocalipse 1.20, o Senhor mesmo interpreta o símbolo, mostrando que não há espaço para adivinhações humanas:
- As sete estrelas – representam os mensageiros ou líderes espirituais das igrejas. Estão na mão direita de Cristo, o que simboliza proteção, autoridade e cuidado. Hernandes afirma: “Os servos de Deus não estão à mercê das circunstâncias. Eles estão nas mãos seguras do Senhor da igreja.”
- Os sete candelabros – representam as sete igrejas, que também simbolizam a igreja como um todo. O candelabro é imagem da luz que deve brilhar no mundo. Kistemaker destaca que Cristo anda entre os candelabros, mostrando sua presença constante no meio do seu povo.
O mistério é, portanto, a verdade central de que Cristo sustenta os líderes da igreja em suas mãos e permanece presente no meio do seu povo. Ele não é um Rei distante, mas o Senhor que habita com sua igreja e garante que a luz dela não se apague em Apocalipse 1.19–20.
Conclusão
Apocalipse 1.19–20 nos lembra que o Cristo glorificado não apenas revela o futuro, mas também organiza e sustenta o presente da sua igreja. João recebeu a ordem de registrar a visão para que toda a igreja fosse edificada.
As estrelas estão em suas mãos. Os candelabros brilham ao seu redor. O Senhor da história caminha no meio do seu povo.
Essa é a chave para lermos o Apocalipse com esperança: Jesus reina, governa e está presente com sua igreja até o fim.
CTA para estudo anterior
Se você ainda não leu o estudo anterior sobre a visão do Cristo glorificado em Apocalipse 1.19–20, não deixe de conferir. Ele prepara o caminho para entender esta revelação.
👉 Clique aqui para ler Apocalipse 1.9–18
>>> Estudo completo sobre Apocalipse 1
Referências
- Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
- DIAS LOPES, Hernandes. Apocalipse: O Futuro Chegou. São Paulo: Hagnos, 2015.
- KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.