O tema do livre-arbítrio é com certeza um dos mais controversos da Bíblia. Por séculos, teólogos, filósofos e pensadores discutem o assunto. No final a grande pergunta a ser respondida é: Livre-arbítrio existe?
Pois bem, neste estudo bíblico, quero analisar com você as origens do tema e suas correntes de ensino.
Sendo assim, se prepare!
Fique confortável. Pegue sua bebida favorita e esqueça as notificações do celular, porque este assunto vai exigir 200% da sua atenção.
PARTIU!
O Significado do Livre-Arbítrio
Essa é a definição clássica do livre-arbítrio: “A liberdade do ser humano para tomar decisões”. e de acordo com alguns teólogos, nos foi concedida pelo Senhor Deus no ato da criação: a capacidade de decidir entre o bem e o mal.
No entanto, é importante lembrar que o termo não está na Bíblia. Os primeiros estudos dessa área foram feitos por Agostinho, e segundo ele, nosso livre-arbítrio só existe para a escolha do pecado, nunca para a salvação.
Noutras palavras, segundo Agostinho qualquer um de nós que veio a crer em Cristo, não creu por escolha própria, mas por escolha soberana de Deus.
Nos tópicos seguintes quero analisar as conclusões das duas escolas e por fim, apresentar a minha própria opinião.
Segundo Santo Agostinho
Segundo Agostinho de Hipona, que viveu entre 354 – 430 d.C, a liberdade do homem após a queda está condicionada a sua escolha pelo pecado, jamais para a salvação. De acordo com ele, hoje as nossas possibilidades de livre-arbítrio são muito limitadas.
Sua teoria não acredita que o ser humano consiga passar do estado de perdido (sem Deus) para o estado de conversão sem que haja uma determinação soberana do Criador para que tal pessoa creia.
O motivo que ele apresenta é o de que a vontade do ser humano não possui mais liberdade para isso, já que está sujeito ao pecado, o ser humano só escolhe o que naturalmente desagrada a Deus.
Aqui, entra mais dois assuntos importantes na Teologia: a graça irresistível e a predestinação. Neste caso, a atuação da graça irresistível na vida do pecador lhe move do pecado, lhe abre o entendimento e opera a conversão.
Sendo um ato de pleno favor, essa manifestação da graça não conta ou precisa da decisão humana. Esse modelo teológico foi desenvolvido por Agostinho e hoje, é a base do calvinismo ortodoxo.
O Livre-arbítrio Existe?
Segundo o ensino de Agostinho e Jonathan Edwards, há uma diferença entre livre-arbítrio e liberdade. Segundo eles, a grande questão está entre o desejo e escolha.
A definição neste sentido, é a de que “sempre escolhemos de acordo com as inclinações ou desejos mais fortes do momento […]” (Sproul, R. C. (2012). Ou seja, nossas escolhas são fruto de uma espécie de coerção externa.
Observe o seguinte exemplo:
Imagine que você seja surpreendido por um assaltante, que com uma arma na mão lhe dá as seguintes opções: “me passa o dinheiro ou eu atiro”.
Qual a sua escolha?
Escolhemos entregar o dinheiro, ok?
Isso é liberdade?
Não! Isso é coerção.
Suas opções foram limitadas pela circunstância e escolheu o que lhe preservou a vida. Caso não houvesse a possibilidade de perda, nenhum de nós consideraria entregar o dinheiro.
Complicado?
Não, não é!
Pense da seguinte forma, nossas escolhas revelam nossos desejos mais ardentes. O desejo pela vida é mais ardente que o desejo pelo dinheiro, por isso que sob a coerção de uma arma entregamos o dinheiro.
Quando pecamos contra Deus, significa que o nosso desejo de pecar é maior que o desejo de agradar a Deus. Contudo, não significa que não desejamos agradar a Deus.
Ao observar os nossos desejos, Edwards os comparou às ondas do mar. Inconstantes e incontroláveis. Depois de reuniões de oração sinceras, normalmente queremos agradar a Deus, contudo quando expostos aos prazeres da carne somos atraídos por suas satisfações.
Essa inconsistência, segundo a doutrina de Agostinho e Edwards leva a seguinte conclusão:
Somos inconstantes e com desejos que mudam mais rápido do que conseguimos imaginar. Nenhum de nós atingiu a estabilidade de uma vida plenamente dirigida por desejos santos.
Enquanto for vítima desta guerra, o ser humano jamais será completamente livre, como falou Jonathan Edwards, nem desfrutará da liberdade apresentada por Agostinho.
Ou seja, não somos livres para escolher o que queremos, escolhemos com base em duas opções dadas e sempre escolhemos de acordo com o desejo mais ardente, o que na visão de Agostinho se configura em coerção e não liberdade ou livre-arbítrio.
O Livre-arbítrio Segundo o Arminianismo
Pois bem, se após a queda somos “coagidos” a pecar, o que houve com Adão e Eva que não estavam sobre a influência da tentação? Que não conheciam o pecado?
Aqui há um ponto que é praticamente inexplicável.
A possibilidade de escolha de Adão e Eva pelo erro, era praticamente impossível, mas aconteceu. De alguma forma, o tempo no Éden e as opções apresentadas pelo Senhor Deus foram insuficientes para o primeiro casal.
O que a teoria propõe é que, em algum momento antes da queda o Diabo percebeu a insatisfação neles, e daí lhes apresentou sua proposta (Gênesis 3:4-6).
Ao ouvir a proposta da serpente, Eva achou agradável. Ou seja, ela não repugnou, rejeitou ou achou absurdo. Ela consentiu!
Sendo assim, lançando um olhar sobre a Bíblia, segundo essa doutrina a questão da escolha do pecado do primeiro casal, é uma questão moral. Deus fez o homem para não pecar, e ele escolheu o contrário em um perfeito exercício do seu livre-arbítrio.
O Livre-arbítrio e a Santificação
O processo de conversão operado em nós pelo Espírito Santo, é o responsável por operar em nós a santificação mediante o nosso reconhecimento pecado e necessidade de perdão (Romanos 12:1,2).
Arrependimento sincero e mudança de atitude, são os requisitos necessários para a operação dessa transformação.
Esse é o convite de Paulo: “Alimente a sua nova criatura e deixe morrer de fome, a velha”. Quando o desejo de pecar vier, o meu desejo de agradar a Deus deve superá-lo. À medida que o tempo passa, a nossa nova natureza ficará cada vez mais forte e os embates serão mais favoráveis para a obediência a Deus.
Isso é fruto da manifestação da graça. Sim ela atua sobre a nossa vida mesmo antes da conversão, é ela sim que nos atrai a Cristo, mas não por imposição ou escolha pré-determinada como se os que creem fossem especiais ou como se a salvação estivesse limitada a um grupo de pessoas.
Conclusão
O tema do livre-arbítrio é complexo e de difícil entendimento, de fato, mas não deve ser motivo de perturbação ou confusão à fé. A exposição desse assunto nos mostra que apenas o nosso Deus é Soberano e conhece todas as coisas.
É certo, que alguns temas bíblicos mostram a nossa finitude e dependência de Deus. Enquanto seres humanos, conhecemos em parte, apenas na revelação futura de Cristo é que conheceremos plenamente.
De qualquer forma, a minha opinião é que Adão e Eva foram criados com o livre-arbítrio perfeito, isto é: o poder de escolher entre o bem e o mal, por mais que não o conhecessem.
Obviamente que as coisas eram bem mais fáceis para eles, por isso, ao contrário de nós que temos a semente do pecado desde o nascimento e precisamos a aprender a obediência.
Me sente vontade de ir morar no Céu, amei,superou minhas expectativas.Glorias Deus!
Graça e paz.
2 passagens que envolvem o assunto:
1 – o Senhor Jesus disse que aquele que comete pecado, é escravo do pecado.
2 – e o Apostolo Paulo relatou ser Escravo de Cristo.
oque acham? pode um escravo escolher?
Jesus disse aos que o seguiam ninguém pode vir a mim se por meu Pai não for concedido e aquele a quem o Filho o quiser revelar e aquele que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora .
Mais uma vez graça e paz. Realmente é um tema onde nossa mente humana é limitada demais para entender, e aqui vale muito a expressão: “viver pela fé”, sem muitos questionamentos, a menos que o Espírito Santo nos revele conforme a vontade Dele.
Almejo intimidade com DEUS
Belo estudo e visão sobre o livre arbítrio! Deus te abençoe sempre a cada amanhecer! E te capacite pra toda boa obra! No nome de Jesus!
?????
Excelente
Queria receber os estudo todos os dias ..
Muito bom☺essa ministração