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Início » Bíblia de Estudo Online » Marcos 8: Por que os discípulos ainda não entendiam Jesus?

Marcos 8: Por que os discípulos ainda não entendiam Jesus?

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:10 minutos

Marcos 8 é um dos capítulos mais ricos em simbolismo e revelações do Evangelho. Aqui, Jesus não apenas realiza mais um milagre de provisão, mas também confronta o coração incrédulo dos discípulos, expõe o engano dos fariseus e revela, de maneira clara, que o caminho do Messias passa pelo sofrimento e pela cruz. Esse texto me ensina que, muitas vezes, sou como os discípulos: vejo os sinais, mas ainda não entendo o que Deus está fazendo.

Qual é o contexto histórico e teológico de Marcos 8?

O Evangelho de Marcos foi escrito provavelmente entre os anos 60 e 70 d.C., para cristãos gentios, muitos deles em Roma, em meio à perseguição e à incerteza quanto ao futuro (KEENER, 2017). Marcos, discípulo de Pedro, apresenta Jesus de forma prática, direta e cheia de ação, revelando o Messias que serve, sofre e salva.

O capítulo 8 ocorre em um ambiente de transição no ministério de Jesus. Parte da narrativa acontece no território gentio da Decápolis e na região de Cesaréia de Filipe, áreas influenciadas pela cultura pagã grega e romana. Jesus já havia alimentado cinco mil judeus; agora, alimenta quatro mil pessoas, em sua maioria gentios, mostrando que o Reino de Deus não tem fronteiras.

Teologicamente, este capítulo enfatiza tanto a compaixão prática de Jesus quanto o duro caminho do discipulado. Hendriksen (2014) destaca que Marcos organiza o texto para mostrar a incredulidade dos discípulos e a revelação progressiva sobre a verdadeira identidade e missão de Cristo. Keener (2017) acrescenta que, culturalmente, a expectativa messiânica da época era política e triunfalista, o que explica a dificuldade dos discípulos em aceitar a mensagem da cruz.

Como o texto de Marcos 8 se desenvolve?

O capítulo se divide em cinco momentos essenciais:

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1. O que aprendemos com a segunda multiplicação dos pães? (Marcos 8.1-10)

Jesus está em um local afastado com a multidão, composta, possivelmente, por muitos gentios (KEENER, 2017). Eles permanecem ali por três dias, ouvindo seus ensinos. Então, movido de compaixão, Jesus realiza o milagre:

“Tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer” (Marcos 8.2).

Os discípulos, apesar de já terem presenciado a multiplicação dos cinco mil em Marcos 6.30-44, questionam novamente:

“Onde, neste lugar deserto, poderia alguém conseguir pão suficiente para alimentá-los?” (Marcos 8.4).

Isso revela sua incredulidade e falta de percepção espiritual, como Keener (2017) observa. Na cultura judaica, dar graças antes das refeições era um costume, com a bênção tradicional: “Bendito és tu, ó Senhor nosso Deus, Rei do Universo, que fizeste com que a terra nos desse pão” (KEENER, 2017).

O termo usado para “cestos” aqui indica um tipo de cesto maior, de cana, utilizado para carregar peixes, reforçando o ambiente cultural e geográfico (KEENER, 2017).

Este milagre, assim como o anterior, ecoa o feito por Eliseu ao alimentar cem homens com poucos pães e ainda sobrar comida (2 Reis 4.42-44). Vejo aqui que Jesus não apenas repete o milagre, mas amplia sua aplicação, mostrando que o Reino é para todos, inclusive gentios.

2. Por que Jesus rejeita o pedido de um sinal? (Marcos 8.11-13)

Os fariseus pedem um “sinal do céu”, algo que, na cultura da época, poderia significar um milagre celestial, como fogo caindo do céu, ou um sinal astrológico visível (KEENER, 2017). Muitos judeus aceitavam astrologia, apesar de a Bíblia condená-la (Deuteronômio 18.10).

Jesus suspira profundamente e diz:

“Por que esta geração pede um sinal miraculoso? Eu lhes afirmo que nenhum sinal lhe será dado” (Marcos 8.12).

Ele se recusa a atender ao capricho incrédulo dos líderes religiosos. A dureza do coração deles é tamanha que nenhum sinal seria suficiente. Isso me faz refletir sobre como posso, às vezes, querer provas de Deus, quando o que preciso é de fé.

3. O que significa o fermento dos fariseus e de Herodes? (Marcos 8.14-21)

No barco, os discípulos se preocupam por terem apenas um pão. Jesus os adverte:

“Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes” (Marcos 8.15).

O fermento, na Bíblia, simboliza algo que se espalha, seja bom ou ruim (Êxodo 12.15-17; Mateus 13.33; 1 Coríntios 5.6-7). Aqui, representa a influência corruptora da religiosidade vazia dos fariseus e do poder político de Herodes (KEENER, 2017).

Os discípulos não entendem. Discutem sobre a falta de pão. Jesus os confronta:

“Ainda não compreendem nem percebem? Seus corações estão endurecidos?” (Marcos 8.17).

Isso revela a cegueira espiritual dos próprios seguidores de Cristo, como Hendriksen (2014) destaca. Me identifico com eles. Quantas vezes também não percebo o cuidado e o agir de Deus, mesmo depois de tantas provas?

4. Por que a cura do cego acontece em duas etapas? (Marcos 8.22-26)

Em Betsaida, Jesus cura um cego em dois momentos. Primeiro, o homem vê as pessoas como árvores andando. Só depois, enxerga claramente.

Essa é a única cura em etapas nos Evangelhos, e muitos estudiosos a entendem como uma parábola encenada sobre a visão espiritual dos discípulos (KEENER, 2017). Eles começaram a ver, mas ainda não compreendem plenamente.

O uso da saliva pode ter tido, na cultura da época, associação com a cura, embora também fosse considerado repugnante, testando a fé do homem (KEENER, 2017).

Jesus ordena que o homem não volte ao povoado, preservando o segredo messiânico.

Esse episódio me mostra que o entendimento sobre Cristo é progressivo. À medida que Ele toca nossos olhos espirituais, passamos a enxergar com mais clareza quem Ele é.

5. O que revela a confissão de Pedro? (Marcos 8.27-30)

Em Cesaréia de Filipe, região de forte influência pagã e adoração ao deus Pã (KEENER, 2017), Jesus pergunta aos discípulos:

“Quem o povo diz que eu sou?” (Marcos 8.27).

Eles respondem: João Batista, Elias ou um dos profetas. Então Jesus pergunta diretamente:

“E vocês? Quem vocês dizem que eu sou?” (Marcos 8.29).

Pedro declara: “Tu és o Cristo”. O termo “Cristo” significa “ungido”, o rei descendente de Davi que restauraria Israel (Salmo 2; Isaías 9.6-7).

Porém, a visão de Pedro ainda era limitada. Ele esperava um Messias político e triunfalista, não o Cristo sofredor.

6. Qual é a verdadeira missão do Messias? (Marcos 8.31-9.1)

Jesus começa a ensinar que o Filho do Homem deve sofrer, ser rejeitado, morto e, depois de três dias, ressuscitar. Pedro o repreende, atitude inaceitável na cultura judaica, onde discípulos deviam respeito absoluto aos mestres (KEENER, 2017).

Jesus o repreende duramente:

“Para trás de mim, Satanás! Você não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens” (Marcos 8.33).

Pedro, sem perceber, estava agindo como instrumento de Satanás ao tentar afastar Jesus do caminho da cruz. Isso me faz lembrar que posso, mesmo com boas intenções, atrapalhar o plano de Deus se não estiver alinhado com Sua vontade.

Jesus deixa claro que o discipulado envolve cruz:

“Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8.34).

Na época, carregar a cruz significava literalmente caminhar rumo à morte, em meio ao desprezo público (KEENER, 2017).

Jesus diz que quem perder a vida por amor a Ele e ao Evangelho a salvará. E questiona:

“Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8.36).

Essa é uma das declarações mais confrontadoras do Evangelho. Nenhum sucesso, prazer ou conquista compensa a perda da alma.

Jesus conclui afirmando que, ao final, Ele virá em glória com os anjos (Daniel 7.13-14) para julgar. O seguimento de Cristo exige entrega radical hoje, mas garante glória eterna.

Que conexões proféticas encontramos em Marcos 8?

O capítulo aponta para o cumprimento de diversas profecias e verdades bíblicas:

  • A compaixão de Jesus ecoa o cuidado de Deus pelo povo no deserto, como em Êxodo 16.
  • A incredulidade dos discípulos lembra a dureza de coração de Israel, denunciada pelos profetas (Isaías 29.9-10; Ezequiel 12.2).
  • A cura progressiva do cego ilustra a revelação gradual do Messias, como previam os profetas (Isaías 35.5).
  • A confissão de Pedro cumpre o anseio messiânico de Israel, revelado em Salmo 2.
  • O anúncio do sofrimento e da rejeição do Messias conecta-se diretamente a Isaías 53.
  • O chamado ao discipulado radical se alinha com as exigências do Reino de Deus, reveladas ao longo das Escrituras.

O que Marcos 8 me ensina para a vida hoje?

Ao meditar neste capítulo, aprendo verdades transformadoras:

  • Jesus é o Deus que se importa com minhas necessidades práticas e espirituais.
  • A incredulidade me impede de reconhecer o agir de Deus, mesmo após ver seus milagres.
  • Preciso permitir que Jesus abra meus olhos espirituais, progressivamente, até enxergar com clareza quem Ele é.
  • Seguir a Cristo exige renúncia, cruz e disposição para enfrentar o desprezo do mundo.
  • Não vale a pena trocar a alma por conquistas terrenas.
  • Só em Jesus encontro salvação, propósito e vida eterna.

Como Marcos 8 me conecta ao restante das Escrituras?

Este capítulo reforça a unidade da Bíblia:

  • A multiplicação dos pães aponta para o maná do deserto (Êxodo 16).
  • O endurecimento dos discípulos relembra as advertências proféticas (Ezequiel 12.2).
  • A confissão de Pedro ecoa o anseio messiânico de Israel (Salmo 2).
  • O anúncio do sofrimento conecta-se a Isaías 53.
  • A promessa da glória final aponta para a vitória do Reino de Deus em Daniel 7.

Jesus me chama a segui-lo de forma radical, confiando no seu cuidado, aceitando o caminho da cruz e olhando para a glória que está por vir.


Referências

  • HENDRIKSEN, William. Marcos. Trad. Lucas Ribeiro. 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014.
  • KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Novo Testamento. Trad. José Gabriel Said. Edição Ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2017.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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