O livro de Esdras é um dos que compõem os escritos sequenciais dos judeus, após o cativeiro na Babilônia. A coletânea completa é: 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias. O nome de Esdras, significa: auxílio, ajuda ou socorro, o que de fato ele foi para o seu povo. Embora não seja citado em nenhum livro da Bíblia, como autor, a maioria dos eruditos do passado e do presente acreditam firmemente que ele escreveu toda esta coleção pós-exílio.
De acordo com a tradição, foi ele que reuniu todos os livros do Antigo Testamento em uma só obra com 39 livros, estabeleceu a liturgia do culto na sinagoga e fundou a sinagoga de Jerusalém, onde o cânon do Antigo Testamento foi fixado. Fica muito claro em seu procedimento, que ele amava profundamente as Sagradas Escrituras.
O livro de Esdras – o sacerdote e escriba – descreve o cumprimento da promessa de restauração feita por Deus em Jeremias 29.10 – 14, no que se refere ao retorno do povo depois de longos 70 anos no cativeiro.
Introdução ao livro de Esdras em vídeo
A ida dos judeus ao cativeiro ocorreu em três levas:
- Em 605 a.C: os jovens nobres de Judá, incluindo Daniel e seus amigos;
- Em 597 a.C: mais de 11.000 pessoas, entre eles o profeta Ezequiel;
- Em 586 a.C: todo o restante de Judá, menos Jeremias e os mais pobres.
De maneira bastante semelhante, ocorreu a restauração deles à sua terra natal. Também foram em três levas:
- Em 538 a.C: 50.000 exilados retornaram sob a liderança de Zorobabel e Jesua;
- Em 457 a.C: cerca de mais de 17.000 exilados retornaram sob a liderança de Esdras;
- Em 444 a.C: sob a liderança de Neemias e seus auxiliares, o restante do povo foi conduzido de volta.
Aproximadamente dois anos após a derrota de Nabucodonosor para o império persa em 539 a.C, o retorno dos cativos judeus, começou. O livro de Esdras nos apresenta o registro da primeira e da segunda levas, destes exilados.
Neste período, três reis persas estiveram sob o governo do império: Ciro, Dario e Artaxerxes.
Além deles, cinco homens de Deus se destacam na reforma espiritual e estrutural:
- Zorobabel, responsável pela condução dos primeiros exilados;
- Jesua, sumo sacerdote dedicado que auxiliou Zorobabel;
- O profeta Ageu;
- E o profeta Zacarias, ambos encorajavam o povo a concluir a reconstrução do Templo;
- Esdras, que conduziu o segundo grupo de exilados em seu retorno a Jerusalém, e a quem o Senhor Deus levantou para restaurar o povo, tanto moral como espiritualmente.
Para escrever este livro, Esdras contou sobretudo, com a inspiração do Espírito Santo, que sussurrou as palavras em seu espírito e a consulta de genealogias, arquivos oficiais e suas próprias lembranças dos episódios.
O livro foi escrito em hebraico, na sua grande maioria. Apenas alguns trechos foram escritos em aramaico, que era a língua oficial dos judeus da época.
Objetivo
O livro de Esdras tem o objetivo de evidenciar a providência e a fidelidade de Deus na restauração do seu povo, Israel e Judá, e seu retorno do exílio babilônico a Jerusalém.
É possível observar nitidamente a interferência e soberania de Deus na história do seu povo. Ele influenciou o coração de três reis persas para ajudar no regresso dos exilados e financiar as obras de reconstrução das cidades e do Templo.
E levantou lideranças espirituais, capazes, para conduzir os exilados de volta a adoração e conhecimento de Deus, de maneira que um avivamento pode ser visto entre eles .
Dentre tantas lições preciosas, aprendemos com o livro de Esdras que Deus está sempre a procura de restaurar o ser humano caído e fragilizado, pelo pecado. Fica claro que Ele utiliza tanto o castigo, quanto a esperança e a restauração.
Ou seja, é algo que está bastante evidente e claro na pessoa e ensinamentos de Jesus Cristo. O furor, a graça, a repreensão e o amor, são elementos que fazem parte de nosso relacionamento com Deus.
Capítulos de Esdras:
Capítulo 2: Cativos que Retornaram a Judá
Capítulo 3: Tempo de Recomeçar
Capítulo 4: A Reconstrução é Interrompida
Capítulo 5: Recomeça as Obras no Templo
Capítulo 6: Encorajados Pela Pregação
Capítulo 7: A Dedicação do Escriba
Capítulo 8: A Viagem do Escriba a Jerusalém