Ezequiel 10 é um capítulo fascinante e enigmático do livro de Ezequiel. Nesta passagem, o profeta continua a descrever sua visão das criaturas celestiais que ele havia visto no capítulo 1. No entanto, desta vez, a visão é ainda mais misteriosa e cheia de simbolismo.
Neste capítulo, Ezequiel descreve como a glória de Deus estava saindo do templo de Jerusalém, deixando a cidade poluída pela idolatria e destinada à destruição. Ele também descreve os querubins e as rodas que os acompanham, que são tão cheios de olhos que simbolizam a onisciência divina.
Embora a passagem possa ser desafiadora para os leitores modernos, há muito que podemos aprender sobre a natureza de Deus e a importância da obediência a Ele. O capítulo é um lembrete poderoso da santidade de Deus e da necessidade de buscar a Sua presença em nossas vidas.
Ezequiel destaca um ponto: “Todos iam sempre para a frente”. Estes seres estão sempre prontos para executar a ordem de Deus. Eles caminham em sintonia com o desejo de Deus.
É muito importante que sigamos o exemplo deles. Que caminhemos sempre em direção à vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável…” (Romanos 12.2).
Neste estudo, exploraremos os significados simbólicos de Ezequiel 10 e como eles se aplicam a nós hoje. Também examinaremos as implicações para a adoração de Deus e a nossa necessidade de arrependimento e obediência.
Esboço de Ezequiel 10:
Ez 10.1,2: A saída da glória de Deus do templo de Jerusalém
Ez 10.3-5: A visão do trono-carruagem de Deus
Ez 10.6-7: As rodas giratórias e os querubins cheios de olhos
Ez 10.8-13: A partida da glória de Deus do templo de Jerusalém
Ez 10.14: A aparente discrepância nas descrições dos querubins
Ez 10.15-22: A última visão da glória de Deus em Jerusalém antes da partida final
Reflexão de Ezequiel 10 para os nossos dias
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Ezequiel 10.1,2: A saída da glória de Deus do templo de Jerusalém
Olhei e vi algo semelhante a um trono de safira sobre a abóbada que estava por cima das cabeças dos querubins. 2 O Senhor disse ao homem vestido de linho: “Vá entre as rodas, por baixo dos querubins. Encha as mãos com brasas ardentes apanhadas de entre os querubins e espalhe-as sobre a cidade”. E, enquanto eu observava, ele foi. (Ez 10.1–2 NVI).
Esse trecho de Ezequiel que nos mostra claramente a santidade e o zelo de Deus por Sua morada. Ele não compartilharia Sua casa com outros “deuses” e não toleraria a idolatria que havia se infiltrado em Seu santuário.
Vemos aqui a história de Siló, onde o centro de adoração de Deus foi removido depois que Sua glória partiu dele. O mesmo destino aguardava o templo de Jerusalém, pois Deus não permitiria que Seu nome fosse profanado.
Ezequiel, em sua visão, viu o trono de Deus sobre a expansão que estava sobre as cabeças dos querubins. Este trono azul-celeste era a carruagem de Deus, que estava ao sul do templo. Deus ordenou que o escriba angélico fosse entre as rodas sob os querubins e pegasse brasas vivas para purificar Sua cidade “santa”.
Essas brasas vivas já haviam sido vistas por Ezequiel anteriormente, e agora Deus as usaria para purificar Sua cidade. Essa purificação seria um ato de amor e zelo, pois Deus não permitiria que a impureza manchasse Sua morada.
Ezequiel 10.3-5: A visão do trono-carruagem de Deus
3 Ora, os querubins estavam no lado sul do templo quando o homem entrou, e uma nuvem encheu o pátio interno. 4 Então a glória do Senhor levantou-se de cima dos querubins e moveu-se para a entrada do templo. A nuvem encheu o templo, e o pátio foi tomado pelo resplendor da glória do Senhor. 5 O som das asas dos querubins podia ser ouvido até no pátio externo, como a voz do Deus todo-poderoso, quando ele fala. (Ez 10.3–5 NVI).
Ezequiel nos leva a contemplar a glória de Deus em Sua casa. Ezequiel, ao lado do santuário, voltou sua atenção para o trono-carruagem de Deus, e uma nuvem encheu o pátio interno, significando a presença do Senhor.
Essa nuvem nos faz lembrar de outros momentos em que Deus se manifestou em Sua glória, como em Êxodo 33:9-10, 1 Reis 8:10-11 e Isaías 6:1-4. Ezequiel nos lembra que a glória do Senhor se moveu do trono-carruagem para o limiar, indicando uma mudança na presença de Deus em Sua casa.
Enquanto a nuvem enchia o templo, o pátio estava cheio do esplendor da glória do Senhor. Essa manifestação da glória de Deus perfurou a nuvem para iluminar a praça onde Ezequiel estava. Acompanhando esse brilho ofuscante estava o som das asas dos querubins, tão alto que se ouvia no pátio externo.
Ezequiel 10.6-7: As rodas giratórias e os querubins cheios de olhos
6 Quando o Senhor ordenou ao homem vestido de linho: “Apanhe fogo do meio das rodas, do meio dos querubins”, o homem foi e colocou-se ao lado de uma roda. 7 No meio do fogo que estava entre os querubins um deles estendeu a mão, apanhou algumas brasas e as colocou nas mãos do homem vestido de linho, que as recebeu e saiu. (Ez 10.6–7 NVI).
O relato de Ezequiel continua a nos mostrar a visão que teve do homem de linho, que se aproximou do trono-carruagem de Deus. Ele ficou ao lado de uma das quatro rodas e dos querubins, que tinham em suas mãos brasas vivas.
Um dos querubins, então, pegou um pouco do fogo e o colocou nas mãos do homem de linho, realizando assim a purificação divina de Jerusalém. Esse ato de purificação nos lembra do julgamento de Deus como um fogo espalhado sobre Jerusalém. Seu destino final foi a destruição pelo fogo pelas mãos do exército babilônico.
O homem de linho pegou o fogo e saiu, e embora Ezequiel não tenha escrito que ele espalhou o fogo sobre Jerusalém, podemos presumir. Possivelmente os olhos do profeta ainda estavam paralisados no trono-carruagem de Deus.
Ezequiel 10.8-13: A partida da glória de Deus do templo de Jerusalém
8 (Debaixo das asas dos querubins podia-se ver o que se parecia com mãos humanas.) 9 Olhei e vi ao lado dos querubins quatro rodas, uma ao lado de cada um dos querubins; as rodas reluziam como berilo. 10 Quanto à sua aparência, eram iguais, e cada uma parecia estar entrosada na outra. 11 Enquanto se moviam, elas iam em qualquer uma das quatro direções que tomavam os querubins; as rodas não se viravam enquanto os querubins se moviam. Eles seguiam qualquer direção à sua frente, sem se virar.12 Seus corpos, inclusive as costas, as mãos e as asas, estavam completamente cheios de olhos, como as suas quatro rodas. 13 Quanto às rodas, ouvi que as chamavam “giratórias”. (Ez 10.8–13 NVI).
Ezequiel nos mostra que os corpos dos querubins estavam completamente cheios de olhos, representando a onisciência divina. Esses olhos nos fazem lembrar da presença de Deus que está em todos os lugares e que tudo vê.
As rodas também são um elemento importante da visão, e Ezequiel nos diz que elas são chamadas de rodas giratórias. Essa nomeação é dada por sua função: elas colocam o trono-carruagem de Deus em movimento. As rodas são, portanto, a peça fundamental para o movimento da carruagem de Deus.
É interessante notar que João, em sua visão descrita em Apocalipse 4:8, também viu quatro criaturas ao redor do trono de Deus, cobertas de olhos. Essa semelhança nas visões de Ezequiel e João nos mostra a unidade da revelação divina e a importância da onisciência divina para a compreensão da visão.
A nomeação das rodas como rodas giratórias parece preparar o caminho para sua partida, que será descrita em Ezequiel 10:15-19. A glória de Deus estava prestes a sair girando de Seu templo nas rodas giratórias.
Ezequiel 10.14: A aparente discrepância nas descrições dos querubins
14 Cada um dos querubins tinha quatro rostos: Um rosto era o de um querubim, o segundo, de um homem, o terceiro, de um leão, e o quarto, de uma águia. (Ez 10.14 NVI)
Neste trecho de Ezequiel, temos uma aparente discrepância na descrição das faces dos querubins. No capítulo 1, Ezequiel nos mostra que os querubins tinham rostos de homem, leão, águia e boi. No entanto, no capítulo 10, a descrição dos rostos é diferente, com o rosto de um querubim, um homem, um leão e uma águia.
Essa discrepância tem sido objeto de debate e discussão entre os estudiosos da Bíblia. Alguns sugerem que um escriba posterior erroneamente copiou “um querubim” no lugar de “face de um boi”. Outra visão é que a face de um boi era, na verdade, a compreensão normal da face de um querubim.
Na literatura acadiana, o termo “kuribu” – cognato de “querubim” – parece ter rostos não humanos, o que pode nos dar uma pista para entender essa aparente discrepância. Independentemente do entendimento correto, o que podemos aprender com essa passagem é que Deus é um Deus de mistério, e Sua revelação a nós muitas vezes é dada de forma enigmática.
Mas, apesar do mistério, sabemos que Deus é fiel e que Sua Palavra é verdadeira. Devemos confiar nEle em todos os momentos, mesmo quando as coisas parecem confusas ou contraditórias. Deus tem um plano para nós, e Ele nos guiará em Seu caminho se nos submetermos a Ele.
Que o Espírito Santo nos ajude a entender a Palavra de Deus e a confiar em Seus caminhos, mesmo quando não os entendemos completamente.
Ezequiel 10.15-22: A última visão da glória de Deus em Jerusalém antes da partida final
15 Então os querubins se elevaram. Eram os mesmos seres viventes que eu tinha visto junto ao rio Quebar. 16 Quando os querubins se moviam, as rodas ao lado deles se moviam; quando os querubins estendiam as asas para erguer-se do chão, as rodas também iam com eles. 17 Quando os querubins se mantinham imóveis, elas também ficavam; e quando os querubins se levantavam, elas se levantavam com eles, porque o espírito dos seres viventes estava nelas. 18 E a glória do Senhor afastou-se da entrada do templo e parou sobre os querubins. 19 Enquanto eu observava, os querubins estenderam as asas e se ergueram do chão, e as rodas foram com eles. Eles pararam à entrada da porta oriental do templo do Senhor, e a glória do Deus de Israel estava sobre eles. 20 Esses seres viventes eram os mesmos que eu tinha visto debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e percebi que eles eram querubins. 21 Cada um tinha quatro rostos e quatro asas, e debaixo de suas asas havia o que parecia mãos humanas. 22 Seus rostos tinham a mesma aparência daqueles que eu tinha visto junto ao rio Quebar. Todos iam sempre para a frente. (Ez 10.15–22 NVI).
A hora da partida da glória de Deus havia chegado. Os querubins se levantaram, e o trono de Deus ascendeu da corte de Israel para o ar. Ezequiel nos mostra o movimento dos querubins e das rodas, usando as mesmas palavras que empregou no capítulo 1.
A carruagem do trono começou a se mover para o leste, mas quando os querubins se aproximaram da borda do recinto do templo, eles pararam na entrada do portão leste da casa do Senhor, e a glória do Deus de Israel estava acima deles. Essas criaturas eram inquestionavelmente os mesmos querubins que Ezequiel havia visto antes.
Antes da partida final da glória de Deus, houve uma pausa final. Uma vez que Deus passou pelo portão, a inscrição “Ichabod” – “a glória se foi” – poderia ser escrita sobre Jerusalém. Como que para atrasar esse movimento final, Ezequiel inseriu a história de 25 ímpios governantes.
Ezequiel recebeu duas mensagens do Senhor, enfatizando o julgamento das pessoas que permaneceram em Jerusalém e a promessa de restauração das pessoas que estavam no cativeiro. Então, Ezequiel registrou a partida final da glória de Deus.
Meus irmãos, essa visão nos mostra a seriedade do pecado e a importância da obediência a Deus. A glória de Deus não permanecerá onde há pecado e desobediência, e isso é uma advertência para todos nós.
Que possamos buscar a obediência a Deus em todas as coisas, para que Sua glória possa permanecer em nossas vidas e em nossas comunidades.
Reflexão de Ezequiel 10 para os nossos dias
Este capítulo, como toda a Escritura, é um tesouro precioso, que nos oferece um vislumbre da majestade e da santidade de Deus.
No mundo de hoje, muitas vezes somos tentados a minimizar a santidade de Deus, considerando-o apenas como um amigo íntimo, ou como um “velho camarada”. Mas a visão de Ezequiel dos querubins e das rodas giratórias nos lembra que Deus é transcendente e santíssimo. Ele não pode ser reduzido a um mero companheiro, ou a um objeto de culto para nossos desejos e caprichos.
A partida da glória de Deus do templo de Jerusalém em Ezequiel 10 também deve ser um aviso para nós. Assim como a idolatria poluiu o templo naquela época, a idolatria e o pecado ainda poluem nossas vidas hoje. Muitas vezes nos esquecemos de buscar a presença de Deus, e em vez disso buscamos agradar a nós mesmos. Devemos lembrar que a santidade de Deus requer de nós que vivamos uma vida santa e dedicada a Ele.
A visão de Ezequiel nos lembra que Deus está sempre presente, mesmo quando não podemos vê-lo. Como os querubins com seus olhos cheios, Deus está sempre vigilante, sempre presente, sempre nos observando. Isso deve nos lembrar da necessidade de buscar a Sua presença em nossa vida diária, e de viver de acordo com a Sua vontade.
Que esta visão de Ezequiel nos inspire a buscar uma vida de santidade e devoção a Deus, a viver de acordo com Sua vontade e a buscar Sua presença em todas as coisas. Que nossas vidas sejam um reflexo da majestade e da santidade de Deus, e que nossos corações estejam sempre voltados para Ele, em amor e adoração.
Reflexão de Ezequiel 10 para os nossos dias
Meus queridos irmãos e irmãs, a visão de Ezequiel 10 nos ensina uma importante lição sobre a glória de Deus e a necessidade de nos rendermos à sua vontade.
Nesta visão, Ezequiel vê novamente a glória de Deus saindo do templo, e percebe a presença dos querubins, as criaturas angelicais que guardavam o trono de Deus. Ezequiel descreve a intensa glória do Senhor, que parecia um fogo consumidor e brilhava como um relâmpago. Essa visão mostra a majestade de Deus e a sua presença poderosa em nossas vidas.
Hoje em dia, assim como nos tempos de Ezequiel, precisamos nos render à vontade de Deus e reconhecer a sua glória e majestade. Precisamos nos lembrar que Deus é santo e poderoso, e que a nossa vida deve estar em conformidade com a sua vontade.
Charles Spurgeon costumava enfatizar a importância de nos rendermos a Deus e de reconhecermos a sua soberania em nossas vidas. Ele nos ensinou que a vida cristã é uma jornada de fé, em que devemos confiar em Deus e seguir os seus caminhos.
Que esta visão de Ezequiel 10 nos inspire a reconhecermos a glória de Deus em nossas vidas, e a nos rendermos à sua vontade. Que possamos confiar em Deus em todos os momentos e buscar a sua direção em todas as áreas de nossas vidas. Que a majestade de Deus brilhe em nossas vidas e que sejamos guiados pela sua sabedoria e amor, hoje e sempre.
Motivos de oração em Ezequiel 10:
- Para pedir perdão por nossa idolatria: Ezequiel descreve como a glória de Deus estava saindo do templo de Jerusalém porque havia sido poluído pela idolatria. Podemos orar a Deus pedindo perdão por qualquer forma de idolatria que tenhamos em nossas vidas, e pedindo Sua ajuda para nos afastarmos desses pecados.
- Para pedir sabedoria em relação aos mistérios de Deus: Ezequiel descreve criaturas místicas e imagens enigmáticas. Podemos orar a Deus pedindo sabedoria para entender essas passagens da Bíblia e como aplicá-las em nossa vida.
- Para pedir a presença de Deus em nossas vidas: Ezequiel descreve a glória de Deus saindo do templo. Podemos orar a Deus para que Sua glória esteja presente em nossas vidas e que Sua presença nos acompanhe em tudo o que fizermos, nos ajudando a permanecer firmes em nossa fé.
A versão bíblica utilizada neste estudo é a Nova Versão Internacional (São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001)
Boa noite , exatamente para obtermos conhecimento , precisamos nos relacionar com Deus , entender que a obediência será o único jeito para educar nossa alma .
Amei esse site….auxilia muito no estudo da Bíblia