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Início » Bíblia de Estudo Online » 2 Reis 10 Estudo: Jeú foi um herói ou um assassino?

2 Reis 10 Estudo: Jeú foi um herói ou um assassino?

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:10 minutos

O capítulo 10 de 2 Reis descreve uma das campanhas mais sangrentas do Antigo Testamento. Jeú não apenas mata reis, mas elimina uma linhagem inteira, acaba com um culto pagão e estabelece sua dinastia. Tudo isso em nome de um zelo que, embora pareça justo no início, se revela incompleto e manchado por interesses políticos.

A cena se passa durante a transição entre o domínio da dinastia de Acabe e o novo governo de Jeú. Após eliminar Jorão, rei de Israel, e Acazias, rei de Judá, em 2 Reis 9, Jeú agora parte para consolidar seu trono.

O capítulo é marcado por cinco execuções em massa:

  1. Dos 70 filhos de Acabe (v.1–11),
  2. Dos parentes de Acazias (v.12–14),
  3. Dos que restavam da linhagem de Acabe em Samaria (v.15–17),
  4. Dos sacerdotes de Baal (v.18–28),
  5. E, por fim, as consequências de sua desobediência parcial (v.29–36).

Este capítulo nos força a refletir: até onde vai o zelo por Deus quando está misturado com ambição pessoal?

Qual era o cenário histórico e espiritual de Israel nesse momento?

Israel vivia um tempo de declínio espiritual. A dinastia de Acabe havia se comprometido profundamente com a idolatria, especialmente com o culto a Baal. Jezabel, rainha fenícia e esposa de Acabe, havia institucionalizado essa adoração e perseguido os profetas de Javé.

Segundo Constable (1985), “a execução dos descendentes de Acabe por Jeú visava remover qualquer ameaça à nova dinastia, além de cumprir a profecia de Elias contra a casa de Acabe” (CONSTABLE, 1985, p. 557).

Do ponto de vista político, a situação era delicada. Jeú sabia que, se deixasse algum descendente de Acabe vivo, poderia enfrentar uma rebelião. Como reforça o Comentário Histórico-Cultural, “a eliminação da família dos governantes depostos era uma prática comum no antigo Oriente Próximo” (WALTON et al., 2018, p. 517).

Mas por trás de tudo, havia a promessa de Deus: “não deixarei nenhum descendente de Acabe vivo” (1 Rs 21.21). Jeú seria o instrumento desse juízo.

Como foi a execução dos descendentes de Acabe? (2 Reis 10:1–11)

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“Logo que receberam a carta, pegaram todos os setenta, os decapitaram, colocaram as cabeças em cestos e as enviaram a Jeú” (2 Rs 10.7)

Jeú envia cartas aos líderes de Samaria, onde moravam os 70 filhos e netos de Acabe. Ele os desafia: “Escolham um deles como rei e lutem comigo” (v.3). Era uma provocação política e estratégica. Se resistissem, haveria guerra. Se se rendessem, ele consolidaria o poder sem luta.

Tomados de medo, os oficiais decidem obedecer e mandam as cabeças dos herdeiros reais em cestos para Jezreel. Jeú então expõe os crânios em duas pilhas junto à entrada da cidade (v.8).

Era um aviso simbólico. Como explica Walton: “empilhar as cabeças dos inimigos era uma prática assíria comum para intimidar e declarar subjugação” (WALTON et al., 2018, p. 517).

Ao declarar ao povo: “Eu matei meu senhor, mas quem matou estes?” (v.9), Jeú se isenta publicamente da culpa e manipula a narrativa. Ele parece inocente, mas tudo foi orquestrado por ele.

Essa ação, ainda que eficaz, revela o uso da violência como ferramenta de controle político.

Por que os parentes de Acazias também foram mortos? (2 Reis 10:12–14)

“Então os pegaram vivos e os mataram junto ao poço de Bete-Equede. Eram quarenta e dois homens” (2 Rs 10.14)

Enquanto seguia de Jezreel para Samaria, Jeú encontra 42 parentes de Acazias, rei de Judá. Eles estavam indo visitar os familiares do rei — provavelmente sem saber da revolução em andamento.

Mesmo sendo do reino do sul, Jeú os mata. Por quê? Porque Acazias era parente direto de Acabe (sua mãe era Atalia, filha de Jezabel). Assim, qualquer vínculo com a linhagem de Acabe era visto como ameaça.

O local do massacre, Bete-Equede, ficava na rota entre Jezreel e Samaria. Como explica Walton, “ali provavelmente havia um poço comunitário usado por pastores — semelhante ao poço onde os irmãos jogaram José em Gênesis” (WALTON et al., 2018, p. 518).

Esse trecho mostra que o zelo de Jeú ultrapassou os limites da justiça e tocou em alianças entre Judá e Israel. Isso enfraqueceria os dois reinos e traria consequências duras, como veremos adiante.

Quem era Jonadabe, e por que Jeú o levou consigo? (2 Reis 10:15–17)

“Venha comigo e veja o meu zelo pelo Senhor” (2 Rs 10.16)

Jonadabe, filho de Recabe, era líder de um grupo chamado recabitas, conhecidos por seu estilo de vida ascético e sua fidelidade ao Senhor. Ele aparece também em Jeremias 35, séculos depois, como exemplo de obediência.

Jeú estende a mão e o convida para ver sua “dedicação” a Deus. A presença de Jonadabe dava uma aparência de legitimidade espiritual ao que Jeú estava fazendo.

Jeú queria mais do que cumprir uma missão: queria aprovação pública. E sabia que a presença de Jonadabe agregava autoridade religiosa às suas ações.

Constable ressalta que “unir-se a Jonadabe em público demonstrava compromisso com a fé verdadeira, mas Jeú estava, na verdade, manipulando essa aliança para benefício político” (CONSTABLE, 1985, p. 558).

Como foi a destruição do culto a Baal? (2 Reis 10:18–28)

“Jeú eliminou a adoração de Baal em Israel” (2 Rs 10.28)

Aqui vemos um plano genial — e cruel. Jeú finge ser ainda mais devoto a Baal do que Acabe. Convoca todos os profetas, ministros e adoradores para um grande sacrifício.

O templo de Baal, construído por Acabe em Samaria (cf. 1 Rs 16.32), lota. Ninguém pode faltar. Até as vestes rituais são distribuídas para reforçar a solenidade.

Mas tudo é uma armadilha. Assim que o holocausto é oferecido, Jeú dá ordem aos soldados: “Entrem e matem a todos!” (v.25). Nenhum sacerdote de Baal escapa.

Depois, a coluna sagrada é queimada. O templo é demolido e transformado em latrina — sinal claro de que ali nunca mais se ergueria um altar pagão.

Walton explica que “ao transformar o templo em uma latrina, Jeú garantiu que o local fosse considerado ritualmente impuro e inaceitável para qualquer culto futuro” (WALTON et al., 2018, p. 518).

Foi um golpe definitivo contra o culto oficial a Baal. O que Elias começou no Monte Carmelo, Jeú terminou em Samaria.

Jeú foi aprovado por Deus? (2 Reis 10:29–31)

“No entanto, não se afastou dos pecados de Jeroboão” (2 Rs 10.29)

Apesar de ter eliminado Baal, Jeú manteve os bezerros de ouro em Betel e Dã. Esses ídolos haviam sido instalados por Jeroboão I (1 Rs 12.28–30) como forma de evitar que o povo voltasse a adorar no templo de Jerusalém.

Jeú obedeceu parcialmente. Tirou um ídolo e manteve outro. Por isso, Deus limita a bênção: apenas quatro gerações de seus descendentes reinariam (v.30).

Constable observa que “a fidelidade parcial de Jeú trouxe um benefício parcial: uma dinastia limitada, mas não a restauração plena da bênção de Deus” (CONSTABLE, 1985, p. 559).

Isso mostra que o zelo aparente pode esconder desobediência disfarçada.

Quais foram as consequências do reinado de Jeú? (2 Reis 10:32–36)

“O Senhor começou a reduzir o tamanho de Israel” (2 Rs 10.32)

Jeú reinou por 28 anos. Mas, apesar de suas vitórias iniciais, seu governo foi instável. A Assíria o forçou a pagar tributo (registrado no Obelisco Negro de Salmanasar III). Arameus liderados por Hazael tomaram grande parte do território israelita a leste do Jordão (v.33).

Segundo Walton, “Jeú rompeu alianças importantes com Judá e Fenícia ao matar Jorão, Jezabel e Acazias. Isso deixou Israel isolado e enfraquecido” (WALTON et al., 2018, p. 518).

Jeú começou como instrumento de juízo, mas terminou como rei politicamente enfraquecido, espiritualmente incompleto e com um legado limitado.


Quais lições espirituais tiramos de 2 Reis 10 para hoje?

  1. Zelo sem obediência plena ainda é desobediência – Jeú destruiu Baal, mas manteve os bezerros. É fácil atacar pecados visíveis e manter os mais convenientes.
  2. Deus cumpre Suas promessas — mesmo as de juízo – Tudo que Elias profetizou se cumpriu. Isso reforça a autoridade das Escrituras.
  3. A aparência de espiritualidade pode esconder ambição – Jeú usou Jonadabe, mas suas motivações reais eram políticas.
  4. O juízo divino pode usar agentes imperfeitos – Mesmo um rei violento como Jeú pode ser instrumento de Deus (cf. Romanos 13:1–4).
  5. A idolatria não precisa ser explícita para ser real – Jeú abandonou Baal, mas manteve ídolos políticos. Isso ainda é idolatria.
  6. A história julga líderes não apenas pelo que derrubam, mas pelo que constroem – Jeú destruiu bem. Mas não edificou um caminho melhor.

Conclusão

Jeú foi um instrumento de Deus, mas também um exemplo de zelo mal orientado. Ele começou bem, mas parou no meio do caminho. Sua história nos ensina que destruir ídolos visíveis não basta. É preciso entregar o coração por inteiro.

Hoje, ainda enfrentamos os mesmos perigos: obedecer parcialmente, buscar aprovação humana, confundir zelo com violência. Mas Deus continua buscando homens e mulheres que O sirvam de forma completa.

Como aprendemos em Apocalipse 2, Ele deseja amor verdadeiro, não apenas obras visíveis.


Referências

  • CONSTABLE, Thomas L. 2 Kings. In: WALVOORD, J. F.; ZUCK, R. B. (Orgs.). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Vol. 1. Wheaton, IL: Victor Books, 1985. p. 557–559.
  • WALTON, John H.; MATTHEWS, Victor H.; CHAVALAS, Mark W. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Antigo Testamento. Tradução de Noemi Valéria Altoé da Silva. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2018. p. 517–518.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional (NVI). São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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