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Início » Bíblia de Estudo Online » Romanos 13: O que a Bíblia diz sobre obedecer ao governo?

Romanos 13: O que a Bíblia diz sobre obedecer ao governo?

Uma parte importante da nossa espiritualidade é a capacidade de nos submeter as autoridades.

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:8 minutos

Romanos 13 é um dos textos mais práticos e, ao mesmo tempo, desafiadores do Novo Testamento. Quando leio esse capítulo, percebo o quanto o Evangelho transforma não apenas a nossa relação com Deus, mas também a forma como vivemos em sociedade. Aqui, o apóstolo Paulo nos chama a viver como cidadãos responsáveis, submissos às autoridades, comprometidos com o amor ao próximo e atentos ao tempo em que vivemos.

Qual é o contexto histórico e teológico de Romanos 13?

A carta aos Romanos foi escrita por volta do ano 57 d.C., enquanto Paulo estava na Grécia, possivelmente em Corinto, durante sua terceira viagem missionária (Atos 20.2-3) (KEENER, 2017). Roma era o centro do império, um ambiente de intensa diversidade cultural, política e religiosa, mas também de tensão social e perseguição crescente.

Os cristãos em Roma viviam em meio a um contexto delicado. Alguns anos antes, o imperador Cláudio havia expulsado os judeus da cidade, possivelmente devido a disputas relacionadas a Jesus como Messias (Atos 18.2). Agora, com Nero no poder, as tensões só aumentavam, e em pouco tempo, o próprio imperador iniciaria uma cruel perseguição contra os cristãos.

Segundo Keener (2017), os judeus e cristãos eram frequentemente vistos como elementos suspeitos pela sociedade romana. Muitos associavam o cristianismo a uma seita judaica e, por isso, a conduta pública dos cristãos era um ponto sensível. Demonstrar submissão às autoridades e compromisso com o bem comum era uma forma de testemunhar e dissipar as calúnias de subversão.

Hernandes Dias Lopes (2010) destaca que Romanos 13 se encaixa perfeitamente no fluxo da epístola. Após Paulo tratar do relacionamento com Deus, consigo mesmo, com os irmãos e com os inimigos no capítulo 12, ele agora aborda o relacionamento do cristão com o Estado, com a lei e com o tempo. O cristão é cidadão de dois mundos: do Reino de Deus e deste mundo. Por isso, precisa saber viver de forma coerente em ambos.

Como o texto de Romanos 13 se desenvolve?

1. Qual deve ser minha atitude em relação às autoridades? (Romanos 13.1-7)

O texto começa com uma afirmação clara e direta: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus” (Romanos 13.1). Paulo não está defendendo um regime específico, mas o princípio de que toda autoridade legítima existe por permissão divina.

Ele prossegue: “Aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu” (Romanos 13.2). Isso não significa submissão cega ou passiva. Keener (2017) explica que, na cultura romana, até mesmo os estoicos reconheciam limites para a obediência. O próprio Paulo e os apóstolos, quando confrontados com ordens que contrariavam a fé, escolheram obedecer a Deus e não aos homens (Atos 5.29).

Mas em situações normais, a autoridade serve para o bem comum. Paulo afirma: “Ela é serva de Deus para o seu bem” (Romanos 13.4). A autoridade deve promover o bem e coibir o mal. Quando o governo cumpre esse papel, merece respeito, impostos e honra.

Hernandes Dias Lopes (2010) lembra que o Estado é uma instituição divina, mas não absoluta. Sua autoridade é delegada por Deus e limitada pela justiça e pela moral. Quando o governo extrapola, o cristão tem o dever de se posicionar, como fizeram João Batista diante de Herodes, os profetas diante dos reis de Israel e tantos mártires ao longo da história.

O ensino é claro: devo ser um cidadão responsável, respeitar as autoridades, pagar meus impostos e contribuir para o bem da sociedade. Mas jamais devo ser cúmplice da injustiça.

2. Como o amor cumpre a lei de Deus? (Romanos 13.8-10)

Depois de tratar da submissão às autoridades, Paulo amplia o foco e fala do nosso relacionamento com as pessoas de forma geral. Ele diz: “Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros” (Romanos 13.8).

Ao ler isso, eu entendo que há uma dívida que nunca posso quitar totalmente: o amor ao próximo. Hernandes Dias Lopes (2010) explica que esse amor não se restringe aos irmãos na fé, mas se estende a todos.

Paulo cita alguns dos Dez Mandamentos, lembrando que todos se resumem neste: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Romanos 13.9). Essa ideia não é nova. Jesus já havia ensinado isso como o resumo da lei (Marcos 12.31).

O amor verdadeiro não prejudica o outro. “O amor não pratica o mal contra o próximo; portanto, o amor é o cumprimento da lei” (Romanos 13.10). Isso me mostra que a verdadeira obediência a Deus não se resume a regras externas, mas se manifesta em atitudes de amor, respeito e cuidado com o próximo.

Keener (2017) observa que, na ética greco-romana, o amor ao próximo era enfatizado, mas muitas vezes de forma limitada a amigos ou cidadãos da mesma cidade. O Evangelho expande esse amor a todos, inclusive aos inimigos.

3. Por que devo viver atento ao tempo em que estamos? (Romanos 13.11-14)

Na última parte do capítulo, Paulo traz um forte apelo à vigilância espiritual. Ele afirma: “Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos” (Romanos 13.11).

O tempo presente é visto como uma noite que logo dará lugar ao dia. “A noite está quase acabando; o dia logo vem” (Romanos 13.12). Essa linguagem me lembra do ensino de Jesus sobre vigilância, pois o dia do Senhor pode chegar de forma inesperada (Mateus 24.42-44).

Paulo usa imagens militares e morais para descrever o estilo de vida cristão: “Deixemos de lado as obras das trevas e vistamo-nos a armadura da luz” (Romanos 13.12). Isso envolve abandonar o pecado e assumir uma vida coerente com o Evangelho.

Ele lista pecados comuns na cultura da época: “Não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja” (Romanos 13.13). Essas práticas eram comuns nas festas noturnas de Roma, muitas vezes associadas à embriaguez e à imoralidade.

Por fim, o apelo mais importante: “Revistam-se do Senhor Jesus Cristo e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne” (Romanos 13.14). Isso significa, como explica Hernandes Dias Lopes (2010), viver diariamente em comunhão com Cristo, buscando ser semelhante a Ele em caráter e atitudes.

Que conexões proféticas encontramos em Romanos 13?

Romanos 13 se conecta diretamente com o ensino bíblico sobre a soberania de Deus sobre os governos. Desde o Antigo Testamento, Deus se apresenta como aquele que estabelece e remove reis (Daniel 2.21). Isaías, por exemplo, descreve Ciro, rei da Pérsia, como instrumento de Deus para cumprir Seus propósitos (Isaías 45.1).

A submissão às autoridades, portanto, não é uma ideia nova, mas um reflexo do reconhecimento da soberania divina. Contudo, a profecia também aponta para o tempo em que todo governo terreno será submetido a Cristo, o Rei dos reis (Apocalipse 19.16).

Além disso, a exortação à vigilância e o contraste entre noite e dia remetem diretamente à expectativa da segunda vinda de Jesus, profetizada ao longo das Escrituras (1 Tessalonicenses 5.1-6).

O que Romanos 13 me ensina para a vida hoje?

Ao ler esse capítulo, eu sou confrontado com verdades muito práticas:

  • Preciso ser um cidadão responsável. Respeitar as leis, pagar meus impostos, contribuir para o bem comum.
  • Preciso lembrar que a autoridade do Estado não é absoluta. Quando o governo promove o mal ou exige algo contrário à fé, meu compromisso maior é com Deus.
  • Sou chamado a viver uma vida marcada pelo amor. O verdadeiro cristianismo se revela no cuidado com o próximo.
  • Não posso viver de forma displicente. O tempo é curto, o retorno de Cristo está próximo. Preciso estar vigilante e viver de forma santa.
  • O revestimento de Cristo não é algo teórico. Significa buscar diariamente ser parecido com Ele em caráter, atitude e estilo de vida.

Essa mensagem é especialmente atual em tempos de polarização política, corrupção e decadência moral. O Evangelho me chama a ser sal e luz no mundo, vivendo de forma coerente com minha fé.

Como Romanos 13 me conecta ao restante das Escrituras?

Romanos 13 está em perfeita harmonia com o restante das Escrituras. Ele ecoa o ensino de Jesus sobre dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mateus 22.21).

Também se conecta ao ensino de Pedro, que exorta os cristãos a se submeterem às autoridades, mas sempre como servos de Deus (1 Pedro 2.13-17).

Por fim, aponta para o grande clímax da história, quando todo governo terreno será substituído pelo Reino eterno de Cristo (Apocalipse 11.15).


Referências

  • HERNANDES DIAS LOPES. Romanos: O Evangelho Segundo Paulo. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2010.
  • KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Novo Testamento. Tradução: José Gabriel Said. Edição Ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2017.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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