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Mateus 12 Estudo: o que Jesus ensina sobre misericórdia?

Diego Nascimento
Escrito por Diego Nascimento

Mateus 12 apresenta um ponto de virada no Evangelho. Até aqui, Jesus já havia ensinado com autoridade e realizado milagres que ninguém podia negar. Agora, os conflitos com os fariseus se intensificam. Eles não estão apenas desconfiados — estão decididos a rejeitar o Messias.

R. C. Sproul observa que “o capítulo 12 marca o endurecimento oficial da oposição contra Cristo, que irá crescer até culminar na cruz” (SPROUL, 2010, p. 324).

Enquanto isso, Jesus revela mais claramente sua identidade: Ele é o Senhor do sábado, o Servo prometido de Isaías 42, o mais forte que vence o inimigo e o Filho de Deus que convida as pessoas para fazerem parte da sua verdadeira família.

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Por que o sábado gerou tanta polêmica? (Mateus 12.1–14)

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O primeiro embate acontece quando os discípulos colhem espigas no sábado. A Lei permitia fazer isso para matar a fome, como vemos em Deuteronômio 23.25. Mas os fariseus consideravam essa atitude uma violação do sábado.

Jesus então relembra o episódio de Davi e os pães da Presença em 1 Samuel 21, onde Davi come o pão consagrado. O ponto não é que a Lei possa ser desrespeitada, mas que a misericórdia e a necessidade humana sempre estiveram acima dos rituais externos.

Além disso, Jesus lembra que os próprios sacerdotes “profanam” o sábado ao servirem no templo, mas não são culpados (v. 5). Em seguida, Ele faz uma afirmação surpreendente: “Aqui está o que é maior do que o templo” (v. 6).

William Hendriksen comenta que “os fariseus valorizavam tanto o sábado e o templo que se tornaram cegos para o fato de que ambos apontavam para algo infinitamente maior: o próprio Cristo” (HENDRIKSEN, 2001, p. 511).

A prova prática desse ensino vem logo depois, quando Jesus cura um homem com a mão atrofiada no sábado (v. 9–14). Ele mostra que fazer o bem nunca viola o sábado. Pelo contrário, cumpre o real significado desse dia, como vemos na criação em Gênesis 2.

O que significa Jesus ser o Servo escolhido? (Mateus 12.15–21)

Depois desse confronto, Jesus se afasta. Muitos o seguem e Ele os cura. Mas pede que não espalhem a notícia (v. 16). Essa atitude cumpre a profecia de Isaías 42.

“Eis o meu servo, a quem escolhi, o meu amado, em quem tenho prazer…” (v. 18). Jesus é o Servo humilde, cheio do Espírito, que não vem com alarde, mas com compaixão. Ele cuida dos que estão feridos e enfraquecidos: “Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio fumegante” (v. 20).

Ao ler isso, sou lembrado da maneira como Jesus trata quem está prestes a desistir. Ele não esmaga os cansados. Ele restaura. É o que já vimos em Mateus 11.28, quando Ele convida os sobrecarregados para descansar.

Por que os fariseus rejeitam o óbvio? (Mateus 12.22–37)

Em seguida, Jesus cura um homem endemoninhado que era cego e mudo (v. 22). A multidão fica perplexa e se pergunta: “Não será este o Filho de Davi?” (v. 23), reconhecendo o título messiânico de Jesus.

Mas os fariseus, mesmo vendo tudo isso, atribuem o milagre a Satanás: “É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios” (v. 24).

Jesus responde com lógica simples. Um reino dividido não pode subsistir (v. 25–26). Se Satanás estivesse expulsando a si mesmo, seu domínio já teria caído.

Ele deixa claro que é pelo poder do Espírito de Deus que expulsa demônios, o que confirma que o Reino chegou (v. 28), como já fora anunciado em Mateus 4.

Jesus também usa a metáfora do “homem forte” (v. 29). Só é possível saquear a casa dele depois de amarrá-lo. Essa é uma imagem clara de Cristo vencendo o maligno, libertando os cativos.

O que é a blasfêmia contra o Espírito?

Jesus faz um alerta sério: “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada” (v. 31).

R. C. Sproul explica que “essa blasfêmia acontece quando a pessoa, mesmo diante da obra evidente do Espírito Santo, rejeita deliberadamente a verdade e atribui a Deus a ação do maligno” (SPROUL, 2010, p. 338).

Jesus termina falando da árvore e dos frutos (v. 33–37). As palavras e atitudes revelam o coração. Não existe neutralidade. Ou estamos com Jesus, ou contra Ele, como Ele já afirmou em Mateus 12.30.

Qual é o sinal definitivo de Jesus? (Mateus 12.38–45)

Mesmo após tudo isso, os fariseus pedem mais um sinal (v. 38). Jesus responde: “Uma geração perversa e adúltera pede um sinal. Nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas” (v. 39).

Assim como Jonas ficou três dias e três noites no ventre do peixe, o Filho do Homem ficará três dias e três noites no coração da terra (v. 40). Ele está apontando para sua morte e ressurreição, o sinal definitivo para a humanidade.

Jesus menciona ainda o arrependimento dos ninivitas e a busca da rainha do Sul por sabedoria. Eles reconheceram a verdade, mas aquela geração estava rejeitando alguém “maior do que Jonas” e “maior do que Salomão” (v. 41–42).

Esse ensino se conecta diretamente ao que Ele reforçará em Mateus 16, ao afirmar que a ressurreição é o grande sinal para crer.

O que significa a parábola da casa vazia?

Jesus ilustra com a história de um espírito maligno que sai de uma pessoa, mas retorna e encontra a “casa” vazia, trazendo outros sete espíritos ainda piores (v. 43–45).

Essa é uma advertência contra mudanças superficiais. Uma vida apenas organizada, sem Cristo, está vulnerável ao pior. Sem transformação interior, o fim pode ser mais trágico que o começo.

Quem são os verdadeiros irmãos de Jesus? (Mateus 12.46–50)

Por fim, enquanto Jesus fala à multidão, sua mãe e seus irmãos o procuram. Mas Ele diz: “Quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (v. 50).

Jesus não rejeita sua família biológica, mas aponta para uma verdade maior. O pertencimento no Reino não é definido por laços de sangue, mas por obediência a Deus. Essa mesma ideia aparece em João 1.12, quando aprendemos que quem crê em Cristo se torna filho de Deus.

O que aprendemos com Mateus 12 hoje? (Mateus 12.1–50)

Esse capítulo revela tanto a dureza do coração humano quanto a misericórdia de Deus.

Os fariseus são o retrato do perigo do legalismo e da incredulidade. Mesmo conhecendo a Lei, resistiram ao Messias. Isso me leva a refletir: posso ter conhecimento bíblico e, ainda assim, fechar meu coração para Jesus?

Jesus, por outro lado, mostra sua compaixão, autoridade e divindade. Ele é o Senhor do sábado, o Servo humilde de Isaías 42, o que vence o maligno e o Messias esperado.

Aprendo que seguir Jesus não é apenas cumprir regras. É entregar o coração, deixar que Ele transforme o interior e crer no sinal supremo: sua morte e ressurreição.

Ele continua convidando os cansados para o descanso, como disse em Mateus 11.28, mas também deixa claro: ou estamos com Ele, ou contra Ele.

Minha oração é que todos possamos abrir o coração e fazer parte da família espiritual de Jesus, não apenas de palavras, mas em obediência.

Referências

  • HENDRIKSEN, William. O Comentário do Novo Testamento: Mateus. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
  • SPROUL, R. C. Estudos Bíblicos Expositivos em Mateus. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
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