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Romanos 11: Qual é o grande mistério revelado por Paulo aqui?

Uma das marcas mais profundas de Deus é a sua fidelidade, ele não rejeita aquilo que escolheu amar.

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:8 minutos

Romanos 11 é, sem dúvida, um dos capítulos mais profundos e complexos da carta de Paulo aos Romanos. Ao ler esse texto, eu sou levado a refletir sobre o caráter fiel de Deus e o seu plano soberano para judeus e gentios. Neste ponto, Paulo não apenas conclui sua longa exposição sobre a salvação, mas também revela o mistério do futuro glorioso de Israel, trazendo à tona a soberania e a graça divinas de maneira impressionante.

Qual é o contexto histórico e teológico de Romanos 11?

A carta aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo por volta do ano 57 d.C., provavelmente em Corinto, durante sua terceira viagem missionária (Atos 20.2-3) (KEENER, 2017). A cidade de Roma era o centro do poder político e cultural do mundo conhecido, uma metrópole multicultural que abrigava tanto judeus quanto gentios.

O pano de fundo imediato deste capítulo é a tensão entre judeus e gentios dentro da igreja. Os judeus, embora fossem o povo da aliança, em sua maioria rejeitaram o evangelho. Já os gentios, surpreendentemente, estavam aceitando a fé em Cristo em grande número. Isso gerava confusão e, muitas vezes, arrogância entre os gentios convertidos, como se eles fossem o novo povo exclusivo de Deus.

Keener (2017) explica que muitos judeus da época criam que o reconhecimento do Messias viria no fim dos tempos, e rejeitar Jesus era, para eles, manter-se fiéis às tradições. Para Paulo, no entanto, rejeitar Jesus significava rejeitar a própria essência da lei e dos profetas.

Hernandes Dias Lopes (2010) destaca que Romanos 11 representa o ponto culminante do argumento teológico de Paulo iniciado nos capítulos 9 e 10. Em Romanos 9, ele fala da soberania de Deus na eleição. Em Romanos 10, aborda a responsabilidade de Israel em rejeitar o evangelho. Agora, em Romanos 11, ele mostra que essa rejeição não é definitiva e que Deus ainda tem um plano para o povo judeu.

Como o texto de Romanos 11 se desenvolve?

1. Deus não rejeitou o seu povo (Romanos 11.1-10)

Paulo começa o capítulo com uma pergunta direta: “Acaso Deus rejeitou o seu povo?” (Romanos 11.1). E responde de maneira enfática: “De maneira nenhuma!”. Ele mesmo é prova disso, pois é judeu, descendente de Abraão e da tribo de Benjamim.

Eu percebo aqui o cuidado pastoral de Paulo ao tratar o tema. Ele traz exemplos das Escrituras para sustentar sua afirmação. Lembra o episódio do profeta Elias, que, no auge da apostasia de Israel, achava-se sozinho, mas Deus havia preservado sete mil fiéis (Romanos 11.2-4, cf. 1 Reis 19.10,18).

Assim como no tempo de Elias, Paulo afirma que havia, em seus dias, um remanescente escolhido pela graça (Romanos 11.5). Isso demonstra que o plano de Deus segue intacto, sustentado pela sua soberania e graça, não pelas obras humanas.

Os versículos seguintes mostram o endurecimento de Israel, fruto da rejeição voluntária ao evangelho, mas também consequência do juízo divino. Paulo cita textos do Antigo Testamento como Deuteronômio 29.4 e Salmos 69.22-23 para mostrar que esse endurecimento já havia sido profetizado (KEENER, 2017).

2. Israel tropeçou, mas não está definitivamente caído (Romanos 11.11-24)

Paulo faz uma segunda pergunta: “Acaso tropeçaram para que ficassem caídos?” (Romanos 11.11). A resposta, novamente, é clara: “De maneira nenhuma!”. O tropeço de Israel abriu caminho para a salvação dos gentios, e isso, por sua vez, deve provocar ciúme em Israel.

Eu fico impressionado ao ver como Deus transforma a rejeição em oportunidade. A incredulidade dos judeus possibilitou a entrada dos gentios no povo de Deus, mas o propósito final é que os próprios judeus sejam despertados.

A metáfora da oliveira é fundamental aqui. Os ramos naturais (judeus incrédulos) foram quebrados, e os ramos silvestres (gentios crentes) foram enxertados. Mas Paulo adverte os gentios: não há motivo para orgulho ou arrogância. A salvação é fruto da fé, e se Deus não poupou os ramos naturais, não poupará os que forem infiéis (Romanos 11.17-22).

Keener (2017) lembra que a imagem da oliveira já era comum na tradição judaica, simbolizando o povo de Deus. O enxerto de ramos silvestres era uma prática agrícola conhecida e reforça o ensino de que gentios agora compartilham das promessas de Deus feitas a Israel.

Além disso, Paulo aponta para o fato de que, se os judeus abandonarem a incredulidade, Deus é poderoso para enxertá-los novamente (Romanos 11.23-24). Essa restauração é vista como algo mais natural ainda, pois eles são os ramos originais.

3. Todo Israel será salvo (Romanos 11.25-32)

Este é o ponto alto do capítulo. Paulo revela um mistério (Romanos 11.25), ou seja, uma verdade antes oculta, agora revelada: o endurecimento de Israel é parcial e temporário, e durará até que chegue a plenitude dos gentios.

Mas o que significa “todo Israel será salvo”? Hernandes Dias Lopes (2010) explica que a expressão não se refere a cada judeu individualmente, mas à nação como um todo, representada por um grande número de judeus que, em determinado momento da história, se voltarão para Cristo.

Keener (2017) complementa dizendo que, dentro do pensamento judaico, o termo Israel se refere claramente ao povo judeu étnico, e todo Israel aponta para um movimento coletivo, não para a salvação universal de todos os judeus.

Paulo cita Isaías 59.20-21 para reforçar que a salvação de Israel está firmada nas promessas de Deus. Essa restauração não é mérito humano, mas fruto da aliança e da graça soberana.

Ele ainda afirma que, quanto ao evangelho, os judeus são inimigos por causa dos gentios, mas quanto à eleição, são amados por causa dos patriarcas (Romanos 11.28). Isso me lembra que o plano de Deus não depende da fidelidade humana, mas da sua fidelidade eterna.

Por fim, Paulo declara que Deus encerrou todos na desobediência para exercer misericórdia para com todos (Romanos 11.32). Judeus e gentios estão no mesmo patamar: todos pecaram, todos carecem da graça, e todos só podem ser salvos pela misericórdia de Deus.

4. A doxologia final: tudo é para a glória de Deus (Romanos 11.33-36)

Diante da profundidade do plano de Deus, Paulo termina com um cântico de adoração: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus!” (Romanos 11.33).

Ao ler essas palavras, eu me sinto pequeno diante da grandeza de Deus. Sua sabedoria é insondável, seus caminhos são inescrutáveis. Ninguém pode aconselhá-lo, e ninguém pode dar algo a Deus esperando recompensa.

Tudo vem de Deus, tudo é sustentado por Ele, e tudo existe para a sua glória (Romanos 11.36). Essa é a resposta adequada ao plano soberano da salvação.

Que conexões proféticas encontramos em Romanos 11?

Romanos 11 está profundamente conectado às profecias do Antigo Testamento sobre o futuro de Israel. O retorno do povo à sua terra, a restauração espiritual e a salvação final fazem parte de um mesmo plano.

As citações de Isaías e dos Salmos mostram que o endurecimento de Israel já estava previsto, mas a promessa de restauração também estava.

A salvação dos gentios, como cumprimento da promessa feita a Abraão (Gênesis 12.3), e a futura restauração de Israel apontam para o propósito final de Deus: unir judeus e gentios em um só povo, sob o senhorio de Cristo (Efésios 2.11-22).

Além disso, a expressão “vida dentre os mortos” (Romanos 11.15) pode apontar tanto para o impacto espiritual da conversão de Israel quanto para o cumprimento escatológico na ressurreição e no estabelecimento final do Reino de Deus.

O que Romanos 11 me ensina para a vida hoje?

Esse texto me ensina, antes de tudo, que Deus é fiel às suas promessas. Mesmo quando as circunstâncias parecem indicar o contrário, o plano de Deus segue soberano.

Aprendo que:

  • Deus não rejeitou Israel. Ele preserva um remanescente fiel e tem um futuro glorioso para o povo judeu.
  • Não há espaço para arrogância espiritual. Gentios convertidos devem se lembrar que foram enxertados pela graça.
  • O endurecimento do coração é consequência da rejeição a Deus, mas ainda há esperança para todos.
  • A salvação é pela fé, e só a misericórdia de Deus pode alcançar tanto judeus quanto gentios.
  • Tudo o que Deus faz visa, em última instância, a sua glória.

Isso me motiva a orar pelo povo judeu, a rejeitar qualquer sentimento de orgulho religioso e a confiar no plano soberano de Deus.

Como Romanos 11 me conecta ao restante das Escrituras?

Romanos 11 é o elo que conecta as promessas do Antigo Testamento ao cumprimento em Cristo e à esperança futura. Ele confirma o chamado de Abraão, o papel de Israel e o alcance universal da salvação.

O capítulo aponta para o cumprimento final da redenção, quando judeus e gentios, unidos em Cristo, celebrarão a glória de Deus. Isso ecoa a visão de Apocalipse, onde uma grande multidão de todas as nações estará diante do trono de Deus (Apocalipse 7.9).

Além disso, a doxologia final me lembra que o estudo da teologia deve sempre me conduzir à adoração.


Referências

  • HERNANDES DIAS LOPES. Romanos: O Evangelho Segundo Paulo. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2010.
  • KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Novo Testamento. Tradução: José Gabriel Said. Edição Ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2017.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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