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Romanos 9: Deus pode escolher uns e rejeitar outros?

O único lado em que necessariamente precisamos estar para a salvação, é ao lado de Cristo.

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:8 minutos

Romanos 9 é um dos capítulos mais desafiadores e profundos de toda a carta. Ao ler esse texto, eu percebo o quanto a soberania de Deus na salvação não é algo fácil de digerir, mas é fundamental para entender o plano divino. Paulo fala com o coração partido, mas também com absoluta convicção da justiça e da liberdade de Deus em escolher, salvar e julgar.

Qual é o contexto histórico e teológico de Romanos 9?

Paulo escreveu Romanos por volta do ano 57 d.C., provavelmente durante sua terceira viagem missionária, enquanto estava em Corinto (Atos 20.2-3) (KEENER, 2017). Roma era o centro do império, um lugar de poder político, diversidade cultural e contrastes sociais.

Na igreja de Roma, judeus e gentios estavam aprendendo a conviver e a entender o evangelho juntos. Havia tensões, especialmente relacionadas ao lugar do povo judeu no plano de Deus. Muitos judeus rejeitaram Jesus como Messias, e isso gerava perplexidade e perguntas sérias: Se Deus prometeu tantas bênçãos a Israel, por que tantos judeus estavam fora do evangelho? Deus falhou em suas promessas?

É exatamente esse o tema de Romanos 9 a 11. Como explica Hernandes Dias Lopes (2010, p. 321-340), esses capítulos não são um parêntese na carta, mas o ápice do argumento de Paulo, mostrando o passado, o presente e o futuro de Israel no plano divino. Aqui, Paulo trata da soberania de Deus, da responsabilidade humana e da certeza de que as promessas de Deus não falharam.

Keener (2017) destaca que Paulo usa aqui um estilo profundamente enraizado nas Escrituras judaicas, com citações frequentes do Antigo Testamento, mostrando que a salvação sempre foi pela graça e pela eleição divina.

Como o texto de Romanos 9 se desenvolve?

1. Por que Paulo está tão angustiado pelo seu povo? (Romanos 9.1-5)

O capítulo começa com uma declaração pessoal e intensa: “Tenho grande tristeza e constante angústia em meu coração” (Romanos 9.2). Paulo não fala como teólogo frio, mas como um homem que ama profundamente o seu povo.

Ele chega a dizer: “Desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos” (Romanos 9.3). É impossível não lembrar de Moisés, que intercedeu pelo povo pedindo para ser riscado do livro da vida, caso Deus não os perdoasse (Êxodo 32.32).

Os judeus eram privilegiados. Tinham a adoção, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas e, acima de tudo, deles veio o Messias, “que é Deus acima de tudo, bendito para sempre!” (Romanos 9.5).

Ainda assim, apesar de tantos privilégios, muitos rejeitaram o Cristo prometido. Isso partia o coração de Paulo.

2. A promessa de Deus falhou? (Romanos 9.6-13)

A resposta de Paulo é clara: “Não pensemos que a palavra de Deus falhou” (Romanos 9.6). Nem todos os descendentes de Israel são verdadeiramente Israel. Isso já estava claro desde o Antigo Testamento.

Abraão teve dois filhos, mas só Isaque foi o filho da promessa (Romanos 9.7-9). Isaque teve dois filhos, mas Deus escolheu Jacó antes mesmo de eles nascerem, “para que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse” (Romanos 9.11).

Aqui, eu entendo que a eleição divina nunca dependeu de mérito humano, mas da soberana vontade de Deus. Como afirma Hernandes Dias Lopes (2010), nem todo israelita físico faz parte do Israel espiritual, e Deus tem o direito de escolher segundo seus propósitos eternos.

3. Deus é injusto ao escolher uns e não outros? (Romanos 9.14-18)

Essa pergunta ecoa no coração humano até hoje. Paulo responde com firmeza: “De maneira nenhuma!” (Romanos 9.14).

Ele cita o que Deus disse a Moisés: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia” (Romanos 9.15). A salvação não depende do esforço humano, mas da misericórdia divina (Romanos 9.16).

Ao olhar para a história do faraó, vemos o princípio em ação. Deus o “levantou exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder” (Romanos 9.17). Deus tem misericórdia de quem Ele quer e endurece a quem Ele quer (Romanos 9.18).

Keener (2017) explica que o endurecimento do faraó não foi arbitrário. Primeiro, o próprio faraó endureceu o coração, e Deus confirmou esse caminho como juízo. A soberania divina e a responsabilidade humana caminham juntas, sem contradição.

4. O ser humano pode questionar Deus? (Romanos 9.19-24)

A próxima objeção é natural: “Então, por que Deus ainda nos culpa?” (Romanos 9.19). Paulo responde com uma analogia forte: Deus é o oleiro, nós somos o barro.

“O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?” (Romanos 9.21).

Isso me lembra que, diante da grandeza de Deus, a única postura adequada é a humildade. Deus tem o direito de revelar sua ira e poder nos vasos de ira, e revelar sua misericórdia nos vasos de misericórdia (Romanos 9.22-23).

Hernandes Dias Lopes (2010) afirma que Deus é glorificado tanto na salvação dos eleitos quanto no juízo dos impenitentes. Não há injustiça, pois ninguém merece a salvação. Se alguém é salvo, é graça; se alguém é julgado, é justiça.

5. Quem são os vasos de misericórdia? (Romanos 9.24-29)

Paulo revela um aspecto surpreendente: Deus chamou para si não apenas judeus, mas também gentios (Romanos 9.24).

Ele cita Oséias, mostrando que aqueles que não eram povo de Deus agora são chamados “filhos do Deus vivo” (Romanos 9.25-26). Também cita Isaías, afirmando que só um remanescente de Israel será salvo (Romanos 9.27-29).

Aqui, eu percebo como Deus age de forma soberana e misericordiosa. Nem a rejeição de Israel nem a inclusão dos gentios foram surpresas para Deus. Tudo já estava revelado nas Escrituras.

6. Por que Israel tropeçou e os gentios foram salvos? (Romanos 9.30-33)

O capítulo termina com uma grande inversão. Os gentios, que não buscavam justiça, a encontraram pela fé. Israel, que buscava justiça pela lei, não a alcançou.

“Porque não a buscava pela fé, mas como se fosse por obras” (Romanos 9.32). Eles tropeçaram na pedra de tropeço, que é Cristo.

Como explica Keener (2017), a cruz sempre foi um escândalo para os judeus. Ela derruba o orgulho religioso e revela que a salvação é pela graça, não pelas obras.

Que conexões proféticas encontramos em Romanos 9?

Romanos 9 está cheio de conexões com o Antigo Testamento. Paulo cita diretamente textos de Gênesis 18, Gênesis 21, Êxodo 33, Oséias 1 e 2, e Isaías 1, 10 e 28.

Ele mostra que o propósito de Deus nunca foi étnico, mas espiritual. A eleição de Isaque e Jacó ilustra a escolha soberana de Deus. A rejeição de Esaú e do faraó demonstra o direito divino de exercer juízo.

Além disso, a inclusão dos gentios e o tropeço de Israel já estavam previstos. Isso revela que o evangelho é o cumprimento das promessas de Deus, não o abandono delas.

O que Romanos 9 me ensina para a vida hoje?

Romanos 9 me ensina a confiar plenamente na soberania de Deus, mesmo quando não entendo todos os seus caminhos.

Aprendo que:

  • Deus não deve nada a ninguém. A salvação é um ato livre da sua misericórdia.
  • Não posso questionar o Criador. Ele é o oleiro, eu sou o barro.
  • O orgulho religioso é um perigo. Israel tropeçou porque confiou nas obras, não na graça.
  • Deus inclui quem Ele quer, independentemente da origem ou passado.
  • Cristo é a pedra de tropeço para os orgulhosos, mas é a rocha de salvação para quem crê.

Esse capítulo me desafia a descansar na graça e a pregar o evangelho com urgência, pois é pela fé em Cristo que encontramos salvação.

Como Romanos 9 me conecta ao restante das Escrituras?

Romanos 9 está em harmonia com toda a Bíblia. Ele ecoa as promessas feitas a Abraão, mostra o cumprimento delas em Cristo e prepara o terreno para o capítulo 10, onde Paulo fala da responsabilidade humana e da fé.

A soberania de Deus não anula a necessidade de evangelizar. Pelo contrário, é a certeza de que Deus está agindo, chamando, salvando e cumprindo o seu propósito.

Esse capítulo me ajuda a ver o plano de Deus de forma mais ampla e reverente.


Referências

  • HERNANDES DIAS LOPES. Romanos: O Evangelho Segundo Paulo. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2010.
  • KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Novo Testamento. Tradução: José Gabriel Said. Edição Ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2017.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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