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Salmos 35 Estudo: Como Reagir Quando te Caluniam

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online

O Salmo 35 é uma súplica de Davi diante de intensa perseguição. Embora o texto não identifique diretamente o momento histórico em que foi escrito, seu conteúdo aponta para o período em que Davi era perseguido por Saul, antes de assumir o trono de Israel (ver 1 Samuel 18–24).

Davi, então fugitivo, foi acusado falsamente, traído por nobres e abandonado até por pessoas que haviam recebido sua ajuda. Ele não apenas enfrentava ameaças físicas, mas também psicológicas e sociais. Essa atmosfera de traição, calúnia e desejo de vingança o levou a clamar a Deus como seu Juiz, Advogado e Guerreiro.

Teologicamente, o salmo está dentro do gênero das lamentações e imprecações. Davi pede justiça contra seus inimigos, mas o faz com base em sua inocência e na aliança com Deus. Ele confia que o Senhor é justo e não deixará o mal triunfar sobre o bem. Como Calvino comenta, “Davi não pleiteia simplesmente sua própria causa, nem deseja com inadvertido zelo a destruição de seus inimigos, mas expressa desejos caracterizados por grande moderação, movido pelo Espírito Santo” (CALVINO, 2009, p. 95).

1. Clamor por defesa divina (Sl 35:1–3)

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Davi inicia clamando: “Defende-me, Senhor, dos que me acusam” (v. 1). Ele reconhece que a batalha que enfrenta não é apenas humana, mas espiritual. Por isso, invoca Deus como seu defensor.

O uso das figuras de escudo e lança (v. 2-3) revela o desejo de proteção total. A imagem do escudo grande (tsinnah) e o pequeno (magen) indica defesa em todos os níveis. Walton observa que “escudo e broquel representam os dois extremos quando se trata de equipamento de defesa pessoal” (WALTON et al., 2018, p. 684).

Davi deseja não apenas a intervenção de Deus, mas também que Ele lhe diga: “Eu sou a sua salvação” (v. 3). Ou seja, mais do que livramento, ele clama por consolo e afirmação espiritual.

2. Pedido por justiça contra os ímpios (Sl 35:4–8)

Davi ora para que seus inimigos sejam “humilhados”, “como palha ao vento” (v. 4-5). A expressão “anjo do Senhor” surge como instrumento de juízo (v. 5-6). Isso mostra que a intervenção divina pode vir tanto por meios naturais quanto sobrenaturais.

O salmista destaca a injustiça de seus opositores: “sem motivo prepararam contra mim uma armadilha” (v. 7). Ele pede que caiam nas próprias armadilhas (v. 8), uma imagem comum nos salmos (cf. Sl 7:15-16).

3. Gratidão e reconhecimento da salvação (Sl 35:9–10)

Davi se antecipa ao livramento e declara: “minha alma exultará no Senhor” (v. 9). Ele sabe que Deus não apenas livra o justo, mas também defende o fraco contra o poderoso.

O verso 10 amplia essa declaração: “Tu livras os necessitados e os pobres daqueles que os exploram”. Aqui, o caráter justo e compassivo de Deus é exaltado.

4. Denúncia das falsas acusações (Sl 35:11–16)

Os versículos 11 a 16 trazem um lamento profundo. Davi sofre calúnias: “Testemunhas maldosas enfrentam-me e questionam-me sobre coisas de que nada sei” (v. 11). Ele revela o peso da ingratidão: “Elas me retribuem o bem com o mal” (v. 12).

O que mais dói é que ele havia jejuado, orado e chorado por esses mesmos inimigos quando estavam aflitos (v. 13-14). Calvino observa: “Ele faz menção de certos emblemas de real e genuíno amor” (CALVINO, 2009, p. 96). Mesmo assim, eles se uniram para atacá-lo, zombaram e rosnaram contra ele (v. 15-16).

5. Pedido urgente de intervenção (Sl 35:17–18)

Davi pergunta: “Senhor, até quando ficarás olhando?” (v. 17). É o clamor de alguém que sabe que Deus vê tudo, mas sente a demora da justiça.

Mesmo em meio à aflição, ele faz votos de louvor: “Eu te darei graças na grande assembleia” (v. 18). Isso mostra sua fé na restauração e na resposta de Deus.

6. Apelo contra a injustiça (Sl 35:19–21)

Davi pede que seus inimigos “não troquem olhares de desprezo” (v. 19). Eles falam de paz, mas tramam mentiras (v. 20). É um retrato da falsidade e hipocrisia.

A acusação é direta: “Com a boca escancarada, riem de mim e me acusam” (v. 21). Ele está cercado por zombadores que torcem a verdade.

7. Confiança na justiça divina (Sl 35:22–26)

O salmista se volta novamente para Deus: “Tu viste isso, Senhor! Não fiques calado” (v. 22). Ele reconhece que o Senhor é sua única esperança de justiça.

Os versículos 24 a 26 pedem uma resposta que revele a justiça divina e silencie os que zombam de seu sofrimento. Davi clama por uma reviravolta pública, onde seus inimigos sejam envergonhados.

8. Louvor pela vitória e restauração (Sl 35:27–28)

O salmo termina com louvor e esperança. Davi deseja que os que amam a justiça se alegrem e digam: “O Senhor seja engrandecido! Ele tem prazer no bem-estar do seu servo” (v. 27).

A última frase sela seu compromisso: “Minha língua proclamará a tua justiça e o teu louvor o dia inteiro” (v. 28). Gratidão e fé encerram a súplica.

Cumprimento das profecias

Embora o Salmo 35 não tenha um cumprimento messiânico direto como o Salmo 22, ele ecoa temas que se cumprem plenamente em Cristo.

Jesus também foi falsamente acusado, traído e perseguido por aqueles a quem beneficiou. Ele orou pelos inimigos e entregou sua causa ao Pai (cf. 1 Pedro 2:23). A figura do servo justo que sofre sem motivo encontra seu ápice no Salvador.

O desejo de justiça, a confiança em Deus e a disposição para louvar mesmo em meio à dor apontam para a experiência de Cristo na cruz e na ressurreição.

Significado dos nomes e simbolismos

  • Escudo e broquel – Simbolizam a proteção completa de Deus. Um defende todo o corpo, o outro é usado em combate direto.
  • Lança e machado de guerra – Representam armamentos ofensivos. Aqui, Deus é retratado como um guerreiro em defesa dos seus.
  • Anjo do Senhor – Pode significar tanto a presença ativa de Deus quanto uma teofania (manifestação visível). Alguns associam à pré-encarnação de Cristo.
  • Palha ao vento – Simboliza fragilidade e transitoriedade dos ímpios (cf. Sl 1:4).
  • Boca escancarada – Representa zombaria, sarcasmo e julgamento injusto.
  • Grande assembleia – Imagem do culto público, onde o salmista promete louvar a Deus com a comunidade.

Lições espirituais e aplicações práticas do Salmo 35

  1. Nem sempre o bem que fazemos será retribuído com gratidão
    Como cristão, aprendo que devo amar mesmo sabendo que posso ser traído.
  2. Falsas acusações machucam, mas Deus é nosso Juiz
    O mundo pode distorcer a verdade, mas o Senhor conhece o coração.
  3. Deus se apresenta como Guerreiro em favor dos seus filhos
    Ele não se ausenta das nossas lutas. Ele luta por nós.
  4. Podemos lamentar e suplicar com liberdade diante de Deus
    Orar com sinceridade é melhor do que esconder nossa dor.
  5. Mesmo perseguido, Davi escolheu louvar a Deus
    A adoração nos sustenta até o livramento chegar.
  6. O clamor do justo é ouvido, mesmo que a resposta pareça demorar
    Deus vê, Deus ouve, e no tempo certo, Ele age.
  7. O sofrimento do justo aponta para o sofrimento de Cristo
    Jesus sofreu injustamente, e em sua vitória encontramos consolo.
  8. A justiça de Deus prevalecerá sobre a zombaria dos ímpios
    A vergonha dos justos será removida. Os que zombam, cairão.

Conclusão

O Salmo 35 é uma oração sincera de quem sofre calado, mas confia plenamente em Deus. Davi, embora perseguido e caluniado, não busca vingança pelas próprias mãos. Ele recorre ao Senhor como seu defensor, clama por justiça e promete louvar mesmo antes da resposta.

Ao meditar nesse salmo, eu aprendo que, em meio à injustiça, posso confiar que Deus vê, ouve e age. O silêncio momentâneo de Deus não significa ausência. E quando Ele se levanta, ninguém pode resistir.

O Salmo 35 é um lembrete poderoso de que não estamos sozinhos nas batalhas invisíveis da alma.


Referências

  • CALVINO, João. Salmos. Org. Franklin Ferreira, Tiago J. Santos Filho, e Francisco Wellington Ferreira. Trad. Valter Graciano Martins. 1. ed. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2009. v. 2.
  • WALTON, John H.; MATTHEWS, Victor H.; CHAVALAS, Mark W. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Antigo Testamento. Trad. Noemi Valéria Altoé da Silva. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2018.
  • WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento. 1. ed. São Paulo: Geográfica, 2006.
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