A Operação Fortitude, foi uma missão engenhosa destinada a enganar o inimigo sobre os planos reais para o Dia D na Segunda Guerra Mundial. Esta operação usou uma variedade de métodos – desde falsas transmissões de rádio até tanques infláveis – para convencer os alemães de que o principal ataque aliado ocorreria em Pas de Calais, em vez da Normandia.
O plano funcionou. As forças alemãs foram enganadas, e quando o verdadeiro ataque aconteceu na Normandia, os Aliados conseguiram um avanço crucial. Mas pense por um momento no que foi necessário para que a Operação Fortitude funcionasse. Exigia comunicação precisa, coragem, e acima de tudo, um grupo de pessoas dispostas a levar a verdade onde era necessário.
A Operação Fortitude me faz pensar no chamado que recebemos como seguidores de Jesus. Nós também temos uma mensagem para compartilhar, a boa notícia do evangelho. E, como os participantes da operação na Segunda Guerra Mundial, também precisamos de coragem, precisão em nossa mensagem e, acima de tudo, disposição para levá-la onde for necessário.
Mas, o nosso chamado não é baseado em táticas de guerra ou enganos. Ele é baseado no amor de Jesus, na sua mensagem de salvação e no poder transformador do evangelho. E, ao contrário dos agentes de Fortitude, que tinham o objetivo de confundir o inimigo, o nosso objetivo é esclarecer a verdade para todos aqueles que ainda não a conhecem.
Gostaria de refletir com você sobre este chamado. Sobre o que significa ser um portador da boa notícia, um discípulo de Cristo encarregado de compartilhar sua mensagem com o mundo. Vamos explorar juntos o poder dessa mensagem, a motivação por trás dela e o impacto que ela pode ter quando compartilhada com amor e convicção.
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O Chamado
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. – Mateus 28:19-20
Este versículo é conhecido como o mandamento da Grande Comissão de Jesus Cristo, nosso Senhor. Aqui, estamos diante da essência do chamado cristão: fazer discípulos de todas as nações. Este não é um chamado apenas para compartilhar o Evangelho, mas para alimentar e formar aqueles que confessam a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, conduzindo-os ao batismo e ensinando-lhes os caminhos de Cristo.
Para compreender plenamente o significado deste chamado, vamos examinar a antiga relação entre mestre e discípulo na cultura oriental, que pode nos ajudar a aprofundar nosso entendimento da intenção de Jesus.
Na tradição oriental, a relação mestre-discípulo é muito mais profunda do que a que geralmente associamos com um professor e aluno. É uma relação que se estende além das fronteiras da sala de aula. O mestre não é apenas um provedor de conhecimento, mas também um guia, um mentor, alguém que modela o caminho a ser seguido. O discípulo, por sua vez, não é apenas um receptor passivo de conhecimento. Ele busca imitar o mestre, absorver seus ensinamentos, e incorporá-los em sua vida diária.
Assim, quando Jesus nos chama para fazer discípulos, ele está nos ordenando a entrar nessa relação profunda e significativa. Não se trata apenas de transmitir informações sobre a fé cristã, mas de nos comprometermos com o crescimento espiritual de outros, guiando-os, apoiando-os, e caminhando com eles em sua jornada de fé.
Esta relação não envolve apenas uma direção. Ao passo que o discípulo cresce e aprende, o mestre também é enriquecido pela experiência. Ele aprende com as perguntas, os desafios e a fé do discípulo. Na verdade, em muitas tradições orientais, é dito que o mestre aprende tanto quanto o discípulo, se não mais.
E aqui está a beleza deste chamado. Jesus não está apenas nos chamando para ensinar; Ele está nos chamando para aprender, para crescer, para sermos transformados. E em meio a tudo isso, Ele nos promete que estará conosco, orientando-nos, fortalecendo-nos, e acompanhando-nos em cada passo do caminho, até o fim dos tempos.
Sobre isso, Christine Caine disse o seguinte: “Nós somos chamados a ser mais do que simplesmente pregadores do Evangelho. Somos chamados a ser mestres, a orientar outros em seu caminho para Cristo, a investir em suas vidas e a amá-los como Jesus nos amou. Essa é a verdadeira grandeza do nosso chamado.” – Christine Caine
Como discípulos de Jesus, e como aqueles que são chamados a fazer discípulos, temos um desafio e uma oportunidade diante de nós. O desafio é de comprometer-nos profundamente com aqueles a quem ensinamos, de investir em suas vidas, de guiá-los em seu caminho espiritual. A oportunidade é a de crescer em nosso próprio caminho de fé, de sermos transformados pelo ato de ensinar, e de experimentar a presença contínua de Jesus em nossas vidas.
A mensagem
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu, depois do grego.” – Romanos 1:16
Este versículo deixa claro a natureza poderosa e universal da mensagem que somos chamados a compartilhar. O evangelho, a boa notícia de Jesus Cristo, não é uma simples história. É o poder transformador de Deus em ação, capaz de trazer salvação para todos os que creem. E nós, como portadores dessa mensagem, somos encorajados a não nos envergonharmos dela, mas proclamá-la com convicção e coragem.
Para entender melhor o impacto e o poder da mensagem do evangelho, vale a pena examinar algumas estatísticas. De acordo com o Centro de Estudos sobre o Cristianismo Global, em 2020, havia aproximadamente 2,5 bilhões de cristãos em todo o mundo. Isso significa que cerca de um terço da população mundial se identifica como cristã, um testemunho impressionante do alcance e da influência do evangelho.
Mas o poder do evangelho não se resume aos números. Olhe para a quantidade de nações, culturas e contextos sociais em que o evangelho floresceu. Desde as comunidades pobres nas favelas da América Latina até as sofisticadas cidades europeias; desde as comunidades rurais na África até os arranha-céus das cidades asiáticas – a mensagem do evangelho vai além das fronteiras e barreiras para tocar e transformar vidas.
Outra estatística que destaca o poder da mensagem do evangelho é o número de organizações de caridade cristãs em todo o mundo. De acordo com o World Christian Database, existem mais de 565.000 organizações missionárias e sociais cristãs em todo o mundo. Estas organizações se baseiam na mensagem do evangelho para aliviar a pobreza, curar os doentes, educar os analfabetos e buscar a justiça para os oprimidos. O impacto social e humanitário do evangelho é profundo e extenso.
Mas ainda há muito trabalho a ser feito. Estima-se que existem 3,23 bilhões de pessoas que são consideradas “não alcançadas” com o Evangelho, segundo o Joshua Project. Isso nos lembra da urgência do nosso chamado para compartilhar a boa notícia.
Sobre isso, Timothy Keller disse o seguinte: “O Evangelho não é simplesmente uma mensagem entre muitas, mas é a mensagem que tem o poder de transformar vidas, comunidades e o mundo inteiro. Isso deve nos dar a confiança para proclamar a boa nova de Jesus Cristo em todas as situações.” – Timothy Keller
Quando o apóstolo Paulo afirma que não se envergonha do evangelho, entendemos que ele está falando de uma mensagem de poder transformador, uma mensagem que já tocou bilhões de vidas e continua a influenciar o curso da história humana. É essa mensagem poderosa e transformadora que somos chamados a compartilhar com o mundo, com a certeza de que é o poder de Deus para a salvação de todos que creem.
A motivação
“Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos, e assim todos morreram.” – 2 Coríntios 5:14
Este versículo oferece a essência pura de nossa motivação para compartilhar o evangelho. Não é medo, não é obrigação, nem é um desejo de conquista. É o amor de Cristo que nos impulsiona. Este amor, que levou Jesus a dar Sua vida por todos nós, é o coração pulsante de nossa missão.
Pense no sacrifício de Jesus na cruz. Pense na dor que Ele suportou, o preço que Ele pagou, para que pudéssemos ser salvos. Agora, reconheça que este sacrifício foi por você. Por cada um de nós. Jesus nos amou tanto que deu Sua própria vida.
Agora, imagine esse amor fluindo através de você e se espalhando para os outros. Este é o chamado de Deus para a nossa vida. Não para apenas compartilhar um conjunto de doutrinas ou regras, mas para compartilhar esse amor incrível e avassalador que encontramos em Jesus.
Esta é a nossa motivação. E é uma motivação poderosa. Porque quando agimos movidos pelo amor, não há obstáculos que não possamos superar, não há desafios que não possamos enfrentar. O amor de Cristo nos capacita, nos fortalece e nos dá a coragem de que precisamos para compartilhar a boa notícia.
Sobre isso, Francis Chan disse o seguinte: “O amor de Cristo por nós é mais do que uma mensagem – é uma força transformadora que nos move para compartilhar essa mesma mensagem de amor com os outros. Não é uma tarefa, é um privilégio.” – Francis Chan
Eu lhe encorajo, em cada conversa que você tiver, em cada oportunidade que surgir para compartilhar o evangelho, deixe esse amor ser a sua motivação. Lembre-se do amor de Cristo, que foi tão forte que Ele deu Sua vida por todos nós. Deixe esse amor te guiar, te inspirar e te fortalecer. E então, você encontrará a verdadeira alegria e o verdadeiro propósito em compartilhar a boa notícia do evangelho.