A relação entre Apocalipse 13 e Apocalipse 12 é estreita e fica ainda mais clara na palavra “dragão”. Satanás surge como dragão e é figura chave nos dois capítulos. No 12, ele persegue a Igreja, no 13 seus líderes são revelados.
O Anticristo é descrito como a besta que surge do mar e revela a força do exército do Diabo, e o falso profeta como a que surge da terra é o poder do mal para influenciar e iludir.
Portanto, aqui temos os propósitos de Satanás em sua batalha contra o povo de Deus. Seu desejo é tomar o lugar de Jesus, por isso várias de suas estratégias podem ser vistas como uma usurpação da revelação de Deus.
Veja os exemplos:
- adoração a Besta (versículos 4,8,12,15);
- Símbolo do mundo (versículos 3,7,8,14,16);
- Marca e número que os tornam parte de um grupo (versículos de 16-18).
Ao contrário desses imitadores, os santos possuem o privilégio de ter o seu nome escrito no livro da vida e pertencem a Jesus, o Cordeiro de Deus.
Apocalipse 13 e a Marca da Besta
Entendo que o apóstolo João está escrevendo para a igreja universal, que compreende o período desde a ascensão de Jesus até o Seu retorno, e não sobre um momento específico no tempo, isolado. Precisamos analisar Apocalipse 13:18 de maneira mais abrangente.
A princípio, é preciso notar que a expressão “marca”, é vista diversas vezes neste livro (13:18; 19:20; 20:4. 14:11).
Quem tem a marca da besta é um de seus adoradores (Apocalipse 14:11). Ou seja, é alguém que lhe serve voluntariamente e com prazer. Quem possui a marca se opõe a Deus, Sua Palavra e Seu povo de maneira intencional.
Eles se destacam porque tem a marca na mão direita e na testa, na bíblia, isto significa amizade e comunhão (Gálatas 2:9). Ou seja, a marca na mão mostra que o adorador da besta é seu cooperador, tem prazer em ajudar na sua causa e de ser oposição a verdade de Deus.
Já o sinal da testa, revela que seus seguidores são influenciados por sua filosofia e forma de pensar. São adeptos de todo ensino que se opõe a Deus e Sua vontade revelada nas Escrituras.
Podemos supor, que assim como os santos recebem uma marca invisível na mão e na testa com os nomes de Deus Pai e do Cordeiro Jesus, provavelmente a marca da besta seja.
Dessa forma, a marca é uma referência clara a um sistema devoção ao que se opõe a Deus, ao invés de um sinal visível no corpo.
João ainda nos diz, que quem não tiver esta marca será incapaz de comprar e vender, qualquer coisa. Analisando de forma ampla, os destinatários de Esmirna estavam incluídos neste grupo.
Por não se devotarem ao paganismo e a idolatria, eram severamente perseguidos. Perseguição esta lhes fez viver em extrema pobreza, pois ninguém queria contrata-los para o trabalho, nem compravam suas mercadorias.
E não devemos parar por aí, na história da Igreja e até mesmo em nossos dias, em lugares perseguidos do Oriente Médio e da África, muitos dos nossos irmãos vivem em situação semelhante.
Esboço de Apocalipse 13:
13.1 – 4: A Besta do Mar
13.5 – 10: Poder e Autoridade
13.11 – 14: A Besta da Terra
13.15 – 18: A Marca da Besta
Apocalipse 13.1 – 4: A Besta do Mar
1 Vi uma besta que saía do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças, com dez coroas, uma sobre cada chifre, e em cada cabeça um nome de blasfêmia.
2 A besta que vi era semelhante a um leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. O dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
3 Uma das cabeças da besta parecia ter sofrido um ferimento mortal, mas o ferimento mortal foi curado. Todo o mundo ficou maravilhado e seguiu a besta.
4 Adoraram o dragão, que tinha dado autoridade à besta, e também adoraram a besta, dizendo: “Quem é como a besta? Quem pode guerrear contra ela?”
Apocalipse 13.5 – 10: Poder e Autoridade
5 À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas, e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses.
6 Ela abriu a boca para blasfemar contra Deus e amaldiçoar o seu nome e o seu tabernáculo, os que habitam nos céus.
7 Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los. Foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação.
8 Todos os habitantes da terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo.
9 Aquele que tem ouvidos ouça:
10 Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém há de ser morto à espada, morto à espada haverá de ser. Aqui estão a perseverança e a fidelidade dos santos.
Apocalipse 13.11 – 14: A Besta da Terra
11 Então vi outra besta que saía da terra, com dois chifres como cordeiro, mas que falava como dragão.
12 Exercia toda a autoridade da primeira besta, em nome dela, e fazia a terra e seus habitantes adorarem a primeira besta, cujo ferimento mortal havia sido curado.
13 E realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens.
14 Por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar em nome da primeira besta, ela enganou os habitantes da terra. Ordenou-lhes que fizessem uma imagem em honra à besta que fora ferida pela espada e contudo revivera.
Apocalipse 13.15 – 18: A Marca da Besta
15 Foi-lhe dado poder para dar fôlego à imagem da primeira besta, de modo que ela podia falar e fazer que fossem mortos todos os que se recusassem a adorar a imagem.
16 Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa,
17 para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.
18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis.