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Atos 6: Qual o segredo da sabedoria de Estêvão?

Por Diego Nascimento
Em Bíblia de Estudo Online
Tempo de leitura:9 minutos

Atos 6 é um capítulo decisivo no desenvolvimento da igreja primitiva. Ele mostra como o crescimento rápido trouxe desafios internos, mas também como Deus, soberanamente, transforma problemas em oportunidades. Ao estudar esse texto, eu percebo como as tensões culturais, as necessidades práticas e o avanço da missão se entrelaçam na história da igreja. Aqui, vemos o início de um movimento que, apesar das dificuldades, continua a impactar o mundo até hoje.

Qual é o contexto histórico e teológico de Atos 6?

O livro de Atos foi escrito por Lucas, o mesmo autor do Evangelho que leva seu nome. Como explica Kistemaker (2016), Atos serve como a segunda parte de uma obra em dois volumes, dedicada a Teófilo, um gentio de prestígio, provavelmente convertido ao cristianismo.

O cenário de Atos 6 é Jerusalém, por volta do início da década de 30 d.C., poucos anos após a ressurreição e ascensão de Jesus. A cidade estava sob domínio romano, mas com forte presença e influência das autoridades religiosas judaicas, especialmente o Sinédrio e o sacerdócio.

A igreja, que nasceu no dia de Pentecostes (Atos 2), crescia de forma exponencial. Já contava com milhares de discípulos (Atos 4.4) e, com isso, os desafios de organização e convivência se tornaram inevitáveis. Um desses desafios aparece aqui: a tensão entre os judeus de fala grega (helenistas) e os judeus de fala hebraica (hebraístas).

Craig Keener (2017) explica que os helenistas eram judeus da diáspora, que haviam retornado a Jerusalém, mas mantinham o grego como língua principal e, em muitos casos, uma mentalidade cultural mais aberta. Os hebraístas, por sua vez, eram judeus nativos da Palestina, ligados à tradição religiosa e cultural mais rígida.

Além disso, Keener destaca que, por razões culturais e sociais, havia um número elevado de viúvas helenistas em Jerusalém. Elas dependiam da assistência da comunidade, pois não tinham família local para sustento, e essa situação gerou insatisfação.

Teologicamente, Atos 6 revela o cuidado de Deus com a unidade da igreja e a necessidade de liderança qualificada para que a missão prossiga. É nesse contexto que surge o ministério dos sete, apontando para o equilíbrio entre cuidado social e proclamação do Evangelho.

Como o texto de Atos 6 se desenvolve?

O capítulo pode ser dividido em duas partes principais: a escolha dos sete (Atos 6.1-7) e a oposição contra Estêvão (Atos 6.8-15).

1. O que aprendemos com a escolha dos sete? (Atos 6.1-7)

O texto começa com um problema real:

“Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento” (Atos 6.1).

Essa queixa revela uma tensão cultural. Embora todos fossem judeus, as diferenças de idioma e mentalidade geravam divisões. Eu percebo como, mesmo em um ambiente espiritual e vibrante, as diferenças humanas ainda podem gerar conflitos.

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Os apóstolos, com sabedoria, não ignoram o problema. Eles reúnem a comunidade e dizem:

“Não é certo negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas. Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria” (Atos 6.2-3).

Keener (2017) explica que “servir às mesas” não se limitava a servir comida, mas incluía o gerenciamento da distribuição dos recursos e ofertas, algo fundamental em uma comunidade onde muitos necessitavam de ajuda.

O que me chama atenção é o equilíbrio entre espiritualidade e administração. Mesmo para uma tarefa aparentemente prática, os requisitos eram elevados: bom testemunho, sabedoria e plenitude do Espírito. Isso mostra que, para Deus, cuidar do próximo é tão espiritual quanto pregar.

A comunidade aceita a proposta e escolhe sete homens, todos com nomes gregos, o que indica que eram helenistas. Entre eles, destaca-se Estêvão:

“homem cheio de fé e do Espírito Santo” (Atos 6.5).

Aqui, vejo a sensibilidade dos apóstolos em valorizar a minoria insatisfeita. Eles colocam o sistema de ajuda nas mãos justamente daqueles que se sentiam excluídos. Isso não apenas resolve o problema, mas fortalece a unidade.

Após a escolha, os apóstolos oram e impõem as mãos sobre os sete, um gesto de confirmação e bênção, semelhante ao que Moisés fez com Josué (Números 27.18-23).

O resultado é imediato:

“Assim, a palavra de Deus se espalhava. Crescia rapidamente o número de discípulos em Jerusalém; também um grande número de sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6.7).

Kistemaker (2016) destaca que a expressão “obedecer à fé” significa abraçar o Evangelho, reconhecendo a autoridade de Jesus. Até mesmo sacerdotes, antes resistentes, agora se convertiam.

2. O que aconteceu com Estêvão? (Atos 6.8-15)

A segunda parte do capítulo nos apresenta Estêvão, que, além de sua função prática, também se destaca como pregador e realizador de milagres:

“Estêvão, homem cheio da graça e do poder de Deus, realizava grandes maravilhas e sinais entre o povo” (Atos 6.8).

Isso me ensina que Deus pode usar alguém em várias áreas. O ministério de Estêvão não se limitou a cuidar de viúvas. Ele pregava com ousadia e realizava milagres, assim como os apóstolos.

Mas sua pregação provocou oposição, especialmente de membros da “Sinagoga dos Libertos”, composta por judeus da diáspora, vindos de regiões como Cirene, Alexandria, Cilícia e Ásia (Atos 6.9). Keener (2017) lembra que muitos desses judeus libertos eram zelosos defensores das tradições, o que explica a resistência.

Esses homens tentaram debater com Estêvão, mas:

“não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava” (Atos 6.10).

Frustrados, recorreram à velha tática de armar falsas acusações, assim como fizeram com Jesus:

“Ouvimos Estêvão falar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus” (Atos 6.11).

O povo foi agitado, Estêvão foi preso e levado ao Sinédrio. As falsas testemunhas o acusaram de atacar o templo e a lei, dizendo que ele afirmava que Jesus destruiria o templo e mudaria os costumes mosaicos (Atos 6.13-14).

Ao final do capítulo, vemos algo impressionante:

“Todos os que estavam assentados no Sinédrio olharam atentamente para Estêvão e viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo” (Atos 6.15).

Para mim, isso mostra a aprovação divina sobre Estêvão, mesmo em meio à perseguição. Deus estava com ele, e o brilho em seu rosto lembrava o de Moisés após estar na presença do Senhor (Êxodo 34.29-35).

Que conexões proféticas encontramos em Atos 6?

Embora o texto não traga citações diretas do Antigo Testamento como outros capítulos, há conexões proféticas e simbólicas claras.

Primeiro, a escolha dos sete, todos helenistas, antecipa o avanço da missão aos gentios, que começa oficialmente em Atos 8 com Filipe. Deus já estava preparando líderes com perfil multicultural, como Estêvão e Filipe, para romper as barreiras culturais.

Além disso, o discurso de Estêvão no capítulo seguinte (Atos 7) revela que ele entendia o cumprimento das promessas messiânicas em Jesus, especialmente quanto ao templo e à lei.

As acusações de que Estêvão falava contra o templo e os costumes mosaicos ecoam as palavras de Jesus em João 4.21-24, onde Ele afirma que o verdadeiro culto não está preso a um lugar, mas acontece em espírito e em verdade.

Por fim, o sofrimento de Estêvão aponta para o padrão profético vivido por Jesus e seus discípulos: rejeição, acusações falsas e perseguição. O brilho em seu rosto lembra a presença gloriosa de Deus e antecipa sua visão celestial em Atos 7.55-56.

O que Atos 6 me ensina para a vida hoje?

Esse capítulo fala comigo de forma prática e profunda. Algumas lições me desafiam diretamente:

  • Conflitos culturais existem, até mesmo na igreja. Mas eles devem ser tratados com sabedoria, diálogo e valorização das diferenças, como fizeram os apóstolos.
  • O cuidado social é espiritual. Cuidar das necessidades práticas do próximo é parte da missão cristã. Isso não é inferior à pregação.
  • Deus usa pessoas comuns, cheias do Espírito e com bom testemunho, para grandes coisas. Estêvão começou servindo às mesas e terminou sendo o primeiro mártir da fé.
  • A oposição virá, especialmente quando proclamamos a verdade com ousadia. Mas Deus sustenta seus filhos, assim como fez com Estêvão.
  • A presença de Deus transforma, mesmo em meio ao sofrimento. O rosto de Estêvão brilhava, mostrando que Deus estava com ele.
  • A missão é para todos, não apenas para os líderes “oficiais”. Estêvão e Filipe mostram que Deus usa todos os que se colocam à disposição.

Referências

  • KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Novo Testamento. Tradução: José Gabriel Said. Edição Ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2017.
  • KISTEMAKER, Simon. Atos. Tradução: Ézia Mullis e Neuza Batista da Silva. 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.

Diego Nascimento

Sou Diego Nascimento e o Jesus e a Bíblia não é apenas um projeto, é um chamado. Deus deu essa missão a mim e a Carol (esposa) por meio do Espírito Santo. Amamos a Palavra de Deus e acreditamos que ela pode mudar a sua vida, assim como mudou a nossa.

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