Ezequiel 16 é uma das seções mais impressionantes e profundas do livro de Ezequiel, pois retrata a história de Jerusalém de forma poética e vívida, usando a imagem de uma jovem adúltera que é salva e restaurada pelo amor incondicional de Deus.
Ao longo do capítulo, o profeta Ezequiel descreve como Jerusalém, que uma vez foi escolhida e amada por Deus, se desviou de sua aliança com Ele e se entregou à idolatria e a outros pecados abomináveis. No entanto, Deus não a abandonou, mas em vez disso, prometeu trazê-la de volta à comunhão com Ele por meio de Seu amor e graça.
Neste estudo, vamos explorar os diferentes aspectos deste capítulo, incluindo o pecado de Jerusalém, o julgamento de Deus, Sua misericórdia e graça, e Sua promessa de restauração. Vamos também analisar como podemos aplicar as verdades deste capítulo em nossas vidas diárias e como podemos nos voltar para Deus em arrependimento e confiança em Sua fidelidade e amor.
O Senhor Deus apresenta os motivos do Seu julgamento sobre Jerusalém. Ele declara como a acolheu e cuidou dela quando ninguém a desejava ou reconhecia.
Embora tenha sido alvo do grande amor de Deus, Jerusalém o rejeitou e buscou aliança com ímpios, idolatria, impiedade, bajulação e esqueceu de ter intimidade com Deus.
Precisamos tomar cuidado para não cometer o mesmo erro. Somos restaurados, santificados, fortalecidos, confirmados e cuidados pelo grande amor de Deus.
E ema algum momento, muitas vezes, tentados a querer deixá-lo e viver a vida como bem entendemos. Ao fazer isso, podemos atrair sobre nós o juízo de Deus, assim como Jerusalém.
Que este estudo nos leve a uma compreensão mais profunda da natureza de Deus e de Seu plano para a salvação da humanidade, e nos encoraje a buscar uma vida de obediência e adoração a Ele. Que Deus nos abençoe à medida que mergulhamos em Sua Palavra e nos aproximamos mais Dele em fé e devoção.
Esboço de Ezequiel 16:
Ez 16.1-5: A infidelidade de Jerusalém comparada a uma esposa adúltera
Ez 16.6-8: O amor e cuidado de Deus por Jerusalém
Ez 16.9-14: A beleza e prosperidade de Jerusalém sob a proteção de Deus
Ez 16.15-19: A traição de Jerusalém e sua idolatria
Ez 16.20-22: O pecado de Jerusalém através da prostituição religiosa
Ez 16.23-29: Jerusalém como uma prostituta que se entrega a todos os seus amantes
Ez 16.30-34: A ganância e a busca insaciável de Jerusalém pelo pecado
Ez 16.35-43: O julgamento de Deus sobre Jerusalém por sua idolatria e corrupção
Ez 16.44-45: Comparando a depravação de Jerusalém com suas irmãs, Samaria e Sodoma
Ez 16.46-48: A culpa e a destruição de Jerusalém por seus pecados
Ez 16.49-52: Os pecados de Sodoma e Samaria e a restauração de todas as irmãs
Ez 16.53-58: A restauração nacional das cidades de Sodoma e Samaria no milênio
Ez 16.59-63: A restauração de Jerusalém e a nova aliança com Deus
Reflexão de Ezequiel 16 para os nossos dias
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Ezequiel 16.1-5: A infidelidade de Jerusalém comparada a uma esposa adúltera
Veio a mim esta palavra do Senhor: 2 “Filho do homem, confronte Jerusalém com suas práticas detestáveis 3 e diga: Assim diz o Soberano, o Senhor, a Jerusalém: Sua origem e seu nascimento foram na terra dos cananeus; seu pai era um amorreu e sua mãe uma hitita. 4 Seu nascimento foi assim: no dia em que você nasceu, o seu cordão umbilical não foi cortado, você não foi lavada com água para que ficasse limpa, não foi esfregada com sal nem enrolada em panos. 5 Ninguém olhou para você com piedade nem teve suficiente compaixão para fazer qualquer uma dessas coisas por você. Ao contrário, você foi jogada fora, em campo aberto, pois, no dia em que nasceu, foi desprezada. (Ez 16.1–5 NVI).
Prestem atenção a esta parábola que nos é apresentada por Ezequiel, o profeta. É uma parábola que começa com a história de uma criança indesejada, nascida de uma união mista. Esta criança não teve um começo auspicioso, sua ascendência e nascimento estavam na terra dos cananeus. Seu pai era um amorita e sua mãe uma hitita. Mas o que é mais surpreendente é que essa criança é uma alegoria de Jerusalém, a cidade de Deus!
Como sabemos, Jerusalém não é uma cidade cananeia, mas uma cidade escolhida por Deus para ser o local de seu templo e a cidade santa. Então, por que Ezequiel usa a imagem de uma criança indesejada nascida de uma união mista para descrever Jerusalém? Talvez porque, em sua infidelidade, Jerusalém tenha se misturado com os povos pagãos ao seu redor, e assim, em certo sentido, se assemelhava a uma criança indesejada de uma união mista.
Mas o que é mais comovente nessa parábola é a imagem da criança sendo jogada no campo aberto, pois ela foi desprezada. Esta é uma prática cruel que prevaleceu no mundo antigo, onde crianças indesejadas e deformadas eram deixadas para morrer. Ezequiel usa essa imagem para descrever como Jerusalém foi tratada em seus primeiros dias.
Ninguém teve compaixão o suficiente para lavar a criança, cortar o cordão umbilical, esfregá-la com sal para secar e firmar a pele, e envolvê-la em pano para calor e cobertura. Jerusalém foi abandonada, deixada para morrer. Mas Deus, em sua misericórdia, estendeu sua mão para salvá-la e a transformou em sua cidade escolhida, a cidade santa.
Meus queridos irmãos e irmãs, a parábola de Ezequiel nos lembra da misericórdia de Deus para com seu povo, mesmo quando eles são infiéis e se desviam dele. Assim como Deus salvou Jerusalém e a transformou em sua cidade santa, ele também pode nos salvar e transformar nossas vidas.
Ezequiel 16.6-8: O amor e cuidado de Deus por Jerusalém
6 “Então, passando por perto, vi você se esperneando em seu sangue e, enquanto você jazia ali em seu sangue, eu lhe disse: Viva! 7 E eu a fiz crescer como uma planta no campo. Você cresceu e se desenvolveu e se tornou a mais linda das jóias. Seus seios se formaram e seu cabelo cresceu, mas você ainda estava totalmente nua. 8 “Mais tarde, quando passei de novo por perto, olhei para você e vi que já tinha idade suficiente para amar; então estendi a minha capa sobre você e cobri a sua nudez. Fiz um juramento e estabeleci uma aliança com você, palavra do Soberano, o Senhor, e você se tornou minha. (Ez 16.6–8 NVI).
Meus amados irmãos e irmãs, voltemos agora nossa atenção para o próximo trecho desta bela parábola de Ezequiel. Aqui vemos Deus, em sua infinita misericórdia, estendendo sua mão mais uma vez para salvar o bebê que se afastava impotente, chutando no seu próprio sangue. A vida do bebê estava pendurada no equilíbrio, até que Deus ordenasse sua sobrevivência, dizendo: “Eu disse a você, viva!” E assim, a criança viveu e cresceu como uma planta do campo, aparentemente sem nenhum propósito ou destino definido.
No entanto, Deus tinha um plano para essa criança. Com o passar do tempo, ela se tornou uma jovem mulher, mas ainda estava nua e carente. Então Deus, em sua bondade, entrou em uma aliança de casamento com ela. Ele espalhou a canto da sua roupa sobre ela e cobriu sua nudez. Ele fez um juramento solene e entrou em uma aliança com ela, dizendo: “E você se tornou meu.” Que bela imagem da fidelidade de Deus para com o seu povo!
A imagem de espalhar a canto da roupa sobre alguém é um ato simbólico que denota proteção e compromisso. Em tempos antigos, era um gesto comum entre noivos e seus pais ou familiares mais próximos, que simbolizava a intenção de se casar e a promessa de proteção e fidelidade mútua. E aqui vemos Deus usando esse gesto para se comprometer com Jerusalém, prometendo-lhe sua fidelidade e proteção.
Meus queridos irmãos e irmãs, essa parábola de Ezequiel nos ensina muito sobre a fidelidade e a misericórdia de Deus para com o seu povo. Mesmo quando somos como a criança indesejada, abandonada e sem esperança, Deus estende sua mão para nos salvar e nos fazer crescer como plantas do campo. E quando chegamos à maturidade, ele nos oferece sua mão em casamento, prometendo-nos sua fidelidade e proteção para sempre.
Que possamos sempre confiar em Deus e buscar sua misericórdia e graça, sabendo que ele é fiel e digno de confiança. Que possamos sempre lembrar que, assim como Jerusalém, somos amados e protegidos por Deus, que nos escolheu como seu povo e prometeu estar conosco sempre.
Ezequiel 16.9-14: A beleza e prosperidade de Jerusalém sob a proteção de Deus
9 “Eu lhe dei banho com água e, ao lavá-la, limpei o seu sangue e a perfumei. 10 Pus-lhe um vestido bordado e sandálias de couro. Eu a vesti de linho fino e a cobri com roupas caras. 11 Adornei-a com jóias; pus braceletes em seus braços e uma gargantilha em torno de seu pescoço; 12 dei-lhe um pendente, pus brincos em suas orelhas e uma linda coroa em sua cabeça. 13 Assim você foi adornada com ouro e prata; suas roupas eram de linho fino, tecido caro e pano bordado. Sua comida era a melhor farinha, mel e azeite de oliva. Você se tornou muito linda e uma rainha. 14 Sua fama espalhou-se entre as nações por sua beleza, porque o esplendor que eu lhe dera tornou perfeita a sua formosura. Palavra do Soberano, o Senhor. (Ez 16.9–14 NVI).
Aqui vemos Deus vestindo sua noiva, Jerusalém, em esplendor condizente com uma rainha. Aquele que antes era um waif com o cheiro de sangue agora é lavado e ungido com pomadas e perfumes caros. Aquele que antes estava nu agora é vestido com um lindo vestido bordado, sandálias de couro fino e roupas caras. Deus coloca joias nela, incluindo pulseiras, um colar, um anel no nariz, brincos e uma coroa.
Tudo isso sugere que, sob a bênção de Deus, durante os reinados de Davi e Salomão, Jerusalém se tornou uma cidade magnífica, com riqueza e esplendor inigualáveis. Ela se tornou uma rainha, cuja beleza era conhecida em toda as nações. Mas, infelizmente, como em todas as histórias de amor, há sempre uma reviravolta.
Ezequiel imaginou a infidelidade dessa mulher que foi feita rainha. Ele retratou Jerusalém como uma mulher que, apesar de todos os benefícios que recebeu de seu marido gracioso e generoso, ainda assim se voltou para outros homens e se prostituiu. Ela se entregou a práticas pagãs e abomináveis, oferecendo sacrifícios aos ídolos e se envolvendo em atos de imoralidade.
Mas, como sempre, Deus em sua misericórdia e amor, ainda estava disposto a perdoar Jerusalém e trazê-la de volta para si. Ele prometeu a ela uma restauração, uma nova aliança de amor e um retorno à sua antiga glória. Isso é uma mensagem de esperança para todos nós, que mesmo quando somos infiéis a Deus, ele ainda está disposto a nos perdoar e nos trazer de volta para si.
Meus queridos irmãos e irmãs, que possamos sempre lembrar da fidelidade de Deus, mesmo quando somos infiéis. Que possamos sempre buscar sua misericórdia e graça, sabendo que ele é sempre fiel e digno de confiança. Que possamos nos esforçar para ser como a Jerusalém restaurada, fiéis ao nosso Deus e andando em seus caminhos. Que Deus abençoe a todos vocês.
Ezequiel 16.15-19: A traição de Jerusalém e sua idolatria
15 “Mas você confiou em sua beleza e usou sua fama para se tornar uma prostituta. Você concedeu os seus favores a todos os que passaram por perto, e a sua beleza se tornou deles. 16 Você usou algumas de suas roupas para adornar altares idólatras, onde levou adiante a sua prostituição. Coisas assim jamais deveriam acontecer! 17 Você apanhou as jóias finas que eu lhe tinha dado, jóias feitas com meu ouro e minha prata, e fez para si mesma ídolos em forma de homem e se prostituiu com eles. 18 Você também os vestiu com suas roupas bordadas, e lhes ofereceu o meu óleo e o meu incenso. 19 E até a minha comida que lhe dei: a melhor farinha, o azeite de oliva e o mel; você lhes ofereceu tudo como incenso aromático. Foi isso que aconteceu, diz o Soberano, o Senhor. (Ez 16.15–19 NVI).
Aqui vemos a triste história de Jerusalém, que, em vez de ser grata e fiel a Deus, se orgulhou de sua beleza e se prostituiu a outros deuses. Ela esqueceu aquele que lhe forneceu riqueza e se afastou dele, em vez disso, se entregando à idolatria e adorando falsos deuses.
Mesmo as próprias bênçãos que Deus concedeu à cidade foram usadas para adorar os falsos deuses. Ela pegou algumas de suas roupas para fazer lugares altos, centros de adoração falsos geralmente situados em colinas altas. Deus disse que ela pegou as jóias finas que ele deu a ela e fez para si mesma ídolos masculinos, envolvendo-se em prostituição com eles. É uma imagem terrível e perturbadora da vileza do pecado de Jerusalém.
Ezequiel usou imagens vívidas para nos mostrar a extensão do pecado de Jerusalém. Ele a imaginou pegando suas jóias para fazer uma imagem fálica com a qual ela se envolveu em sexo. É uma imagem chocante, mas serve para nos mostrar como o pecado pode levar-nos a fazer coisas repugnantes e indignas.
Meus queridos irmãos e irmãs, que possamos sempre lembrar da importância de sermos fiéis a Deus e de nunca deixarmos o orgulho e a vaidade nos afastarem dele. Que possamos sempre usar as bênçãos que recebemos de Deus para glorificá-lo e adorá-lo, em vez de usá-las para adorar falsos deuses. E que possamos sempre nos lembrar da terrível natureza do pecado e nos esforçar para evitá-lo em nossas vidas.
Ezequiel 16.20-22: O pecado de Jerusalém através da prostituição religiosa
20 “E você ainda pegou seus filhos e filhas, que havia gerado para mim, e os sacrificou como comida para os ídolos. A sua prostituição não foi suficiente? 21 Você abateu os meus filhos e os sacrificou para os ídolos!22 Em todas as suas práticas detestáveis, como em sua prostituição, você não se lembrou dos dias de sua infância, quando estava totalmente nua, esperneando em seu sangue. (Ez 16.20–22 NVI).
A história de Jerusalém continua a ficar cada vez mais triste e trágica. Não apenas ela se voltou para a idolatria e adorou falsos deuses, mas também ofereceu seus próprios filhos e filhas como sacrifícios humanos para esses ídolos. É uma prática terrível e repugnante, que é proibida aos israelitas pelas leis de Deus.
A prática do sacrifício infantil surgiu nas nações vizinhas, como Amom, onde os pais mataram seus filhos e os ofereceram em incêndios para sugerir o favor do deus Moloque. Infelizmente, essa prática foi adotada pela nação de Israel e, pelo tempo de Ezequiel, o sacrifício de crianças foi praticado abertamente em Jerusalém.
É difícil compreender como uma cidade que recebeu tantas bênçãos de Deus poderia se voltar para práticas tão abomináveis. Mas Jerusalém havia se afastado de seu “marido” e havia esquecido todas as suas bênçãos. Em seu orgulho, ela esqueceu que Deus a salvou de seu estado carente de recém-nascido negligenciado e a elevou à sua posição exaltada.
Meus queridos irmãos e irmãs, essa história é um lembrete sombrio da terrível natureza do pecado e de como ele pode nos levar a fazer coisas terríveis e horríveis. Que possamos sempre nos esforçar para evitar o pecado em nossas vidas e nos manter fiéis a Deus. E que possamos orar pela restauração de Jerusalém e de todas as nações que se afastaram de Deus e caíram em práticas abomináveis.
Ezequiel 16.23-29: Jerusalém como uma prostituta que se entrega a todos os seus amantes
23 “Ai! Ai de você! Palavra do Soberano, o Senhor. Somando-se a todas as suas outras maldades, 24 em cada praça pública, você construiu para si mesma altares e santuários elevados. 25 No começo de cada rua você construiu seus santuários elevados e deturpou sua beleza, oferecendo seu corpo com promiscuidade cada vez maior a qualquer um que passasse. 26 Você se prostituiu com os egípcios, os seus vizinhos cobiçosos, e provocou a minha ira com sua promiscuidade cada vez maior. 27 Por isso estendi o meu braço contra você e reduzi o seu território; eu a entreguei à vontade das suas inimigas, as filhas dos filisteus, que ficaram chocadas com a sua conduta lasciva. 28 Você se prostituiu também com os assírios, porque era insaciável, e, mesmo depois disso, ainda não ficou satisfeita. 29 Então você aumentou a sua promiscuidade também com a Babilônia, uma terra de comerciantes, mas nem com isso ficou satisfeita. (Ez 16.23–29 NVI).
A história de Jerusalém continua a ser uma história triste e trágica. Jerusalém desenvolveu uma luxúria cada vez maior pelos ídolos, e sua prostituição mudou dos “lugares altos” para as rodovias, enquanto santuários para deuses estrangeiros eram erguidos em todos os cruzamentos e em todas as ruas.
A luxúria de Jerusalém a levou a procurar “amantes” promiscuamente para satisfazer sua luxúria, incluindo o Egito, Assíria e Babilônia. Suas ações não apenas mostraram seu desejo por novos deuses estrangeiros, mas também suas intrigas e alianças estrangeiras.
Mas Deus não ficou em silêncio enquanto sua “esposa” se degradava. Ele tentou conter seu apetite impondo julgamento. Ele reduziu o território de Jerusalém e a entregou aos filisteus, que atacaram Judá e Jerusalém nos reinados de Jeorão e Acaz.
No entanto, mesmo os filisteus ficaram chocados com a conduta obscena de Jerusalém. Eles adoravam ídolos, mas pelo menos permaneceram fiéis aos seus próprios deuses. A conduta de Jerusalém era ainda mais repugnante em comparação.
Meus irmãos e irmãs, a história de Jerusalém é um lembrete sombrio de como o pecado pode nos levar a fazer coisas terríveis e horríveis. Que possamos sempre nos esforçar para evitar o pecado em nossas vidas e nos manter fiéis a Deus. E que possamos orar pela restauração de Jerusalém e de todas as nações que se afastaram de Deus e caíram em práticas abomináveis.
Ezequiel 16.30-34: A ganância e a busca insaciável de Jerusalém pelo pecado
30 “Como você tem pouca força de vontade, palavra do Soberano, o Senhor, quando você faz todas essas coisas, agindo como uma prostituta descarada! 31 Quando construía os seus altares idólatras em cada esquina e fazia seus santuários elevados em cada praça pública, você só não foi como prostituta porque desprezou o pagamento. 32 “Você, mulher adúltera! Prefere estranhos ao seu próprio marido! 33 Toda prostituta recebe pagamento, mas você dá presentes a todos os seus amantes, subornando-os para que venham de todos os lugares receber de você os seus favores ilícitos. 34 Em sua prostituição dá-se o contrário do que acontece com outras mulheres; ninguém corre atrás de você em busca dos seus favores. Você é o oposto, pois você faz o pagamento e nada recebe. (Ez 16.30–34 NVI).
Jerusalém, como uma prostituta de bronze, estava trocando suas bênçãos por subornos e seguindo o caminho da idolatria. Ela havia esquecido seu marido fiel e amoroso e preferia estranhos a ele. Em sua ninfomania espiritual, ela oferecia cada vez mais subornos para obter a atenção de deuses falsos. Mas isso não a levou a uma vida abençoada, mas sim ao desperdício de sua riqueza em coisas que não podiam abençoá-la. Ela estava desviando seus recursos para o caminho errado, acreditando que sua prostituição espiritual poderia levá-la a algum lugar. No entanto, ela não percebeu que essa infidelidade a seu marido a estava levando a uma vida vazia e sem sentido.
Deus havia sido tão generoso com Jerusalém, fornecendo tudo o que ela precisava para se tornar uma cidade magnífica e uma rainha exaltada. Mas ela se esqueceu disso e trocou tudo por ídolos e prostituição espiritual. Ela havia caído em um abismo de pecado e só a intervenção divina poderia salvá-la.
Que essa história de Jerusalém seja uma lição para todos nós. Que não nos esqueçamos das bênçãos que Deus nos concedeu e não troquemos tudo por coisas vazias e passageiras. Que possamos sempre lembrar que a fidelidade a Deus é a única coisa que pode nos levar a uma vida abençoada e plena de significado. Que possamos permanecer firmes em nossa fé e não cairmos na armadilha da prostituição espiritual.
Ezequiel 16.35-43: O julgamento de Deus sobre Jerusalém por sua idolatria e corrupção
35 “Por isso, prostituta, ouça a palavra do Senhor! 36 Assim diz o Soberano, o Senhor: Por você ter desperdiçado a sua riqueza e ter exposto a sua nudez em promiscuidade com os seus amantes, por causa de todos os seus ídolos detestáveis, e do sangue dos seus filhos dado a eles,37 por esse motivo vou ajuntar todos os seus amantes, com quem você encontrou tanto prazer, tanto os que você amou como aqueles que você odiou. Eu os ajuntarei contra você de todos os lados e a deixarei nua na frente deles, e eles verão toda a sua nudez. 38 Eu a condenarei ao castigo determinado para mulheres que cometem adultério e que derramam sangue; trarei sobre você a vingança de sangue da minha ira e da indignação que o meu ciúme provoca. 39 Depois eu a entregarei nas mãos de seus amantes, e eles despedaçarão os seus outeiros e destruirão os seus santuários elevados. Eles arrancarão as suas roupas e apanharão as suas jóias finas e a deixarão nua. 40 Trarão uma multidão contra você, que a apedrejará e com suas espadas a despedaçará. 41 Eles destruirão a fogo as suas casas e lhe infligirão castigo à vista de muitas mulheres. Porei fim à sua prostituição, e você não pagará mais nada aos seus amantes. 42 Então a minha ira contra você diminuirá e a minha indignação cheia de ciúme se desviará de você; ficarei tranquilo e já não estarei irado. 43 “Por você não se ter lembrado dos dias de sua infância, mas ter provocado a minha ira com todas essas coisas, certamente farei cair sobre a sua cabeça o que você fez. Palavra do Soberano, o Senhor. Acaso você não acrescentou lascívia a todas as suas outras práticas repugnantes? (Ez 16.35–43 NVI).
Que possamos aprender com a história de Jerusalém. Ela foi adotada pelo Senhor e elevada à posição de rainha, mas sua beleza a levou à orgulho e luxúria. Ela se prostituiu com falsos deuses e se afastou daquele que a havia abençoado tão generosamente.
Deus tentou impedir a queda de Jerusalém, mas ela se recusou a ouvir seus avisos. Como resultado, o julgamento de Deus foi severo e justo. Ela foi exposta diante de todos os seus amantes e sua nudez foi vista por todos. Deus usou seus amantes para destruí-la, e ela se tornou como um vagabundo.
A raiz do pecado de Jerusalém foi sua falta de lembrar os dias de sua juventude, quando Deus a havia levantado e abençoado. Ela desperdiçou suas riquezas em coisas que não podiam abençoá-la, e se afastou da única fonte verdadeira de bênçãos.
Meus irmãos e irmãs, que possamos aprender com a queda de Jerusalém. Que possamos lembrar dos dias de nossa juventude, quando Deus nos levantou e abençoou, e que possamos permanecer fiéis a ele em todos os momentos. Que não desperdicemos nossas riquezas em coisas que não podem abençoar-nos, e que não nos afastemos da única fonte verdadeira de bênçãos. Que Deus nos ajude a permanecer firmes em nossa fé e a honrá-lo em tudo o que fazemos.
Ezequiel 16.44-45: Comparando a depravação de Jerusalém com suas irmãs, Samaria e Sodoma
44 “Todos os que gostam de citar provérbios citarão este provérbio sobre você: ‘Tal mãe, tal filha’. 45 Você é uma verdadeira filha de sua mãe, que detestou o seu marido e os seus filhos; e você é uma verdadeira irmã de suas irmãs, as quais detestaram os seus maridos e os seus filhos. A mãe de vocês era uma hitita e o pai de vocês, um amorreu. (Ez 16.44–45 NVI).
A parábola de Ezequiel é um testemunho doloroso do pecado e da infidelidade de Jerusalém. Ela foi escolhida pelo Senhor como sua noiva e adornada com toda a riqueza e esplendor que um rei poderia oferecer.
No entanto, ela se afastou dele e se entregou à idolatria e prostituição espiritual, usando suas bênçãos para buscar relacionamentos ilícitos com outros deuses e oferecendo seus próprios filhos em sacrifício.
Como resultado, ela trouxe a ira e o julgamento de Deus sobre si mesma. Mas a parábola não se limita a Jerusalém. Deus também aponta para as irmãs de Jerusalém, Samaria e Sodoma, que foram destruídas por seus próprios pecados.
Ele nos lembra que a semelhança entre mãe e filha é real e que as ações dos pais são frequentemente vistas em seus filhos. Como herdeiros do pecado original, precisamos ser cautelosos e vigilantes contra as tendências pecaminosas que podem ser transmitidas através de nossas próprias famílias.
Amados, devemos nos lembrar das bênçãos que Deus nos concedeu e não nos afastar dele em busca de outros deuses. Devemos ser fiéis àquele que nos escolheu como seus filhos e nunca esquecer as lições dolorosas da parábola de Ezequiel.
Que possamos sempre nos voltar para o Senhor em arrependimento e humildade, buscando sua graça e misericórdia para nos guiar em seus caminhos retos.
Ezequiel 16.46-48: A culpa e a destruição de Jerusalém por seus pecados
46 Sua irmã mais velha era Samaria, que vivia ao norte de você com suas filhas; e sua irmã mais nova, que vivia ao sul com suas filhas, era Sodoma. 47 Você não apenas andou nos caminhos delas e imitou suas práticas repugnantes, mas também, em todos os seus caminhos, logo se tornou mais depravada do que elas. 48 Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor, sua irmã Sodoma e as filhas dela jamais fizeram o que você e as suas filhas têm feito. (Ez 16.46–48 NVI).
A analogia de Ezequiel nos mostra a importância de permanecer fiel a Deus e não seguir as práticas daqueles que não conhecem o Senhor. Jerusalém, Samaria e Sodoma caíram em grande parte porque escolheram se afastar de Deus e se envolver em pecado e idolatria. Suas ações foram uma representação daqueles que vieram antes deles, e assim como as cidades perversas do passado, eles também receberam julgamento divino.
Como cristãos, devemos aprender com o exemplo de Jerusalém. Devemos estar vigilantes e proteger-nos contra a tentação de se envolver em práticas imorais e de se afastar de Deus. Devemos lembrar que somos chamados para sermos santos e justos, e que devemos honrar a Deus em todas as coisas.
Que o Espírito Santo nos guie em nossas vidas, para que possamos permanecer firmes em nossa fé e resistir às tentações do mundo. Que possamos sempre lembrar que Deus nos ama e está sempre pronto para nos perdoar e nos dar uma nova chance. E que possamos compartilhar o amor de Deus com aqueles ao nosso redor, para que eles também possam ser salvos da queda que Jerusalém experimentou.
Ezequiel 16.49-52: Os pecados de Sodoma e Samaria e a restauração de todas as irmãs
49 “Ora, este foi o pecado de sua irmã Sodoma: ela e suas filhas eram arrogantes, tinham fartura de comida e viviam despreocupadas; não ajudavam os pobres e os necessitados. 50 Eram altivas e cometeram práticas repugnantes diante de mim. Por isso eu me desfiz delas, conforme você viu. 51 Samaria não cometeu metade dos pecados que você cometeu. Você tem cometido mais práticas repugnantes do que elas, e tem feito suas irmãs parecerem mais justas, dadas todas as suas práticas repugnantes. 52 Agüente a sua vergonha, pois você proporcionou alguma justificativa às suas irmãs. Visto que os seus pecados são mais detestáveis que os delas, elas parecem mais justas que você. Envergonhe-se, pois, e suporte a sua humilhação, porquanto você fez as suas irmãs parecerem justas. (Ez 16.49–52 NVI).
Ouçam bem as palavras do Senhor através do profeta Ezequiel. Ele nos fala sobre a queda de três cidades: Sodoma, Samaria e Jerusalém. Sodoma, conhecida por seu orgulho e falta de compaixão pelos outros, tornou-se infame por suas práticas detestáveis. Os sodomitas eram conhecidos por suas aberrações sexuais, algo que ofendia a Deus e a Sua santidade.
Samaria, por outro lado, tinha um problema com a idolatria. Embora essa transgressão não seja especificamente mencionada, sabemos que os samaritanos estavam adorando outros deuses além de Deus. Eles se desviaram do caminho do Senhor e seguiram seus próprios desejos.
Mas, meus irmãos e irmãs, o pecado de Jerusalém era ainda pior do que o de Sodoma e Samaria juntos. A cidade sagrada, que deveria ser um exemplo para todas as outras cidades, se afastou do caminho do Senhor e se entregou à idolatria, rivalidades mesquinhas e crueldades sem coração. Ela era uma prostituta espiritual que desprezava seus próprios filhos, e sua degradação moral era tão profunda que fazia os pecados de Sodoma e Samaria parecerem justos em comparação.
Devemos aprender com esses exemplos bíblicos e evitar seguir seus caminhos. Não devemos nos desviar do caminho do Senhor e devemos evitar a idolatria e o orgulho. Em vez disso, devemos buscar a Deus em tudo o que fazemos, seguindo Seus mandamentos e caminhando em Seus caminhos. Que Deus nos ajude a permanecer firmes em nossa fé e a evitarmos a queda que acometeu essas cidades.
Ezequiel 16.53-58: A restauração nacional das cidades de Sodoma e Samaria no milênio
53 “Contudo, eu restaurarei a sorte de Sodoma e das suas filhas, e de Samaria e das suas filhas, e a sua sorte junto com elas, 54 para que você carregue a sua vergonha e seja humilhada por tudo o que você fez, o que serviu de consolo para elas. 55 E suas irmãs, Sodoma com suas filhas e Samaria com suas filhas, voltarão para o que elas eram antes; e você e suas filhas voltarão ao que eram antes. 56 Você nem mencionaria o nome de sua irmã Sodoma na época do orgulho que você sentia, 57 antes da sua impiedade ser trazida a público. Mas agora você é alvo da zombaria das filhas de Edom e de todos os vizinhos dela, e das filhas dos filisteus, de todos os que vivem ao seu redor e que a desprezam.58 Você sofrerá as conseqüências da sua lascívia e das suas práticas repugnantes. Palavra do Senhor. (Ez 16.53–58 NVI).
O livro de Ezequiel nos mostra a depravação de Jerusalém e como ela se desviou do caminho do Senhor. Mas, como um bom pai, Deus não abandonou sua filha pródiga. Ele prometeu restaurar suas bênçãos e trazer de volta suas irmãs Samaria e Sodoma também.
Mas a restauração não viria sem um profundo arrependimento. Jerusalém teria que suportar a vergonha e a zombaria das nações vizinhas, que antes eram seus cúmplices em seus pecados.
Edom e Filística se regozijariam em sua queda, mas Deus a levantaria novamente. Irmãos e irmãs, devemos aprender com a queda de Jerusalém e buscar a orientação e a graça do Senhor em nossas vidas. Se nos desviarmos do caminho de Deus, podemos nos encontrar em uma situação semelhante.
Mas se nos voltarmos para Ele em arrependimento, Ele nos perdoará e nos restaurará. Que a história de Jerusalém nos inspire a buscar sempre a vontade do Senhor em nossas vidas, para que possamos evitar a queda e desfrutar de Suas bênçãos abundantes.
Ezequiel 16.59-63: A restauração de Jerusalém e a nova aliança com Deus
59 “Assim diz o Soberano, o Senhor: Eu a tratarei como merece, porque você desprezou o meu juramento ao romper a aliança. 60 Contudo, eu me lembrarei da aliança que fiz com você nos dias da sua infância, e com você estabelecerei uma aliança eterna. 61 Então você se lembrará dos seus caminhos e se envergonhará quando receber suas irmãs, a mais velha e a mais nova. Eu as darei a você como filhas, não porém com base em minha aliança com você. 62 Por isso estabelecerei a minha aliança com você, e você saberá que eu sou o Senhor. 63 Então, quando eu fizer propiciação em seu favor por tudo o que você tem feito, você se lembrará e se envergonhará e jamais voltará a abrir a boca por causa da sua humilhação. Palavra do Soberano, o Senhor”. (Ez 16.59–63 NVI).
A palavra do Senhor é verdadeira e firme. O julgamento de Deus sobre Jerusalém foi justo, pois ela se afastou do caminho do Senhor e se entregou ao pecado e à idolatria. Mas mesmo em seu julgamento, Deus não a abandonou para sempre. Ele tinha um plano de restauração para ela, uma aliança eterna que ele havia feito com seu povo.
Ezequiel nos ensina que quando a aliança eterna for estabelecida, Jerusalém se tornará responsável por suas irmãs restauradas, Samaria e Sodoma.
Ela saberá que Deus é o Senhor e se lembrará de suas ações passadas. Essa lembrança levará à vergonha e ao remorso por suas escolhas passadas. Mas essa vergonha será necessária para eliminar o orgulho que a levou a se afastar de Deus.
Meus irmãos e irmãs, devemos lembrar que Deus é fiel, mesmo quando somos infiéis. Devemos nos arrepender de nossos pecados e nos voltar para Ele. Ele tem um plano de restauração para cada um de nós, uma nova aliança que nos levará de volta à comunhão com Ele.
Que possamos seguir o exemplo de Jerusalém restaurada e lembrar sempre das ações do Senhor em nossas vidas, para que possamos evitar a queda que ela experimentou. Que Deus nos abençoe e nos guie em nossas jornadas espirituais.
Reflexão de Ezequiel 16 para os nossos dias
O livro de Ezequiel pode parecer distante e desconectado da nossa realidade atual, mas a verdade é que as mensagens e lições contidas nele são atemporais e ainda têm relevância para nós hoje. A passagem em Ezequiel 16, em particular, nos ensina sobre a gravidade do pecado e a importância da restauração através da fé em Deus.
Assim como Jerusalém, nós também podemos ser tentados a seguir nossos próprios caminhos e nos afastar de Deus. Podemos nos envolver em práticas pecaminosas, como idolatria, adultério e até mesmo sacrifício de nossos próprios filhos. Mas, assim como Deus ofereceu palavras consoladoras e prometeu restaurar Jerusalém, Ele também oferece a nós a oportunidade de arrependimento e salvação.
A mensagem de Ezequiel 16 nos lembra que o pecado tem consequências graves, mas Deus é fiel em perdoar e restaurar aqueles que se voltam para Ele em fé e arrependimento. Precisamos lembrar que nossa única fonte de bênção e graça é o Senhor e devemos nos afastar do pecado e seguir Seus caminhos.
Portanto, ao ler Ezequiel 16, devemos refletir sobre nossas próprias vidas e nos perguntar se estamos seguindo os caminhos de Deus ou nos afastando Dele. Se nos encontramos no caminho errado, devemos nos arrepender e buscar a restauração através da fé em Deus.
3 Motivos de oração em Ezequiel 16
- Arrependimento e Restauração – O capítulo 16 de Ezequiel apresenta o pecado de Jerusalém e seu julgamento. Um motivo de oração é para que Deus nos dê um coração de arrependimento e nos restaure à Sua graça e comunhão, assim como Ele fez com Jerusalém. Podemos orar para que Ele nos ajude a reconhecer nossos próprios pecados e a buscar Sua misericórdia e perdão.
- Proteção contra idolatria – O pecado principal de Jerusalém foi sua idolatria, e podemos orar para que Deus nos proteja da tentação de adorar coisas que não são Ele. Podemos pedir que Ele nos ajude a permanecer fiéis a Ele e a não sermos atraídos por coisas que nos desviam de Seu caminho.
- Sabedoria para reconhecer a verdade – A analogia de Ezequiel sobre as irmãs de Jerusalém nos lembra que o pecado é enganador e pode se disfarçar de várias maneiras. Podemos orar para que Deus nos dê sabedoria para reconhecer a verdade e não sermos enganados pelo pecado ou pelas mentiras do mundo. Podemos pedir que Ele nos ajude a permanecer firmes em Sua Palavra e a seguir Sua vontade em todas as coisas.
A versão bíblica utilizada neste estudo é a Nova Versão Internacional (São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001)