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Mateus 9 Estudo: o que os milagres dizem sobre o Reino?

Diego Nascimento
Escrito por Diego Nascimento

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Mateus 9 nos apresenta uma sequência impressionante de milagres, chamados e ensinamentos que revelam a autoridade e a compaixão de Jesus. Neste capítulo, vemos o Messias curando enfermos, perdoando pecados, chamando pecadores, ressuscitando mortos e convidando todos a participar da colheita do Reino. Tudo isso aponta para o cumprimento das promessas do Antigo Testamento e nos desafia a confiar em Cristo de forma plena.

Qual é o contexto histórico e teológico de Mateus 9?

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Mateus 9 continua o relato do ministério público de Jesus, especialmente na região da Galileia. Estamos diante de um momento em que a fama de Cristo já se espalhava, mas também começavam a surgir as primeiras manifestações de oposição, principalmente da parte dos fariseus.

Como destaca William Hendriksen, “Mateus organiza os eventos de forma temática, não necessariamente cronológica, para mostrar a autoridade de Jesus em diversas áreas: doenças, natureza, pecado e até a morte” (HENDRIKSEN, 2001, p. 486).

Teologicamente, o capítulo reforça o que Mateus vem construindo desde o início: Jesus é o Messias prometido, o Filho de Davi, aquele que cumpre as profecias e traz o Reino de Deus. Suas ações não são apenas demonstrações de poder, mas sinais messiânicos que confirmam sua identidade.

O ambiente religioso da época estava profundamente marcado pela hipocrisia farisaica e pelo legalismo. Nesse cenário, a compaixão, o perdão e a misericórdia de Jesus contrastam de maneira gritante com a dureza dos líderes religiosos.

Como podemos entender o texto de Mateus 9?

O capítulo pode ser dividido em sete momentos principais:

1. O perdão e a cura do paralítico (Mateus 9.1–8)

Jesus retorna a Cafarnaum, sua base ministerial. Quando um paralítico é trazido até Ele, a primeira preocupação de Cristo não é a condição física, mas espiritual: “Tenha bom ânimo, filho; os seus pecados estão perdoados” (v. 2).

Essa declaração escandaliza os mestres da lei, pois somente Deus pode perdoar pecados. Jesus, conhecendo seus pensamentos, revela sua autoridade divina, curando o paralítico e confirmando que o “Filho do Homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” (v. 6).

Como bem comenta R. C. Sproul: “Este milagre é uma afirmação pública da divindade de Jesus e um sinal claro de que o Reino de Deus havia irrompido na história” (SPROUL, 2010, p. 103).

2. O chamado de Mateus e o convite aos pecadores (Mateus 9.9–13)

Em seguida, Jesus chama Mateus, o autor deste Evangelho, que era cobrador de impostos — alguém desprezado pelos judeus. A resposta de Mateus é imediata: “Ele se levantou e o seguiu” (v. 9).

O jantar com publicanos e pecadores provoca o escândalo dos fariseus. Mas Jesus explica: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (v. 12). Ele veio para buscar pecadores, não para reafirmar os supostos méritos dos justos.

Esse episódio revela o coração do evangelho: graça para os indignos. Um tema que ecoa também em Lucas 15.

3. A discussão sobre o jejum (Mateus 9.14–17)

Os discípulos de João Batista questionam Jesus sobre o jejum. A resposta de Cristo é cheia de significado: “Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles?” (v. 15).

Jesus se apresenta como o Noivo, um título messiânico ligado às promessas de Deus em Isaías 62.5 e Oséias 2.19–20. O tempo de sua presença é de alegria, mas Ele antecipa sua partida e o tempo de jejum que viria.

As parábolas do remendo e do vinho novo reforçam a ideia de que o Reino de Deus inaugura uma nova era. Não se pode misturar o evangelho com o velho sistema religioso.

4. A ressurreição da filha de Jairo e a cura da mulher do fluxo de sangue (Mateus 9.18–26)

Enquanto falava, um líder da sinagoga chamado Jairo se aproxima e suplica: “Minha filha acaba de morrer. Vem e impõe a tua mão sobre ela, e ela viverá” (v. 18).

No caminho, uma mulher enferma há 12 anos toca o manto de Jesus com fé. Ele a cura e a chama de “filha”, demonstrando ternura e restauração completa.

Na casa de Jairo, Jesus ressuscita a menina, revelando seu poder sobre a morte. Como afirma Hendriksen: “Aqui, Jesus não apenas cura, mas demonstra ser o Senhor da vida e da morte” (HENDRIKSEN, 2001, p. 502).

5. A cura dos dois cegos (Mateus 9.27–31)

Dois cegos clamam por misericórdia, chamando Jesus de “Filho de Davi”, reconhecendo seu papel messiânico. Cristo os pergunta sobre sua fé e, ao tocarem seus olhos, afirma: “Que lhes seja feito segundo a fé que vocês têm!” (v. 29).

Este milagre aponta para a restauração física e espiritual, já que a cegueira, frequentemente, simboliza a incapacidade de perceber as verdades espirituais.

6. A libertação do mudo endemoninhado (Mateus 9.32–34)

Jesus expulsa o demônio que impedia um homem de falar. A multidão se admira, mas os fariseus atribuem o milagre ao poder de Satanás.

Essa acusação revela a dureza do coração dos líderes religiosos e prepara o caminho para o discurso posterior sobre o pecado imperdoável, detalhado em Mateus 12.

7. A compaixão e o chamado à colheita (Mateus 9.35–38)

O capítulo termina com um retrato belíssimo do ministério de Jesus: “ensinando, pregando o evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças” (v. 35). Ao ver as multidões, Ele se compadece delas, pois estão “como ovelhas sem pastor” (v. 36).

Diante da grande colheita espiritual, Jesus convida seus discípulos a orar por trabalhadores. É o chamado missionário que permanece atual.

Como Mateus 9 cumpre as profecias do Antigo Testamento?

Mateus 9 é repleto de ecos proféticos. Destaco alguns:

  • O título “Filho de Davi” (v. 27) aponta para a promessa messiânica de 2 Samuel 7.12–16 e Isaías 9.6–7.
  • A cura dos cegos, dos enfermos e a libertação dos oprimidos cumpriam as expectativas messiânicas de Isaías 35.4–6.
  • A imagem do “Noivo” remete ao relacionamento de Deus com Israel em Oséias 2.19–20 e Isaías 62.5.

Como destaca R. C. Sproul: “Cada milagre de Jesus é um sinal visível de uma realidade invisível: o Reino de Deus chegou” (SPROUL, 2010, p. 118).

Além disso, a compaixão de Jesus pelas multidões sem pastor remete à promessa de Ezequiel 34, onde Deus mesmo prometeu cuidar de suas ovelhas.

Quais lições espirituais e práticas podemos aplicar hoje?

Mateus 9 nos convida a olhar para Jesus com fé, humildade e esperança. Algumas lições saltam aos olhos:

  • Jesus prioriza o perdão: Antes de curar o paralítico, Ele perdoa seus pecados. Isso me lembra que minha maior necessidade é espiritual, não apenas física.
  • Deus usa improváveis: Mateus, o cobrador de impostos, foi chamado e seguiu Jesus. Isso me encoraja a crer que Deus pode transformar qualquer um.
  • A fé simples é recompensada: A mulher do fluxo de sangue e os cegos receberam o que pediram por crerem no poder de Cristo.
  • Jesus não está longe da dor: Ele se compadece das multidões, vê nosso sofrimento e age. Mesmo hoje, Ele se importa comigo e com você.
  • A colheita continua: O convite à oração por trabalhadores é também um chamado ao engajamento. Posso não ser um pregador, mas sou um trabalhador do Reino.

Além disso, o capítulo reforça que não há neutralidade. Como disse Jesus em Mateus 12.30: “Quem não está comigo, está contra mim”.

O que aprendemos com Mateus 9 hoje?

Ao ler Mateus 9, vejo um Cristo cheio de autoridade e compaixão. Ele perdoa, cura, chama, ensina e convida todos a crer.

Jesus não está preocupado apenas em resolver problemas externos, mas em restaurar o coração humano. Ele me ensina que a fé verdadeira não é apenas acreditar, mas segui-lo, como fez Mateus.

As curas e milagres não são o fim, mas o sinal de algo maior: o Reino de Deus já chegou. Jesus venceu o pecado, o diabo e a morte.

Isso me desafia a depender Dele, a confiar no seu poder e a lembrar que, mesmo em meio às dificuldades, Ele vê meu sofrimento e se compadece de mim.

E, acima de tudo, Jesus ainda chama trabalhadores. Ele me chama — e chama você — para participar da colheita. A missão continua. O Reino avança. E o Rei está conosco.

Evangelho de Mateus – Escolha o capítulo:


Referências

  • HENDRIKSEN, William. O Comentário do Novo Testamento: Mateus. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
  • SPROUL, R. C. Estudos Bíblicos Expositivos em Mateus. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
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