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Mateus 21 Estudo: por que Jesus entrou em Jerusalém como rei?

Diego Nascimento
Escrito por Diego Nascimento

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Mateus 21 marca um dos momentos mais solenes do Evangelho: a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Era o início da última semana antes da crucificação, conhecida como a Semana da Paixão. A cidade estava cheia de peregrinos para a festa da Páscoa, a celebração mais importante do calendário judaico.

Jerusalém não era apenas um centro político e cultural. Era o lugar do templo, onde Deus havia prometido habitar no meio do povo. Jesus se dirige à cidade como o Messias, cumprindo antigas profecias. Sua entrada não foi casual, mas cuidadosamente planejada para evidenciar sua realeza e ao mesmo tempo expor a corrupção espiritual dos líderes judeus.

Segundo William Hendriksen, “Jesus sabia o que o aguardava em Jerusalém, mas entrou como Rei, não com orgulho terreno, mas com a humildade e autoridade messiânica previstas pelos profetas” (HENDRIKSEN, 2001, p. 784).

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R. C. Sproul também destaca que esta entrada pública de Jesus foi uma demonstração deliberada de que ele não se esconderia mais: “A partir daqui, Cristo confrontaria diretamente os líderes religiosos e deixaria claro que o reino de Deus estava sendo retirado deles” (SPROUL, 2010, p. 540).

Mateus 21 mostra o contraste gritante entre a expectativa popular por um rei libertador e o verdadeiro caráter do Messias: manso, justo e santo.

Como entender Mateus 21 versículo por versículo?

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Por que Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho? (Mateus 21.1–11)

Jesus orienta seus discípulos a trazerem uma jumenta e seu filhote (v. 2). Isso cumpre a profecia de Zacarias 9.9, citada no verso 5: “Eis que o seu rei vem a você, humilde e montado num jumento”. Não era um detalhe aleatório, mas uma declaração clara de sua realeza messiânica, em contraste com os reis guerreiros que chegavam montados em cavalos.

O povo, ao vê-lo, estende mantos e ramos no caminho (v. 8), um gesto de honra semelhante ao tributo dado a reis em 2 Reis 9.13. Eles exclamam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor!” (v. 9), reconhecendo Jesus como o Messias, o descendente prometido de Davi.

Mesmo assim, muitos o viam apenas como “o profeta de Nazaré” (v. 11), sem compreender a profundidade de sua identidade.

Este episódio revela que Jesus não veio para satisfazer expectativas políticas ou nacionalistas, mas para estabelecer um reino espiritual e eterno, como afirmado em Mateus 2.

Por que Jesus purifica o templo? (Mateus 21.12–17)

Ao entrar no templo, Jesus expulsa os cambistas e vendedores de animais (v. 12). Ele cita Isaías 56.7: “Minha casa será chamada casa de oração”, e Jeremias 7.11: “mas vocês estão fazendo dela um covil de ladrões”.

O templo deveria ser o lugar de encontro entre Deus e o povo, mas havia se tornado palco de exploração. R. C. Sproul explica: “Jesus ficou indignado não apenas pelo comércio em si, mas porque ele se misturava à exploração e profanava o propósito santo do templo” (SPROUL, 2010, p. 543).

Interessante notar que, logo depois, “cegos e coxos” se aproximam e são curados por Jesus (v. 14). Isso simboliza o verdadeiro propósito do templo: acolher, restaurar e aproximar as pessoas de Deus.

As crianças também louvam Jesus, dizendo “Hosana ao Filho de Davi” (v. 15). Jesus confirma o louvor ao citar Salmo 8.2, mostrando que até os mais simples reconhecem sua glória.

Qual o significado da maldição da figueira? (Mateus 21.18–22)

A figueira, com folhas abundantes, aparentava ter frutos, mas estava vazia (v. 19). Jesus a amaldiçoa, e ela seca imediatamente.

William Hendriksen explica que “a figueira representava Israel, que exibia religiosidade exterior, mas carecia de frutos espirituais genuínos” (HENDRIKSEN, 2001, p. 788).

Essa ação de Jesus é uma parábola viva. Revela o juízo sobre a hipocrisia religiosa e aponta para o destino de Jerusalém, como vemos também em Mateus 23.

Jesus aproveita o momento para ensinar sobre fé e oração (v. 21–22), mostrando que a verdadeira espiritualidade produz frutos e se expressa em confiança ousada em Deus.

Por que os líderes questionam a autoridade de Jesus? (Mateus 21.23–27)

Os chefes religiosos, incomodados com o impacto de Jesus, perguntam: “Com que autoridade fazes estas coisas?” (v. 23). Eles queriam descredenciá-lo diante do povo.

Jesus, porém, responde com outra pergunta: “De onde era o batismo de João? Do céu ou dos homens?” (v. 25). Eles se recusam a responder por medo da reação popular, e Jesus também se recusa a responder diretamente.

R. C. Sproul observa: “Ao virar o jogo, Jesus expôs a hipocrisia e o oportunismo dos líderes, revelando que eles não estavam interessados na verdade, mas em manter o poder” (SPROUL, 2010, p. 545).

O que significa a parábola dos dois filhos? (Mateus 21.28–32)

Nessa parábola, o primeiro filho diz que não obedecerá ao pai, mas depois se arrepende e vai trabalhar na vinha. O segundo promete ir, mas não cumpre.

Jesus aplica isso aos líderes judeus: os publicanos e prostitutas, considerados pecadores, se arrependem e entram no Reino. Já os líderes religiosos, com aparência de obediência, rejeitam a mensagem e permanecem fora.

Aqui, Jesus reforça a importância de um arrependimento sincero, como vemos em Lucas 15.

Qual o significado da parábola dos lavradores maus? (Mateus 21.33–46)

Essa parábola retrata a história da salvação. O proprietário representa Deus, a vinha é Israel, os servos são os profetas enviados ao longo dos séculos, e o filho é Jesus.

Os lavradores, símbolo dos líderes religiosos, rejeitam e matam tanto os servos quanto o filho. Jesus cita Salmo 118.22, dizendo que a “pedra rejeitada” se torna a “pedra angular”, ou seja, ele próprio, o fundamento do Reino de Deus.

O Reino seria tirado dos líderes infiéis e entregue a um povo que produzisse frutos — referência à igreja formada por judeus e gentios, como Jesus antecipou em Mateus 16.18.

Os líderes entendem a crítica (v. 45), mas ao invés de se arrependerem, conspiram para matar Jesus, cumprindo exatamente o que a parábola anunciava.

Como Mateus 21 cumpre as profecias do Antigo Testamento?

Mateus 21 está repleto de citações e alusões proféticas:

  • Zacarias 9.9 anuncia a entrada triunfal do Messias montado em um jumento.
  • Isaías 56.7 e Jeremias 7.11 denunciam a corrupção do templo.
  • Salmo 8.2 confirma o louvor espontâneo das crianças.
  • Salmo 118.22 revela que Jesus é a pedra angular rejeitada pelos líderes.

Essas profecias apontam para o Messias que viria em humildade, purificaria o culto a Deus e seria rejeitado pelos homens, mas exaltado pelo Pai, como é enfatizado em Filipenses 2.

O que Mateus 21 me ensina para a vida hoje?

Ao ler Mateus 21, eu sou confrontado com a mesma pergunta que os líderes religiosos evitaram: “Quem é Jesus para mim?”

Não posso simplesmente admirá-lo como profeta ou líder. Ele é o Rei prometido, o Filho enviado por Deus. Minha resposta a Ele define meu lugar no Reino.

Este capítulo também me alerta contra a religiosidade vazia. Não basta ter aparência de fé, como a figueira cheia de folhas. Deus espera frutos: arrependimento, obediência e amor sincero.

Aprendo ainda sobre oração ousada. Jesus ensina que devo orar com fé, confiando no poder de Deus, sem limitar o que Ele pode fazer.

Por fim, sou lembrado de que o Reino de Deus pertence aos que se arrependem e produzem frutos. Deus não se impressiona com títulos ou aparências. Ele busca corações quebrantados e sinceros, como os publicanos e prostitutas que creram.

Referências

  • HENDRIKSEN, William. O Comentário do Novo Testamento: Mateus. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
  • SPROUL, R. C. Estudos Bíblicos Expositivos em Mateus. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
  • Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2001.
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