O capítulo de 2 Reis 13 marca um ponto crucial na história do Reino do Norte de Israel, pois destaca o reinado de Joás, filho de Jeú, como rei de Israel. Este capítulo é importante porque revela as lutas contínuas enfrentadas por Israel contra seus vizinhos e a deterioração gradual do poder e da influência do reino.
No início do capítulo, é mencionado que Joás reinou em Israel por dezessete anos, e sua descrição inicial é positiva, comparando-o favoravelmente a outros reis. No entanto, a narrativa logo revela os desafios enfrentados por Joás. Israel estava sob constante ameaça das invasões dos arameus, liderados por Hazael. A relação entre Joás e Eliseu, o profeta, também é destacada, indicando a importância da orientação divina na governança do reino.
Um elemento significativo do capítulo é o diálogo entre Joás e Eliseu no leito de morte deste último. Eliseu instrui Joás a derrotar os arameus e a garantir a segurança de Israel. Esta cena sublinha a importância da fé e da obediência a Deus na história de Israel.
Em resumo, a introdução do capítulo 13 de 2 Reis estabelece o cenário para uma série de eventos cruciais na história de Israel, incluindo a luta contra os arameus e a influência contínua dos profetas na governança do reino. Este capítulo é um lembrete da importância da fé e da orientação divina na vida do povo de Israel e na condução de seus líderes.
Esboço de 2 Reis 13
I. O reinado de Joás de Israel (2 Rs 13:1-9)
A. Joás governa Israel por dezessete anos (2 Rs 13:1).
B. A maldade de Joás aos olhos do Senhor (2 Rs 13:2-3).
C. A invasão e opressão de Hazael, rei da Síria (2 Rs 13:3-7).
D. A busca de Joás pela ajuda de Eliseu (2 Rs 13:4-6).
E. A orientação de Eliseu para Joás (2 Rs 13:7-9).
II. A morte de Eliseu e a última profecia (2 Rs 13:10-19)
A. O encontro de Joás com Eliseu no leito de morte (2 Rs 13:10-14).
B. A demonstração de fé de Joás ao ferir a terra com flechas (2 Rs 13:15-19).
III. A morte de Joás de Israel (2 Rs 13:20-25)
A. A morte de Eliseu e sua sepultura (2 Rs 13:20-21).
B. Um milagre póstumo de Eliseu ao restaurar a vida a um homem morto (2 Rs 13:21).
C. Os eventos finais do reinado de Joás (2 Rs 13:22-25).
I. O reinado de Joás de Israel (2 Rs 13:1-9)
O primeiro segmento do capítulo 13 de 2 Reis (2 Rs 13:1-9) nos leva a uma análise mais profunda do reinado de Joás em Israel. Este período histórico é marcado por desafios significativos enfrentados pelo reino do Norte, destacando a influência dos líderes e a importância da obediência a Deus.
Joás governou Israel por um total de dezessete anos, uma quantidade considerável de tempo no contexto da época. No entanto, o versículo inicial (2 Rs 13:1) revela uma característica alarmante de seu reinado: ele fez o que era mau aos olhos do Senhor. Esse é um padrão recorrente na história de Israel, onde a desobediência a Deus frequentemente resulta em consequências adversas.
Um aspecto crucial dessa seção é a invasão e opressão de Hazael, o rei da Síria. A Síria era uma potência vizinha, e sua ameaça constante colocava Israel em uma situação vulnerável. A descrição da opressão síria sobre Israel nos versículos 2 e 3 reflete o impacto devastador dessa invasão. Os israelitas sofriam sob o jugo de Hazael, com sua liberdade e segurança comprometidas.
Nesse contexto de opressão, Joás busca a ajuda de Eliseu, o profeta. A interação entre Joás e Eliseu, que ocorre nos versículos 4 a 6, é notável. Joás reconhece a importância da orientação divina e busca a palavra de Deus através do profeta. Ele busca desesperadamente uma saída para a situação difícil que seu reino enfrenta.
A resposta de Eliseu é um elemento central nesta narrativa. Ele revela a Joás a vontade de Deus e instrui o rei a tomar uma série de medidas simbólicas, incluindo atirar flechas pela janela. A orientação de Eliseu serve como um lembrete de que a vitória e a proteção de Israel dependem da obediência a Deus. A instrução de atirar flechas e bater no chão indica a necessidade de agir com determinação e confiança na direção divina.
O versículo 7 enfatiza que, seguindo as instruções de Eliseu, Joás foi capaz de derrotar os sírios em três ocasiões. Isso ilustra a importância da obediência a Deus e da busca por Sua orientação através dos profetas. As vitórias de Joás sobre os sírios são uma demonstração do poder divino em ação e um testemunho da intervenção de Deus em favor de Seu povo.
Em resumo, o segmento inicial do capítulo 13 de 2 Reis fornece uma visão do reinado de Joás em Israel, destacando a desobediência do rei, a ameaça da Síria e a importância da orientação divina. A busca de Joás pela ajuda de Eliseu e sua subsequente obediência às instruções do profeta são um lembrete poderoso de que a fé e a obediência a Deus são fundamentais para a prosperidade e a proteção do povo de Deus. Isso também nos lembra que, mesmo em meio a desafios aparentemente insuperáveis, a intervenção divina pode trazer vitória e libertação.
II. A morte de Eliseu e a última profecia (2 Rs 13:10-19)
O segundo segmento do capítulo 13 do livro de 2 Reis (2 Rs 13:10-19) nos apresenta um evento significativo: a morte de Eliseu, o profeta de Deus, e a última profecia que ele proferiu antes de seu falecimento. Essa passagem oferece insights valiosos sobre a relação entre Eliseu e Joás, além de destacar o papel contínuo do profeta na vida de Israel.
O texto começa com a menção de que Joás, o rei de Israel, foi visitar Eliseu, que estava doente e prestes a morrer. Esse encontro é carregado de simbolismo, pois representa a conexão entre a liderança secular de Israel, personificada por Joás, e a orientação espiritual proporcionada por Eliseu. Mesmo no leito de morte, Eliseu continua a desempenhar um papel crucial na história do reino.
O rei Joás expressa seu pesar pela iminente partida de Eliseu, reconhecendo a importância do profeta para Israel. Ele chora sobre o rosto de Eliseu e o chama de “carro de Israel e seu cavaleiro de guerra” (2 Rs 13:14). Essas palavras revelam a profunda reverência de Joás por Eliseu e a percepção de que ele era o veículo através do qual Deus operava em prol de Israel.
Eliseu, percebendo a sinceridade do rei, instrui Joás a pegar seu arco e flechas. O profeta usa esse momento como uma oportunidade simbólica de transmitir uma mensagem divina a Joás. Ele pede a Joás que abra a janela para o leste, aponte o arco e atire uma flecha. Essa ação representa a flecha da libertação do Senhor contra os sírios, simbolizando a vitória sobre o inimigo.
No entanto, Eliseu também instrui Joás a pegar as flechas e bater no chão. Joás obedece, mas parece fazê-lo com uma atitude de cautela, apenas batendo no chão três vezes. Isso parece frustrar Eliseu, que expressa desapontamento com a falta de zelo do rei. O profeta lhe diz que ele deveria ter batido no chão cinco ou seis vezes, indicando que sua atitude determinada teria garantido uma vitória completa sobre os sírios. A atitude de Joás reflete um certo grau de hesitação ou falta de confiança na orientação de Deus, e isso tem consequências para o reino.
A passagem termina com a narrativa de Joás derrotando os sírios três vezes, como predito por Eliseu, mas também indica que ele não foi capaz de garantir uma vitória completa. Isso ilustra a importância da fé e da obediência completa às instruções de Deus, bem como a influência dos líderes espirituais sobre os líderes seculares.
Em resumo, o segmento que descreve a morte de Eliseu e a última profecia em 2 Reis 13:10-19 destaca a relação profunda entre o profeta e o rei Joás, enfatizando a importância da obediência completa à orientação divina. Eliseu, mesmo em seu leito de morte, continua a exercer uma influência significativa sobre o destino de Israel. A passagem também nos lembra da necessidade de agir com fé e determinação quando seguimos as orientações de Deus, para que possamos experimentar plenamente as bênçãos e a vitória que Ele promete.
III. A morte de Joás de Israel (2 Rs 13:20-25)
O terceiro segmento do capítulo 13 do livro de 2 Reis (2 Rs 13:20-25) aborda a morte de Joás, o rei de Israel, e alguns eventos finais de seu reinado. Esta passagem oferece uma visão do término do governo de Joás e seus últimos acontecimentos, destacando tanto os desafios enfrentados pelo reino quanto a influência contínua da providência divina na história de Israel.
O texto começa com a narrativa da morte de Eliseu, o profeta de Deus. Mesmo após sua morte, a presença e a influência de Eliseu persistem. Um grupo de homens estava enterrando um morto, mas, ao verem uma banda de moabitas se aproximando, eles lançaram o corpo na sepultura de Eliseu. Aconteceu que, quando o corpo entrou em contato com os ossos do profeta, o homem reviveu e ficou de pé. Esse milagre póstumo demonstra o poder duradouro da intervenção divina por meio de Eliseu e serve como um testemunho da importância da fé e da obediência a Deus.
O versículo 21 menciona que, no ano seguinte, os moabitas invadiram Israel. A passagem não fornece detalhes específicos sobre esse conflito, mas indica a persistência das ameaças externas que Israel enfrentava. Os moabitas eram um povo vizinho e, como a história mostra, Israel frequentemente enfrentava conflitos com nações vizinhas.
Joás, o rei de Israel, morre nesse contexto. Ele governou por dezesseis anos e foi sepultado em Samaria, na capital do reino do Norte. A passagem não oferece uma avaliação completa do reinado de Joás, mas já foi mencionado anteriormente que ele fez o que era mau aos olhos do Senhor (2 Rs 13:1). Isso sugere que seu reinado foi marcado por desobediência e afastamento de Deus, o que pode ter contribuído para os desafios que Israel enfrentou.
O capítulo conclui com uma nota sobre a sucessão de Joacaz, o filho de Joás, como rei de Israel. Joacaz assume o trono após a morte de seu pai e governa Israel por dezessete anos. No entanto, a narrativa não nos dá detalhes sobre o reinado de Joacaz neste momento.
Em resumo, o terceiro segmento do capítulo 13 de 2 Reis oferece uma visão dos eventos finais do reinado de Joás de Israel, incluindo a morte de Eliseu e a ressurreição miraculosa de um homem em sua sepultura. A passagem também destaca a persistência das ameaças externas que Israel enfrentava, bem como a importância da fé e da obediência a Deus, mesmo em tempos de desafio. A sucessão de Joacaz como rei marca uma transição na liderança de Israel, mas a narrativa não se aprofunda em seu governo neste momento. Em última análise, esta passagem continua a ilustrar a complexa relação entre a liderança secular e a influência espiritual na história de Israel.
Reflexão de 2 Reis 13 para os nossos dias
Em 2 Reis 13, somos chamados a enxergar não apenas os eventos históricos que ocorreram há séculos, mas também a encontrar lições e aplicações profundas para nossas vidas nos dias atuais. Como o renomado pregador Charles Spurgeon costumava dizer, “toda a Bíblia é uma lente através da qual podemos ver Jesus Cristo”. Portanto, permitam-me compartilhar uma reflexão cristocêntrica sobre este capítulo, buscando direcionar nossos corações para nosso Salvador e Senhor, Jesus Cristo.
Primeiramente, observemos a figura de Eliseu, o profeta. Eliseu desempenha um papel central nesta passagem, mesmo após sua morte. Sua vida e ministério nos lembram da importância dos profetas como mediadores entre Deus e o povo de Israel. Hoje, não temos mais profetas da mesma forma que no Antigo Testamento, mas temos o supremo Mediador, Jesus Cristo. Ele é o Profeta perfeito que veio para nos revelar a vontade de Deus de maneira plena e final. Em Cristo, encontramos a verdade, o caminho e a vida (João 14:6).
Em seguida, consideremos a ressurreição ocorrida quando o corpo de um homem foi lançado na sepultura de Eliseu e, ao tocar em seus ossos, ele reviveu. Essa ressurreição aponta diretamente para a obra redentora de Jesus. Assim como aquele homem recebeu vida ao tocar nos ossos de Eliseu, nós, pecadores, recebemos vida eterna ao nos apegarmos à obra consumada de Cristo na cruz. Ele é o único que pode nos trazer da morte espiritual para a vida eterna.
Além disso, o episódio das flechas aponta para a importância da obediência. Joás, embora tenha obtido vitória sobre os sírios, falhou em demonstrar a fé e a determinação necessárias ao bater no chão apenas três vezes, em vez de cinco ou seis. Da mesma forma, muitas vezes falhamos em obedecer plenamente aos mandamentos de Deus. No entanto, em Cristo, encontramos o modelo perfeito de obediência. Ele cumpriu a vontade do Pai de maneira completa e perfeita, tornando-se nossa justiça diante de Deus.
Por fim, o capítulo nos lembra da brevidade da vida e da inevitabilidade da morte. Tanto Joás quanto Eliseu chegaram ao fim de suas vidas terrenas. Essa realidade nos chama a refletir sobre nossa própria mortalidade e a importância de nos prepararmos para a eternidade. Em Cristo, encontramos a promessa da vida eterna, pois Ele venceu a morte e ressuscitou dos mortos.
Assim, queridos irmãos e irmãs, à medida que meditamos sobre 2 Reis 13, sejamos lembrados de que todas as Escrituras apontam para Jesus Cristo. Ele é nosso Profeta, nosso Salvador, nossa Justiça e nossa Vida eterna. Que nossos corações se voltem para Ele em fé e obediência, pois somente Nele encontramos a verdadeira esperança e a vida eterna.
3 Motivos de oração em 2 Reis 13
- Arrependimento e restauração espiritual: Ao longo do livro de 2 Reis, vemos repetidamente os líderes e o povo de Israel se afastando de Deus, desobedecendo aos Seus mandamentos e caindo na idolatria. Essa desobediência resulta em consequências severas, como invasões de nações inimigas e juízos divinos. O exemplo do reinado de Joás em 2 Reis 13:1-9, onde ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, é um lembrete de como a desobediência espiritual pode afetar negativamente uma nação. Portanto, podemos orar por um avivamento espiritual em nossas nações e em nossas próprias vidas. Ore para que o arrependimento genuíno ocorra e que as pessoas voltem aos caminhos do Senhor, buscando Sua graça e misericórdia.
- Proteção contra inimigos espirituais: O capítulo 13 de 2 Reis destaca a ameaça constante dos sírios a Israel. Os sírios representam inimigos espirituais que podem nos atacar de várias maneiras, incluindo tentações, dúvidas e oposição à fé. Assim como Israel dependia da orientação divina e da intervenção de Deus para proteção contra os sírios, podemos orar por proteção espiritual em nossas vidas. Ore para que Deus nos fortaleça contra os ataques do inimigo e nos capacite a resistir às tentações que enfrentamos diariamente.
- Sabedoria e discernimento na busca de orientação divina: No capítulo 13 de 2 Reis, Joás buscou a orientação de Eliseu, o profeta, para lidar com a ameaça dos sírios. Ele entendeu a importância de consultar um líder espiritual antes de tomar decisões cruciais. Da mesma forma, podemos orar por sabedoria e discernimento ao buscarmos orientação divina em nossas próprias vidas. Ore para que Deus nos guie em nossas escolhas, que possamos reconhecer Sua vontade e tomar decisões alinhadas com Seus propósitos. Peça por líderes espirituais sábios que possam orientar e aconselhar as pessoas em busca de direção espiritual.